quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Meu Doce Quintal

nunca se esqueça de onde veio.


(poema)
Bolas de gude em meu quintal,
Flores de amantes em meu jardim,
Capins tão verdes ao sol,
Chuvas que caem em mim.
Sorriso da bela amada
Chegando “devagarzin”,
Menino voltando ao abrigo,
Passarinho, em seu “nin”.
Choro do pardal que caiu,
Mamãe que veio ajudar,
Com alimento pequeno no bico,
Não sabe cantar “sozin”.
Bateu na pedra a saudade,
Da música que eu cantava,
Meu pai brigando com meu Duque,
Mamãe afinada na gemada..
Borboleta na linha eu pegava,
Como pipa que amarrava,
Chorava de desgosto,
E em meu rosto,
A lágrima boba rolava.
E a doce manga de minha vida,
Caia doce nos quintais,
Como doce verde do mel,
Era abelha de caroço pequeno,
Teu mel era tão pleno,
Que morria doce ameno,
Embaixo da mangueira
E dos varais.
De gude um dia era
A bolinha dos olhos que eu brincava,
Tecava em outros olhos,
De tanta força quebrava.
E dela nascia o amigo,
Do qual jorrava amizade
Sem interesse, destino...
Crescia a fortaleza da beleza,
A moeda sem bolso,
Nos tornamos moços...
Desatino...
Do lago peixes peguei,
Joguei linhada,
Encalhada no anzol,
Vinha o sossego do gosto frito,
Do sorriso belo,
Mesmo sol amarelo,
Do celeste azul,
Da noite negra anu...
(Tudo isso eu amava!)
Quanta saudade, mãe,
“Dos anos que não voltam mais”
Dos meus doze anos
Que se foram,
E estão férteis,
Dentro dos meus quintais.

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