A saga continua...
Kevin e Maxx, à toda prova. |
E quando foram devolver a bolsa, ou o tesouro, como havia
dito nosso querido cavalheiro, Kevin, e seu fiel escudeiro, Maxx, chegaram a um
prédio imenso, de alojamentos quase que abandonados, o que parecia muito mais
um esconderijo do que uma moradia.
Ao entrarem naquele grande “castelo” – como repetia Kevin –
chegaram até o corredor que dava acesso ao apartamento. Bateram várias vezes, e
ninguém os escutava. Cogitaram ir embora, mas, de repente, como olhos grandes,
cabelos loiros, lábios avermelhados e uma simpatia à prova de qualquer homem,
uma mulher – longe de ser a rainha da Patagônia – muito mais próxima de ser uma
prostituta, os atendeu com um sorriso largo..
Os dois, de pronto, se assustaram. E na fresta da porta,
deixada pela rainha, Maxx olhou a
senhora e queria-lhe entregar a bolsa imediatamente e sair. Não pôde. A loira,
ao vir aqueles dois, iniciou um sorriso gozador, o que não os agradou. “O circo
chegou? Há há há”, e sob risos, ela os mandou entrar, olhando muito mais Maxx
que Kevin, e deixando-o sem graça.
“”Você não me é estranho”, disse ela, ao vir Maxx, que, na inocência,
repetia várias vezes que não. Mas ela não se referia ao menino em si, e sim às
características dele que as remetiam a uma outra pessoa que, no passado, a
fizera mal. O pai dele!
“Vamos embora!”, chamou Kevin, já não gostando do que estava
por vir. A mulher, insistente, enfim descobriu quem era Maxx. Filho de um
gigolô que matara sua esposa (a mãe de Maxx) e ficara preso durante anos. Mas o
menino grande não sabia o que viria mais tarde..
“Nós só queremos entregar a sua carteira, mais nada, minha
senhora”, Maxx rebuscava, mas ela era impiedosa e ria pelos adjetivos claros na
face do grandão que, na realidade, a ela traziam mais medo que saudades. “Olha,
está aqui sua carteira, minha senhora, adeus!”. E quando viu que a prostituta o
fez lembrar o pai algoz, quando a imagem do mal se fez, quando sentiu que seu
passado viera à tona, correu em direção à porta, puxou-a, quebrando todos os
sistemas de segurança que a prendiam, e correu para fora, com Kevin atrás
dele...
“Você não é igual a ninguém, você é único”
Depois de saírem correndo do castelo do mal, os dois foram descansar suas emoções, sentados à
beira de um lixo. Cansado e inconformado, Maxx não falara uma palavra – como era
dele isso, mas kevin, com sua filosofia que lhe era inerente, pegou uma carlota de carro, essas que ficam presas
ao pneu, e como espelho, trouxe à feição de Maxx.
O menino grande, a principio não compreendia o que o amigo
queria lhe dizer, mas, ao aproximar dele aquele espelho, Kevin, sentado ao seu lado, falou, “Olha para cá, Maxx, o
que você está vendo?”, e inconformado, não balbuciou nada; “Você nasceu com
suas experiências de Max, e por mais que você queira, não será outra pessoa.
Então, entenda, você nunca será o seu pai. Você não é igual a ninguém, você é
único”...
Levando a sério o que o amigo falador tinha dito, Maxx, mais
um vez, sorriu levemente, mas sabia que Kevin não havia acabado a aula, e então
ouviu falar um pouco, agora, de seu pai, que, ao vê-lo nascer com uma doença
que lhe dera apenas alguns anos de vida, resolveu ir embora da vida dele e de
sua mãe – Kevin esta sendo sincero, “E hoje, tenho a certeza de que eu não sou
ele”. E terminando a conversa, em tom agradável, porém dramático, os dois se
levantaram, e partiram para mais uma aventura...
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