terça-feira, 10 de julho de 2012

Equilibrium, o Filme (primeira parte)

Um filme, uma grande reflexão.





Aqui vou discorrer acerca de um filme que possui, para mim, uma das maiores maneiras de explicar o desconsenso humano a partir de uma premissa básica: nossos pensamentos, nossos desejos, ou aquilo que na Antinguidade já diziam... O Fogo de Prometeu.

Na primeira parte, explico, resumidamente, o filme; e na segunda parte do texto, explico filosoficamente. Espero que gostem.


O Sacerdote

Há muito assisti a um filme excelente, chamado Equilibrium. Nele, um grande ator, Cristhian Bale, faz um papel incrível de um sacerdote, não desses que ficam enclausurados em templos, adorando aos deuses ou a um deus específico não, mas, como o próprio filme deixa bem claro, um sacerdote que tinha um papel fundamental numa época futura, daquelas nas quais o ser humano é dominado por um grande homem, que fala o tempo todo, e que sabe de tudo... Esse era o maior deles, como se fosse homem-deus.

Eram vários sacerdotes que obedeciam a esse homem. Cada um tinha uma especialidade, a de saber lutar, como ninguém, uma arte marcial que chegava a tirar até, sem armas, um individuo da resistência, que possuísse uma arma letal, como uma metralhadora. A resistência se fazia ao regime do homem-deus, que, um dia, achou melhor retirar de todos a possibilidade de sentir e pensar por si mesmos, deixando a maioria semelhantes a robôs...

Remédio

Um remédio que era usado por todos ao acordar mantinha a mente voltada ao que o homem-deus dizia, vinte e quatro horas por dia, sem descanso, mesmo porque um vídeo, gravado há muito tempo, repetia diversas vezes, incessantemente... “O homem, com seu poder de pensar e escolher, conseguiu transformar o mundo do passado sem legado. Apenas em guerras, guerras, mortes, miséria, horror, fome...” --- ou mais ou menos isso. Sabe-se apenas que o grande homem conseguia fazer com que a maioria tomasse a cápsula pela manhã, trabalhasse, deixando seus filhos (também dopados...), e voltando do trabalho, como ciborgs...

Resistência

A resistência era feita por homens e mulheres que queriam escolher, pensar, amar, opinar, enfim, ser seres humanos assim como no passado, contudo aprenderem com seus erros, ainda que, no ‘presente’, fosse difícil a missão, pois eram caçados tais quais cães doentes. Assim, o telespectador, ainda que com seus sentimentos à flor da pele, ainda triste pela realidade que o filme nos mostra, graças às cenas trágicas repetidas no proposital telão, fica a favor, claro, da resistência...

Um belo dia, Cristhian Bale, o melhor sacerdote, descobre que um de seus irmãos (aliados ao homem-deus) faz parte da resistência. E mais, que este grande irmão não tomava a pílula, o que significava a maior infração que se podia cometer ante ao sistema, pois, na realidade, não havia infrações, graças à bendita pílula, que era exatamente o cabresto usado pelo grande mestre.

A realidade era essa.

O sacerdote-mor, depois da morte do amigo-resistente, em um daqueles momentos angustiantes da vida humana, quer saber o mistério daqueles que não tomam a pílula, ou melhor, se encontra, ainda que sem o remédio, reflexivo, por alguns instantes, o bastante para deixar, na caixa de remédio do banheiro, o que ele um dia jamais pensara, deixar de tomar o remédio por um dia...

Contudo, um dia, quando fizera apreensão na casa de um individuo da resistência, o sacerdote-mor, juntamente com outros, destruíra uma residência na qual lá estava um disco de vinil. O personagem de Bale, o sacerdote, sem a pílula, com seus sentimentos à beira de descobrir o inimaginável, o mistério vital, pega o disco, e em uma vitrola bem antiga, coloca-o... Na capa, depois, de visto, estava Beethoven, e o sacerdote, que há muito não ouvia outra coisa senão a voz do homem-deus, sentiu uma fisgada na alma: era a Nona Sinfonia iniciando!

Naquele momento, o sacerdote-mor olhou para trás, e, ao sentir dentro de si a ferroada do grande mistério da vida – um pouquinho de espiritualidade pura --, chorou uma lágrima fina que demorou a descer, mas que fizera seus olhos, antes, transbordarem. Ali, ele renascera.

Resumo do final

Depois de entender tudo o que se passava, o sacerdote começou a ter sentimentos, ter outro tipo de raciocínio em relação às coisas da vida, e, com seus poderes marciais, começa defender a resistência da qual começa a fazer parte. E com a sua ajuda, destrói todo o comando do homem-deus, o qual também morre com vários golpes em uma luta fantástica.


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