terça-feira, 26 de julho de 2016

Ave, César!




Na Roma antiga, quando o senado era corrupto, quando muitos passavam por um sistema falho tal qual o nosso, porém, sob outras vertentes, havia uma atenção especial a um homem: Júlio César. Desde sua infância, quando nascera sob os cobertores de uma elite, sob lendas e mitos romanos, dos quais nasceu a sua maior fama, a de ser filho do deus Marte, também havia os que eram contra sua existência, graças a um sentimento inerente aos seres humanos, chamado inveja.

Era certo que o pretenso comandante, que mais tarde passearia na Gália, massacrando seus inimigos, sofrera com isso, por isso seu assassinato. Não poderia ele, o grande César, viver como um grande homem, cujas estratégias sempre tiveram êxito em campo, ser uma âncora eterna de um tempo? Sim, e foi.

Com um caráter duvidoso, no sentido biográfico da questão, pois muitos o revelam pudico, e outros, corajoso, outras vezes, mulherengo; mais na frente, homossexual (!), em nome de comentários detidos em vinganças, outros, graças ao que ele fora -- o maior dos generais.

Entretanto, não se pode negar que César foi referência após sua morte, tanto que, a partir dali, a nomenclatura (Caesar) serviu para os sucessores, inclusive pós-mundo clássico, na Alemanha e na Rússia, aos Czares e Kaisers (Césares), como maior patente.

A hombridade, a disciplina e a ordem que detinha em suas vitórias fez com César, após oito anos fora de Roma, voltasse ao seu lugar de origem como um (quase) Deus, obrigando, teoricamente, os senadores daquela república a nomearem o general o ditador de Roma. Contudo, César jamais seguiu ordem de senadores ou de qualquer comandante quando soubesse que tal ordem não estivesse de acordo com o seu prisma. 

E quando nos referimos a ordens expressas, a comandos obedecidos, vem-nos em mente a palavra ditador, que, graças a exemplos atuais, nos dão arrepios. Porém, em tempos de César, quando este o foi, até mesmo os grandes senadores como Cícero, ficaram abismados, porque o general, em vista de outros, transformou bibliotecas, revitalizou tradições, perdoou dívidas públicas, o que fez com que tais atos se assemelhassem aos de um rei -- abolidos pelo sistema romano há séculos.

Isso mais de que tudo, em nome de um caráter que se revitaliza à medida que suas pernas se movimentavam junto do povo, criava inveja, comentários, vícios de pensamentos, os quais levaram a César ser vítima de um ego que não tinha tamanho. Foi assassinado. 

Mesmo assim, após sua morte, assim muitos que se vão, percebe-se que o general foi tão importante a Roma quanto qualquer outro, pois, em reverência, em ordem, em estratégia, em educação, em inteligência, em uma época que pedia um herói que resguardasse os valores de uma grande civilização, a qual, ainda que fosse um pouco confusa politicamente, amava a tradição da qual nascera e por isso sabia que necessitava de um espelho, com vistas a se ver, e organizar-se em essência, em estrutura -- em tudo ele fora o espirito de Roma. Mas para isso teve que morrer.






















 


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