terça-feira, 30 de outubro de 2018

Pólis

Quando das guerras entre cidades-estados na Grécia antiga, entre Esparta e Atenas, onde heróis nasceram em batalhas, e nelas morreram, o termo pólis já existia nas vozes dos grandes reis, que empunhavam espadas, com seus nobres soldados, clamando liberdade. Era preciso uma ordem, uma organização acima dos prazeres de conquista. Mais que isso. Era preciso estabelecer metas, objetivos em terras conquistadas... Era preciso pensar no povo conquistado. 

E do povo para o povo, nasceu a Democracia, termo que que significa, em grego, governo do povo para o povo. Entretanto, em consciência se iam ideais, em forma de partidos que nasciam, que se desfaziam, com homens não satisfeitos com o regime -- assim como hoje. Entretanto, havia dos filósofos insatisfeitos não apenas com o regime em si, mas com aqueles que eram injustiçados, com aqueles cuja humildade era a arma, a dor era o escudo. O povo. 

Enquanto políticos se formavam; enquanto, em paralelo, se via a deformação inicial da democracia, a semântica humana era trabalhada em prol não apenas de um ou dois povos, mas da humanidade. Era claro que passávamos por intempéries necessárias, assim como uma roldana, para rodar, se mexer, levantar um objeto, tem que se adaptar. Era o que acontecia naquele tempo. Hoje, no entanto, quando nos referimos à Democracia, parece-nos que estamos a nos referir a um sistema novo, pequeno, de ontem... 


A Democracia, hoje um sistema elástico em vários dos países europeus ocidentais, por ser "elástico", nos passa um ensinamento errado em relação a ele: que sempre está se iniciando, em meio ao caos que ele próprio propicia. Por quê? Se observamos bem, a pérola democrática nada mais é que o próprio povo, as comunidades nele inseridas, a sociedade formada por pessoas e seus comportamentos, sejam eles a favor ou contra o que se impõe. É. Na maioria das vezes, o sistema só se revela democrático quando os que o governam são democráticos -- ou seja, raramente.


Por esse sistema se mostrar tão volúvel quanto o próprio ser humano, alguns filósofos como Platão, que nascera em meio a esse meio flácido e em forma de bolha, cujos pais eram tão políticos quanto deputados que nascem na sombra de propinas, ele, o filho de "burgueses", fez uma fulgral visita a Sócrates com fins informativos, o que lhe rendeu tudo, para a vida toda. E para a nossa também.

Para Platão, que viajara a vários países para compreender o porquê dos sistemas, que um dia fora vendido como escravo, e que conviveu com os piores reis, além de ver seu mestre morrer em um regime espelhado no vaidosismo humano, do qual poder-se-ia retirar apenas a incoerência, a frialdade humana, fez várias obras ao longo de sua vida. Entre elas, "A República", na qual clama por Justiça os ideais humanos -- não apenas do povo, mas da humanidade, esse conjunto natural tantas vezes manipulado por quem deveria amá-los.

Fala em Educação, Justiça e na busca pelos valores sagrados aos quais, antes dos sistemas, eram clamados e refletidos nas cidades, nas sociedade e na face do ser humano, que sabia que do alto vinham os valores, e de baixo, a invenção de outros, em nome do interesse dos "amos da caverna".



Vamos falar um pouco desses valores ao longo dos textos.



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