Em todas as tradições houve sempre uma filosofia reencarnacionista gerada por sábios que um dia dela provaram, e desde épocas passadas tentam nos passar de maneira simples e ao mesmo tempo complexa como e porque temos a imortalidade. E no Evangelho de Tomé, Cristo nos dá uma pista dessa característica não tão singular, mas essencial à compreensão de nós mesmos.
O legado da reencarnação não morreu. |
Perguntaram os discípulos a Jesus:
Como será o nosso fim? Respondeu-lhes Jesus: Descobristes o
princípio, para que estejais procurando o fim? Pois onde estiver o princípio
ali estará o fim. Feliz de quem está no princípio; também conhecerá o fim - e
não provará a morte.
Segundo a sabedoria tradicional, que nos
deixou legados eternos, podemos dizer, baseados nela, que houve civilizações,
como fora diversas vezes aqui colocado, que seguiam o caminho da imortalidade,
não por meio de remédios, de fórmulas científicas, mas por meio de uma cultura
de Ser..
Explicado anteriormente, o ser, segundo
conta a tradição, é a parte natural do homem que subjaz à personalidade, e ao
que mais interno há no homem – ou como diria um grande filósofo, é a parte que
aparece quando não a procuramos.
Formada por dimensões, essa parte, constituída
por três elementos os quais singularizam o que somos, permanece eterna, assim
como em tudo que a detém. O homem, por ser detentor da consciência de sua
própria existência, e por isso de questionamentos que o levam a tentar entender
suas características internas – emoções, desejos... – sabe, graças ao passado,
que há mais em sua natureza dantesca, do que no próprio céu físico, pois houve
outros homens que procuraram e encontraram na natureza o que temos em nós, a
imortalidade, a essência, Deus.
O que nos falta, no entanto, é segui-lo,
e não faremos porque a cultura de massa, o inconsciente coletivo, trouxe em sua
profundidade uma busca mais material, menos interna, a qual nos reflete em
roupas, em casas, em falas, em pensamentos... Diferente de um passado no qual
havia um comportamento gerado pela nata das tradições, e assim havia o real
reflexo em toda sociedade.
Não devemos, no entanto, deixar de lado o
que nos deixaram, ainda que sejamos tão materialistas quanto ontem. Devemos, na
certeza de compreender a história da imortalidade humana, na qual a morte era
apenas o outro lado da vida, não apenas para saber, nos informar, mas, como já
vimos, entender o que os mestres de saberia nos deixaram...
Os sete princípios humanos.
Estudamos em teosofia, com a mestra
Blavatsky, que somos uma constituição septenária – unida pela junção de sete
subcorpos e que perfazemos a busca pelo que somos, pelo ser.
1. Sthula sharira -
O corpo físico, corpo denso.
2. Prâna -
O corpo vital;
3. Linga sharira -
O duplo etérico, o corpo astral na teosofia original, de
Blavatsky;
4. Kâma rupa -
O corpo de desejos ou corpo emocional, o corpo astral na
literatura teosófica posterior a Blavatsky;
5. Manas - Nossa Alma
Humana, ou Mente Divina. É o elo entre a Díade Atman-Budhi e nossos princípios
inferiores; O corpo mental de Manas inferior;
6. Budhi - Nossa Alma
Divina;
7. Atman - O raio do
Absoluto, nossa Essência Divina (*)
Os últimos, Manas, Budhi e Atmam, são
subcorpos de nossa tríade que, segundo a história das civilizações, sempre
fizeram parte do homem – desde que o homem é homem, passando pelos sábios
aramaicos, arianos (de Ariavarta), persas, gregos, romanos, egípcios... Hindus,
árabes, enfim, por todas as culturas, que souberam que a imortalidade não era
apenas uma crendice, mas uma realidade tão forte quanto à própria vida em que
vivemos.
E, por isso, tentaram nos passar por meio
de suas escolas, de seus mitos, teatros; de sua sabedoria, humanidade... Que tínhamos
algo maior do que nossa grandeza física a ser encontrado. Tínhamos a evolução
baseada na natureza externa.
E quando Cristo nos diz... “Descobriste o
principio, para que estejas procurando fim?”... Conota em nossas mentes que a
grandeza de suas palavras, ditas do cume de seu universo interno, vem ao
encontro do que foi proposto há mais de dois anos, quando culturas diziam que “a
gota está no oceano, e o oceano está na gota”... Deixando, sem meros simbolismos,
que, ainda que estejamos voltados à nossa personalidade bruta, fazemos parte de
Deus, da Tríade Maior, e que, se somos parte dela, temos em nós a mesma
característica, a mesma essência, a imortalidade...
Finalizando...
Se descobrirmos, não apenas em teoria,
mas por meio de uma realidade prática, ou seja, tentando nos elevar por meio
dos mistérios esquecidos no passado, como passar pelas iniciações sagradas, pela
busca do que somos, porque somos, e porquê, começáramos a ver o principio e o
fim de tudo. E a morte, enfim, será
apenas uma palavra, como todas as outras.
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*Wlkipédia
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