segunda-feira, 28 de julho de 2014

Evangelho de São Tomé: a essência.

Em todas as tradições houve sempre uma filosofia reencarnacionista gerada por sábios que um dia dela provaram, e desde épocas passadas tentam nos passar de maneira simples e ao mesmo tempo complexa como e porque temos a imortalidade. E no Evangelho de Tomé, Cristo nos dá uma pista dessa característica não tão singular, mas essencial à compreensão de nós mesmos.



O legado da reencarnação não morreu.





Perguntaram os discípulos a Jesus:

Como será o nosso fim? Respondeu-lhes Jesus: Descobristes o princípio, para que estejais procurando o fim? Pois onde estiver o princípio ali estará o fim. Feliz de quem está no princípio; também conhecerá o fim - e não provará a morte.

Segundo a sabedoria tradicional, que nos deixou legados eternos, podemos dizer, baseados nela, que houve civilizações, como fora diversas vezes aqui colocado, que seguiam o caminho da imortalidade, não por meio de remédios, de fórmulas científicas, mas por meio de uma cultura de Ser..

Explicado anteriormente, o ser, segundo conta a tradição, é a parte natural do homem que subjaz à personalidade, e ao que mais interno há no homem – ou como diria um grande filósofo, é a parte que aparece quando não a procuramos.

Formada por dimensões, essa parte, constituída por três elementos os quais singularizam o que somos, permanece eterna, assim como em tudo que a detém. O homem, por ser detentor da consciência de sua própria existência, e por isso de questionamentos que o levam a tentar entender suas características internas – emoções, desejos... – sabe, graças ao passado, que há mais em sua natureza dantesca, do que no próprio céu físico, pois houve outros homens que procuraram e encontraram na natureza o que temos em nós, a imortalidade, a essência, Deus.

O que nos falta, no entanto, é segui-lo, e não faremos porque a cultura de massa, o inconsciente coletivo, trouxe em sua profundidade uma busca mais material, menos interna, a qual nos reflete em roupas, em casas, em falas, em pensamentos... Diferente de um passado no qual havia um comportamento gerado pela nata das tradições, e assim havia o real reflexo em toda sociedade.
Não devemos, no entanto, deixar de lado o que nos deixaram, ainda que sejamos tão materialistas quanto ontem. Devemos, na certeza de compreender a história da imortalidade humana, na qual a morte era apenas o outro lado da vida, não apenas para saber, nos informar, mas, como já vimos, entender o que os mestres de saberia nos deixaram...

Os sete princípios humanos.

Estudamos em teosofia, com a mestra Blavatsky, que somos uma constituição septenária – unida pela junção de sete subcorpos e que perfazemos a busca pelo que somos, pelo ser.

1.   Sthula sharira - O corpo físico, corpo denso.
2.   Prâna - O corpo vital;
3.   Linga sharira - O duplo etérico, o corpo astral na teosofia original, de Blavatsky;
4.   Kâma rupa - O corpo de desejos ou corpo emocional, o corpo astral na literatura teosófica posterior a Blavatsky;
5.   Manas - Nossa Alma Humana, ou Mente Divina. É o elo entre a Díade Atman-Budhi e nossos princípios inferiores; O corpo mental de Manas inferior;
6.   Budhi - Nossa Alma Divina;
7.   Atman - O raio do Absoluto, nossa Essência Divina (*)

Os últimos, Manas, Budhi e Atmam, são subcorpos de nossa tríade que, segundo a história das civilizações, sempre fizeram parte do homem – desde que o homem é homem, passando pelos sábios aramaicos, arianos (de Ariavarta), persas, gregos, romanos, egípcios... Hindus, árabes, enfim, por todas as culturas, que souberam que a imortalidade não era apenas uma crendice, mas uma realidade tão forte quanto à própria vida em que vivemos.

E, por isso, tentaram nos passar por meio de suas escolas, de seus mitos, teatros; de sua sabedoria, humanidade... Que tínhamos algo maior do que nossa grandeza física a ser encontrado. Tínhamos a evolução baseada na natureza externa.

E quando Cristo nos diz... “Descobriste o principio, para que estejas procurando fim?”... Conota em nossas mentes que a grandeza de suas palavras, ditas do cume de seu universo interno, vem ao encontro do que foi proposto há mais de dois anos, quando culturas diziam que “a gota está no oceano, e o oceano está na gota”... Deixando, sem meros simbolismos, que, ainda que estejamos voltados à nossa personalidade bruta, fazemos parte de Deus, da Tríade Maior, e que, se somos parte dela, temos em nós a mesma característica, a mesma essência, a imortalidade...

Finalizando...

Se descobrirmos, não apenas em teoria, mas por meio de uma realidade prática, ou seja, tentando nos elevar por meio dos mistérios esquecidos no passado, como passar pelas iniciações sagradas, pela busca do que somos, porque somos, e porquê, começáramos a ver o principio e o fim de tudo.  E a morte, enfim, será apenas uma palavra, como todas as outras.




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*Wlkipédia

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