sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Relações, a distância do infinito.


Relações Humanas. A Tônica do dia a dia.

Hoje, as repartições, aristotelicamente falando, são necessárias para que haja o desenvolver de projetos, atividades, objetivos, separadamente. Mas isso não inclui o ser o humano – ou melhor dizendo, a mente humana.
Sabemos que separar as coisas é uma necessidade, até mesmo para o bom senso profissional, Uma prova disso é quando nascemos. Parte de uma organização natural nos separa com a finalidade de não haver confusão na hora em que passamos a fazer parte fisicamente do contexto humano.
Contudo, repito, a mente humana não precisa se acostumar com a separatividade ao extremo – diferente de discriminar, no sentido de  achar-se melhor do que os outros. O quesito educação é um tanto quanto culpado por isso.
Não há motivo para sentir-se “diferente” nesse sentido. Nós o somos assim como uma rosa o é da outra ou da água, da cor das cadeiras, ou seja, somos parte de um todo tão diferente quanto nós, e que cumpre um outro tipo de finalidade, a de harmonizar-se com outro todo --  o universo.
As culturas antigas sabiam disso. Por isso, faziam megaconstruções em terras que poderiam receber a fundação; sabiam que o que era construído seria parte de um todo, e este com o próximo, e assim por diante. Não era algo que sobrevoava os interesses humanos, e sim divino – ou melhor, que guardaria, em sua essência, a chave do religare.
Hoje, quando falo em separar (separatividade) tenho um certo receio de não ser compreendido, porque fica o sentido de isolamento, e não é. Uma prova do que falo é a relação entre homens e animais, os quais, cada um em seu habitat, produzem a maior das harmonias!
Mas não é do jeito que pensamos. Um dia um professor me disse... “Eu gosto muito das onças, dos leões, das cobras, e de todo seu simbolismo, mas se me aparecem, aqui, em sala de aula, sou obrigado a abatê-los!” – era a mais pura verdade... Muitos falam a mesma coisa das sogras rs!
Fora a brincadeira, devemos nos retratar, ante ao passado, quando nos devolve perguntas mais internas, como “pra que construções desse tipo (pirâmides, etc), por que existem?”... Na realidade, o que nos bloqueia é justamente a distância que temos de uma realidade que nos sustentou no passado, tão bem quanto qualquer outra estrutura psicológica do presente. Estou me referindo à educação que temos  e o conceito moderno de harmonia.
Para as grandes civilizações, harmonia era cada um fazer aquilo para o qual era vocacionado, assim como o sol faz seu trabalho tão belamente sem que precisemos nos preocupar com algum sucessor. No nosso caso, é mais complicado. Tinha que ser rs!
Quando no inicio falava de repartições, estava me referindo apenas a elas, não ao ser humano, que se julga, todos os dias, melhor que outro, ainda que possua problemas de personalidade. Em repartições, o profissional – que hoje, pode ser misturado com uma boa pessoa, e vice-versa – se revela o melhor dos melhores em sua função, e, por tabela, o melhor ser humano... Vejo todos os dias isso, quando falam de ministros, oficiais de gabinete, secretário... Quando estes são citados, muitos os assemelham a grandes, poderosos... Porém, quando dão um bom dia ao funcionário que transita, sem querer, em seu espaço, se assemelham a pessoas normais, estranho hein?!... Outros, no entanto, não guardam o que realmente são.
Tal pensamento gera consequências terríveis, principalmente para os empregados, servidores, serviçais, etc, os quais, por sua vez, são obrigados a se recolherem psicologicamente, pois, se fazem parte de uma base piramidal, e se fazem parte dessa base por natureza, não são confiáveis (por tabela), são humilhados ainda que façam um ótimo trabalho na limpeza, na copa, na louça, no servir de um café, e por serem da base, são ladrões, pobres em todos os sentidos e não têm direito a serem humanos!...
A humilhação psicológica, a responsável por sermos aprazíveis de vez em quando, passa a desenvolver um outro aspecto, agora pior, o do astral, o qual nos faz ter medo de levantar e enfrentar o dia a dia, ou mesmo o chão em que pisamos.
E a bola de neve da separatividade cresce, se desenvolve, nos tornando monstros com cara de homens e mulheres com feições de anjos do mal. Cresce, e, com o passar do tempo, nos torna escravos do próprio homem que, profissionalmente, é uma lenda, mas é monstro tanto quanto o pior ser imaginário...
Enfim, explicar a decadência do pensamento humano é coisa para os estudados em tal assunto, o que não sou, mas posso, por experiência dizer, se não tivermos nem que seja um pequeno referencial, que seja bom, belo, justo e verdadeiro, cairemos em armadilhas psicológicas, sem saber fazer distinções entre seres humanos, ainda que sejamos iguais em essência, e não conseguiremos sair nunca.

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