terça-feira, 12 de julho de 2016

Até Mesmo as Pedras Se Movem




... Continuando...

Olhar ao espelho, observar bem o que somos. Refletir acerca do que semeamos, colhemos, enfim, é um grande exercício para quem quer mudar sua persona e transmutá-la em favor de algo. O que nos cabe aqui é teorizar o máximo a respeito dela, de nossa persona, no sentido de elevá-la, não diminuí-la. Não adianta, no entanto, ficarmos a "ver espelhos" pelo resto de nossas vidas. É preciso encarar a si mesmo, dar passos, realizar, a enfrentar crises, dores, guerras pessoais -- ou não, a poder, quem sabe, até as externas, mesmo porque quanto queremos mudar há sempre alguém ou algo que nos impede.

Um dia (de novo??) um grande professor nos disse, "já percebeu: quando dissemos a todos 'ah, amanhã vou começar um regime sério de emagrecimento, vocês podem ver'". A partir dali, "vocês nunca emagrecem, jamais iniciam qualquer coisa!" -- e prosseguiu. "Outro dia um amigo me disse 'cara, nunca mais vou beber na vida, não aguento mais minha mulher reclamando! Noutro dia, adeus promessa, pois amigos de vários lugares o convidaram para uma despedida de solteiro!"... 

A partir dai então queria nos dizer que temos que ser "Kantinianos", ou seja, se temos um propósito, seja ele qual for para nosso bem, ou visando outros bens, não podemos escutar premissas relativas, nem mesmo nossa persona. Não há tempo para isso, disse. Temos que fazer, e pronto. 

Para afincar mais, darei outro exemplo: se em sua casa há um almoço em que nele serve-se feijoada, e depois desse almoço sua cozinha torna-se um inferno pós-festa, não se pode deixar questionamentos pessoais ou familiares tomem conta de sua consciência. pois, assim, sempre haverá espaços para dúvida, e a cozinha... enfim, vai dormir suja. Vamos lavar a louça, o chão, passar panos nas paredes, varrer a casa inteira, e sorrindo, beber um bom vinho após tudo.

O cansaço?? Não há tempo para o cansaço. O bem, elevado à máxima potência, incriado, fomentado em fogos puros, não admite pensar em dores, ou qualquer coisa, a não ser no próprio bem.

Assim o somos, ou pelo menos devíamos ser em relação aos nossos objetivos, projetos e ideais. Todos eles regados de certezas ao bem, ao correto, ao sagrado, ao Eu. Sei que nem mesmo os heróis do passado seriam assim, mas sei que poucos o foram em razão dessa certeza que um dia o fizeram o que foram: heróis. Modificaram sociedades, mundos, e educaram civilizações sem a mínima intenção de fazê-lo (ou, sim, talvez) e atravessam épocas desde que olharam para si mesmos e se moveram para um grande ideal.

A olhar para trás e a seguir tal premissas podemos nos encaixar como heróis, não em vencer batalhas, guerras, mas em nome de algo que possa fazer diferenças em nossas vidas. Um ato. Somente um ato pode dizer o que somos. E quanto me refiro a ato, penso naquele que um dia nos faz seguir a lei maior, regada de sacralidade: ética, moral, amor, justiça, verdade, paz, temperança, vida, união, integração..



Pergunte as pedras!




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