A culpa, em si, não é da internet. Quando a televisão teve seu auge, muitos se prostraram em frente a ela como se fosse um deus na sala de star. Ficavam com olhos arregalados, sorrindo, ou mesmo chorando, pedindo a deus que não terminasse nunca aquele filme ou novela, pois, na realidade, encontraria problemas mais maduros e concretos.
Problemas em que cunhados, mães, pais e filhos são protagonistas e que só transformam o dia a dia em “filmes de terror”. Então é melhor partir para a ficção e dar opiniões relativas ao drama do que se encontrar dentro de uma realidade dentro da qual não se pode mudar nada – é o que pensamos.
Esse medo tomou conta de uma sociedade que pede para chegar a casa e brincar pouco com o filho, brigar muito com a esposa, e falar mal dos vizinhos. Uma sociedade cujo nível de expectativa financeiro, fisiológico tornar-se peça fundamental para um conflito generalizado.
E dentro desta expectativa, educamos crianças e jovens. As crianças são lançadas num vazio frio, cheio de ódio, e perambulam, instintivamente, com um amor maculado de dúvidas quanto ao que é bom na vida. Não sabem elas que determinados pais seguem o passado, o presente e o futuro de uma educação arcaica advinda dos pais e avós.
Os jovens, que criam potenciais com o tempo, graças a essa “educação”, desandam em leituras, em diálogos, não conseguem se infiltrar em grupos, e quando o fazem, fazem com jovens com o mesmo pensamento, ou seja, vazios de ideias, projetos, iniciativas, apenas com trocas de papos sem nível.
Aqui os pais têm culpa. Contudo não há culpá-los eternamente. Filhos crescem; se tornam donos de si, e são engolidos por ideias de diversos grupos, principalmente políticos. Enfim, se comunicam. Dentro dessa comunicação, podem os jovens buscar o que lhes apraz, contudo, encontram meios – ferramentas – como a própria internet, para lhes frear o processo de interação pessoal. O ciclo se fecha.
Os pais têm um papel primordial. São obrigados a trabalhar a comunicabilidade, a expressibilidade e habilidade do filho em lidar com as pessoas – não fugir delas. Trabalhar uma educação na qual não há como saber adentrar na vida sem um vinculo social e afetivo que não seja o pessoal – seja ele amoroso ou não – fora de internets (sites amorosos), ou mesmo empregatícios (na hora de uma entrevista, por exemplo).
Ensinar que não somos uma ilha cercada de computadores, mas de pessoas que querem nos sentir um aperto de mão, um abraço, uma conquista com o olhar, uma experiência humana além net. Enfim, os pais, se não vierem a educar o filho dentro desse parâmetro social, terão problemas em retirá-los dos computares, e virando expectadores de um espetáculo mórbido: um jovem se transformando em um vegetal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário