Como um raio de luz que me atravessou-
alma, me atingindo, com toda sua força, o
coração. Infiltrou-se em meu corpo, em minhas veias, atingindo seu ápice no
cimo de minhas emoções. Veio não sei de onde, e se foi não sei por quê.
Um raio, um trovão, um sopro, uma
luz, uma paz. Tão instantâneo que chegou a me carregar por instantes no colo, e
deixou-me leve, como pássaros inexistentes, que só existem em nossa imaginação,
porém se plasmam e se concretizam quando a rica alma se eleva...
É divino, é doce, é raro. Uma
cascata fria em tempos quentes, arrebentando nas rochas de meus ossos. É a água
que percorre lenta, cálida, linda e transparente em meu céu imaginário, onde
mel, virgens, figuras divinas brincam em parques belos, a espera de meus
passos.
E tudo se vai como se foi. Na
torrente de nossos pensamentos mais frios, mais chão. Se vão na esfera de uma
realidade na qual vivemos, e às vezes sobrevivemos em nome de um céu imediato,
como o almoço, o dinheiro, o conforto de cada dia...
Tudo se foi, e ficou, como uma
sombra bendita, os rastros de um manancial que se passara em meu coração,
transformou minha alma, e fez-me visitar o meu espirito, ou uma ínfima parte de uma paz a que tanto almejo.
Ao meu filho. A paz que me faltava.
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