Vamos renascer a cada linha. |
Vamos lá.
Com nossas parcas ferramentas, repetindo, mas com vistas a seguir a
tradição no quesito tradução,
tentarei aos poucos trazer à tona – não aos humildes reais no saber, muito
menos aos sábios, mas apenas aos meros buscadores – uma realidade latente que
há muito pede passagem, mas, graças ao homem moderno, a cada dia, se vai nas
ruelas de culturas que se dizem as melhores do mundo, contudo, desfazem qualquer
iniciativa educacional de transformação ideológica.
Bem, baseando-me no que fora dito em vários textos passados, e nos que me
basearei daqui para frente, sempre nos clássicos, trago as linhas de diálogos
entre o mestre cristão, Jesus, e Tomé, ainda discípulo, nas quais a depender do leitor
irá discordar (ou não), porém terá toda a possibilidade de ir atrás das fontes
que cito durante toda a minha interpretação... Ou pelo menos em minha
tentativa...
Ei-los.
1-“Quem descobrir os sentidos dessas palavras, não provará a morte”
Nos textos
clássicos, aqueles que jamais serão tocados, há ensinamentos sagrados dos quais
o próprio homem duvida. Por que duvida?... É a parte “Tomé” de cada um, ou
seja, é natural que sejamos assim, por mais que tenhamos a matéria em nossa
mão, com todas as respostas, e mesmo assim vamos duvidar.
Tomé reflete
um pouco dessa personalidade, de nossa alma que coça, que sente aquela pontada
pela ervilha que dormira debaixo de sete colchões (símbolo dos sete elementos),
que se indigna, que, a depender de nosso universo, de nosso entendimento,
começaremos a criar meios para alcançar o céu interno (ou objetivos imediatos)
e compreender a imortalidade da essência da vida, sempre por meio de nossas
dúvidas, questionamentos, busca.
Cristo, em
sua filosofia, deixou claro que nossas atitudes são válidas a partir do momento
em que temos uma direção, um caminho. Suas palavras, mecanismo natural
responsável pela imortalidade do todo, trazem a brandura codificada, ou como
fora dito, de um elemento – Manas – universal, do qual faria com que nós seres
humanos iniciássemos a compreensão do Todo, mas não de forma gratuita, mesmo
porque temos uma personalidade que, por si só, reencarnada, sintetiza que
trouxe em si a reminiscência de um passado material, não espiritual.
Ou seja, de acordo com sabedoria antiga, se
estamos aqui, agora, é porque somos o somatório
do que fizemos, pensamos, passamos ao tempo, e que, ao ver do grande universo,
como diria os indianos, dos “Lipitacas” --- os quais são responsáveis pela
memória da alma humana – tínhamos que voltar à matéria...
Não por
isso, no entanto, as palavras perderam sua imortalidade, no sentido simbólico
da questão, pois elas trazem escritos verdadeiros, porém simbólicos dos quais
somente aqueles iniciados no esoterismo (interno), retiram dele a verdade.
Contudo não é preciso tanto para entender que todos eles, do cimo da montanha
interna, do Manas, pois se chamavam seres manvataricos
por isso, nos traduzem a realidade nas palavras, nos revelam a imortalidade,
mas não conseguimos a chave para abrir.
2. Quem
procura, não cesse de procurar até achar; e, quando achar, será estupefato; e,
quando estupefato, ficará maravilhado - e então terá domínio sobre o Universo.
Uma
procura não muito conveniente aos materialistas de hoje, os quais, em
subterfúgio primário, o etero físico, em seu sentido mais amplo, procuram,
encontram e morrem satisfeitos com o que encontram; porém, a saga humana, desde
os primórdios de nossa civilização, de algum modo, vem com essa premissa, a de
conseguir a todo custo, seus objetivos externos, sem que modifique o sentido de
toda sua essência...
Por
isso, séculos se fizeram, e neles os grandes avathares- entre eles Cristo e os
demais filósofos, desde Zoroastro a Platão, iniciados em seus mistérios, mais do
que ocultos aos nossos olhos, e com razão, unificaram-se em outro tipo de
busca, talvez a mais rara e difícil de todas, a humana.
Uma
busca que, realizada a passos curtos, em direção a Deus, no sentido mais amplo da
palavra, verá não só o sentido da existência humana, mas de tudo, de todo
universo, da grande Inteligência que assombra o mais moderno cientista, o qual,
em sua cientifica busca, não consegue
traduzir, nas entrelinhas, o porquê de Tudo.
Os
filósofos, no entanto – entenda-se filósofo por todo aquele que se questiona a
respeito da essência da vida, e não se contenta com o racional voltado para
baixo e tenta elevá-la ao pico em forma de pensamentos, atos, e acompanha em
natureza -- erra e sabe disso, mas sabe que a busca é inexata ao passo de nossas
dúvidas, mas exata no momento em que a certeza se faz em forma de simples atos.
É a
maior busca de todas, e quando a fazemos... “ficamos maravilhados”, e quando a conseguimos – quem sabe um dia –
teremos o “domínio sobre (nosso) Universo”...
3. Jesus disse:
Se vossos guias vos disserem: ‘o reino está no céu', então as aves vos
precederam; se vos disserem que está no mar, então os peixes vos precederam.
Mas o reino está dentro de vós, e também fora de vós. Se vos conhecerdes,
sereis conhecidos e sabereis que sois filhos do Pai Vivo. Mas, se não vos
conhecerdes, vivereis em pobreza, e vós mesmos sereis essa pobreza.
Aqui, a prova maior que
estamos no todo, e que o somos. O reino a que tanto Cristo se referia na Bíblia
nada mais é que a própria tríade comentada pelo passado do homem, no qual ameríndios,
persas, hindus, gregos e até mesmo parte dos cristãos tinham em sua cultura, e
que, em textos passados, sob forma de
Nous, o deus no homem, Platão falara.
As aves do céu precedem sim o
Reino dos céus, mas antes devemos crer que tais nada mais são que seres que
possuem uma consciência diferente da dos humanos, assim também uma lei que
corre em paralelo à nossa, o que não as deixa de “fora” do contexto, ou
qualquer animal que visualizemos seja no céu ou a rastejar nas terras.
O homem, por obter em si um
elemento importante, o kama manas – o desejo em forma de ponte para a
consecução de seus fins, sejam eles materiais ou imateriais, psicológicos,
pode-se dizer que já possui uma alma voltada à lei que a rege, isso em sua
natureza divina. E isso deveria facilitar a ele, mas não...
O Reino dos Céus,
interpretado de várias formas, em culturas diversas, pode ser, em razão dessa
dificuldade de interpretação, qualquer lugar, menos aquele Cantinho Idílico,
como diria Marcos Aurélio, dentro do próprio homem, ou fora dele, pois aprendemos
a bipartir o mundo como duas forças, a do Bem e a do Mal, em lutas acirradas em
uma disputa cruel pelos seres humanos.
E por isso devemos, com o que
temos, dentro de nossas possibilidades naturais, não materiais ou sob o comando
de muitos, nos conhecermos (lembra-se do “Conheça-te a ti mesmo?”) com fins de
Conhecer a Vida e o que ela nos guarda, mas sempre lembrando que somos um pouco
de Deus, e isso fica mais fácil.
Por enquanto é só.
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