Quando Platão se laçou a moldar a República, tinha em seu tempo um sistema que precisava de um referencial, assim como hoje, mas a questão é que não temos mais filósofos, e sim teóricos temporais que se embananam com figurinhas ideológicas, como adolescentes na busca por pêlos perdidos.
Difícil culpar alguém ou uma época por isso, simplesmente porque temos muito que aprender e a discorrer sobre o que podemos fazer para salvar a humanidade de certos cupins constroem suas casas em cima de nossos ideais, sempre desmistificando o que falamos, pensamos, amamos...
Porem, há uma saída: a busca pelos ideais humanos. Não relativos, mas absolutos! E quando nos dirigimos à palavra "absoluto", temos que ser capazes de olhar para cima, não para baixo ou para o lado, mas para cima, de modo que nossas experiências, vontades e sonhos sejam mais que "sentimentos" e sejam, num futuro distante, parte de um universo que tanto buscamos.
Nosso mestre Platão sabia disso. Ao nos direcionar aos valores Justiça, Beleza e Verdade, expressos magnificamente em suas obras, preconizou mais que todos os outros de seus tempo -- claro: baseado em outros mais astutos e conhecedores do ouro sagrado, --, além de pesquisar, estudar, tais valores, viu que teria que fazê-lo de modo racional e ao mesmo tempo intuitivo, com vistas sempre a traduzir as eras nas quais o próprio homem teria dificuldade em seguir com sua sabedoria libresca e quem sabe observar as estrelas, ou melhor, o que ele, Platão, e os mestres do passado teriam deixado como forma de referências sagradas à renovação humana.
E aí que entra o absoluto --, não de forma teórica, mas precisa, clara, prática, e sim ao mesmo tempo ditadora (no melhor sentido da palavra), pois a elasticidade dos sistemas faz com que o ser humano invente valores, e invente, como diria muitos, modas como forma de seguir alguma coisa sem que precise ser comandado por alguém ou mesmo por leis mais rígidas. A rigidez aqui não se trata de militarismo, muito pelo contrário, trata de um equilíbrio constante das leis que não mudam desde que aparecemos no mundo...
A questão é que não aceitamos leis rígidas, mas queremos que nossos filhos a sigam quando são encontrados caídos em meio a vários que tomaram sua cerveja ou mesmo drogas pesadas no meio da multidão; detestamos leis, mas odiamos quando ao contrário da punição vem o ato de perdão àquele que cometeu feminicídio, homicídio, genocídio... Sabe por quê? porque possuímos leis e não sabemos.
A partir de lógicas semelhantes, filósofos construíram legados em favor de uma melhor estrada, de um melhor caminho. Foi assim, olhando para o alto, que alguns de nós se tornaram heróis reais, pois não os interessava sua casa ou cavalo morto, mas o espírito absoluto em torno desse universo cujo nome ainda não sabemos.
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