sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ah, como eu queria mudar o mundo!

Queria mudar o mundo, mas não posso. Dizer aos jovens que a vida não é apenas a busca de prazeres insensatos, aleatórios, quentes, físicos e suicidas. Dizer que a vida é um emaranhado de leis guiadas por uma lei maior, dessas que a gente não compreende e quando o fazemos não sabemos explicar. Dizer que o mundo não é tão ruim do ponto de vista humano, pois, ainda que sejamos os culpados pelas mazelas nele apresentadas, podemos mudá-lo, não nos mudarmos de cidade, de país ou mesmo de mundo, quando desejamos sair dessa esfera, acreditando que há outra melhor... Mas mudar nossa atitude frente a ele, ao mundo.

Dizer que somos responsáveis pelo nosso destino, mesmo quando não temos o caráter para guiá-lo. O universo não perdoa nem mesmo as crianças, pois já está inserida dentro do seu contexto, quiçá os jovens que possuem uma mentalidade mais consciente – pelo menos era pra ter – a mais que as crianças, embora haja jovens que se indignam em crescer e se transformarem em serem adultos e estacionam no tempo, assim como há alguns adultos que o fazem, e não aceitam os grisalhos, buscando sempre o comportamento da fase antecessora – a adolescência.

Claro que é uma fase maravilhosa, mas é preciso dosar as experiências de maneira que, se for tóxica, amorosa, etc, que se possa sair dela sem maiores danos. A questão é que sempre os conselhos são apenas palavras que se vão como flechas sem acertar ninguém; são fumaça que dissolvem no ar após a calada da noite, quando vem a lua e as estrelas.


As experiências são "apenas" degraus em que devemos subir sem olhar para trás senão nos apaixonamos por ele e ficamos eternamente presos àquele que deveria ser apenas um... Degrau.

Nós nos apaixonamos por tudo, menos pelas leis a que devemos obedecer. As leis, segundo a juventude, são parte de um ritual que foi feito apenas para barrar sua vivência junto aos outros jovens. Não. Não é. As leis são formas de critérios não casuais que existem pela necessidade de haver uma retidão em tudo, em todos os lugares. A exemplo disso, até mesmo as mais terroristas das organizações é obrigada a fundir leis nas quais elas a obedecem – explodindo uns aos outros. Mas não estamos nos referindo a leis criadas por homens e sim daquelas voltadas ao bom senso comum a todos, ou seja, o que é bom pra mim é bom para todos, não a lei que diz “o que é bom para mim é bom para mim”, e pronto.

Dessas leis somos obrigados a obedecer, às vezes, quando o governo nos lança taxas de juros altíssimas no mercado barrando inflações e o poder de compra da maioria, mas não de uma camada, a minoria, que não sabe o que é inflação, juros, pobreza... As leis, aqui, só existem quando querem...

Aqui, graças a essa falta de leis, a essa elite, somos obrigados a reconhecer que existem os imitadores, aqueles que se subjugam ricos, mas são pobres; se subjugam intelectuais, mas não sabem bater um prego; aqueles que vivem de tudo, mas não conseguem suportar a dor da vida.

Na juventude, os olhos brilham na certeza de que as leis funcionam, às vezes, somente para ela. E com a ajuda divina, vão a festas, bebem de tudo, se embriagam, caem nas ruas, acordam cheios de dores, e continuam na certeza de que Deus vai lhes perdoar – Gregório de Matos amaria essa juventude!


Assim, se vão os princípios dos jovens, que se enamoram pelo nada – internets, sites de relacionamentos, livros inúteis, amigos idem – e propagam suas ideias ao vento como a fumaça do cachimbo dos caciques da paz, no caso deles, dos jovens, da morte.

Isso me faz lembrar uma autora que nos dizia que, se não vivermos nossos ideais de humanidade, é como se estivéssemos mortos em vida. Então... Haja covas coletivas kkkk! Pois não se vê outra coisa senão o devaneio de seres que se julgam corretos sem ao menos viverem a prática do amor, da paz, da vida, da ética, da moral... Dessas coisinhas, sabe, que constroem impérios, mas, na falta de um deles, destroem uma civilização.

São jovens cujo brilho no rosto saltita de energia para mudar o mundo, para deslocar o eixo da terra por amor à sua pátria, e, assim, vão às ruas, marcham em favor da paz, contra os massacres coletivos, contra isso, contra aquilo, contudo, são meros seres desnorteados, sem o mínimo de educação que os faça não ser aquilo que são contra. E no futuro, lá estão outros jovens lutando pelo mesmo motivo, contra aqueles que um dia foram às ruas contra outros... Enfim, é uma cobra de duas cabeças indignada tentando entender seu rabo. Ou seja, estamos indo às ruas na tentativa de mudar a nós mesmos rs.

Haja o que houver, temos que ser frios e calculistas na consecução de nossos ideais. Não olhar para trás, ainda que estejamos lá, em forma de mãe, de pai, de filhos, de amor à pátria, de mudança do mundo... de uma educação... – pois desse mundo, não devemos nada! – temos que ser, no sentido mais literal da palavra, guerreiros! Lutar quando lutar, até o fim da batalha, auxiliando quem deve, eliminando quem deve... obedecendo quem deve, enfim, depois disso, seguir em frente, com amor à espada, ao escudo, menos à guerra, pois haverá outras, sempre, em todos os sentidos, tentando nos destruir interna e externamente – a interna é como se fosse por um vírus que nos adentra em nossa alma sem pedir, com todas suas armas, nos matando devagar, sussurrando nossos defeitos em nossos ouvidos, de maneira que, aos poucos, caímos em meio a batalha ao som de marchas fúnebres.


"É preciso muito tempo para se ser jovem"!

Como eu queria mudar o mundo!





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