quinta-feira, 12 de março de 2015

O Céu dos Cavalheiros (ii)

Vamos dar uma pausa no filme e vamos navegar um pouco nessa alma que tanto o homem busca, a alma de Cavalheiro.

O cavalheiro está em nossa parte superior.




Nas culturas antigas, como na Índia, por meio do livro clássico (quase bíblia dos indianos) o Bhagavad Gita, nas culturas védicas, por meio dos Vedas, e celtas, ao retratar em mitos, como o do rei Artur e seus fiéis cavalheiros, que se reuniam numa grande tábula redonda, sem falar na própria bíblia cristã, percebemos que o centro, o foco, a filosofia direcional é o próprio homem.

Nessas tábuas eternas, percebemos que o homem sempre está em evolução, ainda que passe “pelo vale da sombra da morte”, ou mesmo em busca de um cálice que se perde, quando uma espada é abandonada em meio a uma floresta (!). Outras vezes, na luta impiedosa contra seus próprios pares – parentes, amigos, pessoas com as quais lidava desde a infância, em uma guerra fratricida, tão simbólica e maravilhosa que permeia em nossas almas desde o primeiro momento que temos consciência de sua importância para a progressão interna.

E quando nos referimos ao cavalheiro, não estamos a comentar apenas aquele que, gentilmente, carrega uma mala ou mesmo dá a vez a uma senhora em um elevador, quando lhe passa percebido que o gesto é educacional é de brio. Não. Estamos nos referindo a um ser que não se corrompe com pequenas coisas, as quais nós, ímpios, tentamos delas sair incólume todos os dias, com o de levantar cedo ou fazer o café da manhã para a esposa.

O cavalheiro a que me refiro está nas escrituras sagradas. Está um andar acima de nós – e ao mesmo tempo dentro de nós – como uma figura divina (mas ao ver do grande espirito não), tão distante quanto nossas possibilidades de sê-lo. Por enquanto, nas mínimas coisas: no linguajar, no vestir, no andar, no reverenciar a vida – não somente as pessoas – sintetizando o que somos, sem saber.

Um dia..

Um grande professor nos disse, “Estamos no Antakarana de nossas possibilidades, em tudo que fazemos”, ou seja, o homem atual, em seus atos, não consegue colocar os pés na parte superior (espírito)  e muito menos edificar-se no chão (matéria), pois está sempre vagando entre as duas coisas, principalmente quando em sua jornada percebe que seu mundo está ruindo...

E por sermos, de nascimento, mais matéria, sentimos a necessidade de pedir a Deus, ou aos deuses, auxilio nas nossas consecuções diárias, pois acreditamos que somos beneficiados por Ele o tempo todo, ainda que não trabalhemos. Isso não é cavalheiresco.

E por sermos tão matéria quanto qualquer ser, desconhecemos nossos elementos internos de evolução, e não conseguimos lidar nem mesmo com a parte psicológica das questões que nos circundam, o que já seria, se pudéssemos, um passo claro para o nosso centro, onde se resguarda o que somos, cavalheiros.

E quando cavalheiros

Somos, realizamos atos maravilhosos, em prol da perfeição interna, seja em qual época for, seja em qual corpo estamos, com deficiências ou não, feios, gordos, enfim, não somos a carcaça que se afigura como nós; somos o que brilha por dentro com o sol que se mostra mais que as estrelas de dia...

E quando cavalheiros somos, brincamos de salvar princesas, matar dragões, montar aves imensas, digladiando com o mal; levamos lenços da amada no bolso, como forma de lembrar que somos um pouco intuição, leveza, paz – aspectos heterogêneos da Natureza – mas principalmente o aspecto Marte, Júpiter... do qual aprendemos que a evolução é mais guerra que paz.

É belo...

Por natureza o ato do guerreiro. Nada tão bem se encaixa no homem quando ele busca a parte superior, seja ela Khrishina, Christo, Nows, em conflitos que o fazem firme em seu ideal; contudo, as escrituras, mesmo assim, ainda mostram avathares propensos a voltar à matéria, por uma leve fraqueza, mostra grandes guerreiros dizendo, “meu arco caiu, não posso lutar”, a demostrar que temos um caminho imenso nessa jornada maravilhosa em busca de um céu – por enquanto o céu dos cavalheiros.

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