segunda-feira, 4 de julho de 2016

Dory e o Tubarão

Dory

Temos ideais, projetos, ideias, objetivos -- e todos eles, de alguma forma, parecidos. E quando bate essa semelhança, tentamos elevar todos eles à condição de espirituais. E podemos. Se observarmos bem, tudo que há no universo tem um objetivo, um ideal, um projeto... Enfim, não se pode fugir desse detalhe, que nos assombra todos os dias.

Esses dias, comentava a respeito de uma notícia que saiu em um dos sites mais vistos do planeta (não vou dizer o nome), e que fortificou minha reflexão sobre a manutenção dos seres vivos para com seu habitat, seu grupo, sociedade, mundo, e por que não dizer universo?

Nos cinemas, "Procurando Dory", continuação de "Procurando Nemo", tem levados milhões às salas dos Estados Unidos, fazendo com que os Estúdios Disney alertem a todos com relação ao quadro preocupante que se encontra o peixe "Dory" nos mares. Quer dizer, o medo de que possam todos ir atrás do peixinho, desfazendo, de certo modo, a cadeira alimentar na qual vive.

O medo é natural, é passível. Nesse caso, principalmente. Segundo notícias, após a animação 'Procurando Nemo', se eu não me engano, em 2009, várias crianças queriam o peixe palhaço, protagonista do "Nemo", para vê-lo em seus aquários particulares, o que fez com que houvesse falta em vários de seus habitats naturais, nos quais ele desova, nasce e cresce, e querendo ou não, é presa natural de outros peixes.

Bonito ou não, temos que respeitar a natureza das cadeias alimentares, mesmo porque fazemos parte delas e, mais na frente, de outra maior, na qual Todos estamos; bonita ou não, temos que apreciar a beleza, apreciá-la, e com ela aprender, refletir, nos envolver, nos comunicar, nos integrar, e saber nossos limites.

Tubarão







O homem, no entanto, surge como dono do mundo, se espelhando em deuses antropomórficos (como pessoas), além de obter vantagens, como ditador de uma natureza, a acreditar em sua inteligência natural, acima da dos animais, dos seres em geral, e por isso espalha suas nuances dignas de um rei atrapalhado.

Prova disso são os tubarões, os quais, graças a um filme da década de oitenta, ganhador da simpatia de muitos que já não gostavam de peixes grandes, mostra a proeza de um tubarão enorme -- nos parece mais um boneco empalhado, o qual se movimentava por controle remoto, a dar medo nas praias americanas, nas quais, no verão, são mais lotadas que vagões em época de show...

Destemidos, três homens vão ao seu encalço. E no final, o menos especializado em tubarões o mata, com um tiro, na boca, depois que o "grande animal" ter destruído todo o barco, que parecia muito mais uma banheira em meio a um mar sem ondas!

Tudo muito bem feito, para que Tubarão, o filme desse bilheteria. E deu. E muito mais que dinheiro, o filme rendeu um inconsciente a maioria dos seres que já tinham medo do animal. Agora, mais do que nunca, ele seria caçado, morto, e visto como a maior ameaça dos oceanos!

O tubarão, assim como o urso americano, que perdeu seu habitat para os homens que adentraram na floresta americana, construíram casas, e hoje são "vítimas" daqueles, teve seu meio atravessado e tomado pelo progresso das praias, nas quais crianças, mulheres, e até surfistas, que nem sequer sabem pronunciar a palavra tubarão, e hoje nem questionam o fato de serem invasores de habitat, são pegos em armadilhas do inconsciente, deixando claro a irrelevância de uma reflexão mais aprofundada sobre a questão....



Voltamos mais tarde.










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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....