quinta-feira, 14 de julho de 2016

Um Planeta Desconhecido (em nós).





... Após algumas experiências ligadas ao que nos perturba no bom sentido, sentimos que estamos enraizados em propósitos profundos, nos quais nos encontramos e nos sentimos mais humanos. É tudo que queremos, é tudo que pedimos aos céus, uma chance de nos definirmos como pessoa, não apenas em vontades relativas, mas também em vontades que nos fazem bem -- no mais profundo da palavra.

Não somente um dia, mas todos os dias, com aquele sentimento de abraçar o mais próximo, rendê-lo homenagens não somente por vencer, mas por ser um de nós, guerreiro, forte, objetivo, com sonhos latentes nos olhos, com fraquezas físicas, mas teimoso em sobreviver nas larvas de um mundo que, visivelmente, se acabará por falta de humanidade antes que um cometa o faça.

Nossas práticas humanas devem render sonhos, render exemplos, dos quais crianças e jovens possam se espelhar e por eles resolver o pouco (mas complexo) que a vida lhes oferecem; dar-lhes algum tipo de vontade de viver, apesar do sistema falho, cruel e covarde que se nos apresenta hoje, em forma de máscaras risonhas em aeroportos, em balcões de lojas ou em portarias de câmaras, ou seja, dizer-lhes que podemos sê-lo sim, mas sinceros, amistosos, felizes, com o pouco que se tem, mas jamais se perdendo em hipocrisias suplantadas em nosso caráter somente com o prazer falso de dizer... "bom dia", sem querer desejar.

A Felicidade existe, para inicio de conversa; mas em um planeta perto de nós, assim como na história do rei que implorou aos seus subordinados cavalheiros que fossem atrás da peça de ouro, um cálice, no qual resguardava-se a água benta, que lhe dava a juventude, a vontade interior de lidar com o mundo... Temos, sim, esse planeta, que nos revela o que somos, como sol, que nos ilumina particularmente, a nos trazer aquele sorriso pequeno, mas fértil de pureza e paz, e vida.

A felicidade existe, sim; e não é uma sombra que se apaga com o sol da horda dos outros que buscam o mal, como estrela. E como uma semente, que nasce, crescer e dá frutos, e tornar-se uma árvore belíssima, nos burla a alma, nos faz ter a certeza de que não somos apenas meros ambulantes (ambulare), ou morcegos que se alojam em árvores, para, de noite, fazer seu trabalho... 

Não sabem, pois, que até mesmo os morcegos são tão felizes em seu papel, que semeiam a terra na madrugada, a jogar restos do que colhem de suas casas ao chão, como meros ambientalistas solitários, a realizar o que o homem -- com toda a sua consciência total -- propagandeia e ainda faz errado.

Preciso falar do Entusiasmo...

Não há falar em felicidade sem falar em entusiasmo (en>theo> em Deus), pois é preciso tê-lo na medida que façamos algo voluntário (vontade interna), baseado em premissas quase ocultas, sem racional, apenas de forma semântica, mas precisa, determinada, sem questionamentos, com forças para modificar não somente o mundo, mas a você também. A felicidade reside no entusiasmo.

E quando me deparei com aquelas circunstâncias sobre as quais falei em textos anteriores, pude ser feliz um pouco, mas com uma intensidade que não posso descrever, mas posso fechar o caxão de meu físico -- espero que daqui a cem anos! -- a sorrir, indo para o planeta desconhecido.



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