O cavalheiro está em nossa parte superior. |
Nas culturas antigas, como na Índia, por meio do livro
clássico (quase bíblia dos indianos) o Bhagavad Gita, nas culturas védicas, por
meio dos Vedas, e celtas, ao retratar em mitos, como o do rei Artur e seus
fiéis cavalheiros, que se reuniam numa grande tábula redonda, sem falar na
própria bíblia cristã, percebemos que o centro, o foco, a filosofia direcional
é o próprio homem.
Nessas tábuas eternas, percebemos que o homem sempre está em
evolução, ainda que passe “pelo vale da sombra da morte”, ou mesmo em busca de
um cálice que se perde, quando uma espada é abandonada em meio a uma floresta
(!). Outras vezes, na luta impiedosa contra seus próprios pares – parentes,
amigos, pessoas com as quais lidava desde a infância, em uma guerra fratricida,
tão simbólica e maravilhosa que permeia em nossas almas desde o primeiro
momento que temos consciência de sua importância para a progressão interna.
E quando nos referimos ao cavalheiro, não estamos a comentar
apenas aquele que, gentilmente, carrega uma mala ou mesmo dá a vez a uma
senhora em um elevador, quando lhe passa percebido que o gesto é educacional é
de brio. Não. Estamos nos referindo a um ser que não se corrompe com pequenas
coisas, as quais nós, ímpios, tentamos delas sair incólume todos os dias, com o
de levantar cedo ou fazer o café da manhã para a esposa.
O cavalheiro a que me refiro está nas escrituras sagradas.
Está um andar acima de nós – e ao mesmo tempo dentro de nós – como uma figura
divina (mas ao ver do grande espirito não), tão distante quanto nossas
possibilidades de sê-lo. Por enquanto, nas mínimas coisas: no linguajar, no
vestir, no andar, no reverenciar a vida – não somente as pessoas – sintetizando
o que somos, sem saber.
Um dia..
Um grande professor nos disse, “Estamos no Antakarana de
nossas possibilidades, em tudo que fazemos”, ou seja, o homem atual, em seus
atos, não consegue colocar os pés na parte superior (espírito) e muito menos edificar-se no chão (matéria),
pois está sempre vagando entre as duas coisas, principalmente quando em sua
jornada percebe que seu mundo está ruindo...
E por sermos, de nascimento, mais matéria, sentimos a
necessidade de pedir a Deus, ou aos deuses, auxilio nas nossas consecuções
diárias, pois acreditamos que somos beneficiados por Ele o tempo todo, ainda
que não trabalhemos. Isso não é cavalheiresco.
E por sermos tão matéria quanto qualquer ser, desconhecemos
nossos elementos internos de evolução, e não conseguimos lidar nem mesmo com a
parte psicológica das questões que nos circundam, o que já seria, se pudéssemos,
um passo claro para o nosso centro, onde se resguarda o que somos, cavalheiros.
E quando cavalheiros
Somos, realizamos atos maravilhosos, em prol da perfeição
interna, seja em qual época for, seja em qual corpo estamos, com deficiências
ou não, feios, gordos, enfim, não somos a carcaça que se afigura como nós;
somos o que brilha por dentro com o sol que se mostra mais que as estrelas de
dia...
E quando cavalheiros somos, brincamos de salvar princesas,
matar dragões, montar aves imensas, digladiando com o mal; levamos lenços da
amada no bolso, como forma de lembrar que somos um pouco intuição, leveza, paz –
aspectos heterogêneos da Natureza – mas principalmente o aspecto Marte, Júpiter...
do qual aprendemos que a evolução é mais guerra que paz.
É belo...
Por natureza o ato do guerreiro. Nada tão bem se encaixa no
homem quando ele busca a parte superior, seja ela Khrishina, Christo, Nows, em
conflitos que o fazem firme em seu ideal; contudo, as escrituras, mesmo assim,
ainda mostram avathares propensos a voltar à matéria, por uma leve fraqueza,
mostra grandes guerreiros dizendo, “meu arco caiu, não posso lutar”, a
demostrar que temos um caminho imenso nessa jornada maravilhosa em busca de um
céu – por enquanto o céu dos cavalheiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário