Filosofia
"Ontem eu vi, hoje eu sei". Tutakamon |
... Sabe-se que, em tempos
idos, quando civilizações eram gigantescas não apenas territorialmente,
mas em conhecimento, havia uma obediência ao mistério, ao oculto – ao invisível
que se escondia (ou se esconde) por detrás das coisas, até mesmo do sol.
Havia uma grande reverência que se transformou em atos, que,
até hoje, a metafísica desconhece, portanto, nada melhor do que opinar a
respeito de... falar de... sem que tenham um raio mínimo entendimento acerca do
que se pressupõem.
Mais que isso. Descobrem
estruturas, denominam-nas pelo “porque eu acho..”, e retiram seus mistérios, os
quais predominavam até então...
Para nós, filósofos de nascença, que nos questionamos acerca
de tudo, e questionamos sociedade, mundos, transformamos a vida em algo mais
que um simples joguete de palavras e consecuções humanas através da história,
sabemos que nem tudo se vai nesses rótulos.
Ainda há o mistério.
E quando falamos em mistério... tudo soa como algo que está
bem longe de nossas possibilidades, fora de nosso meio. Ao mistério damos a
honra de ser intocável, como se estivéssemos falando de um fruto simbólico do
qual não se pode tirar um pedaço...
E por isso, é mistério. Na verdade, deve havê-lo. Sem ele, o
respeito às tradições, ao que ela sabia, ao que construíra, e em tudo que se vê
quando visitamos um grande monumento e – religioso ou não – nos assombramos, e
nos ajoelhamos – na maioria das vezes, literalmente – e nos sentimos possuídos
de um sentimos real do grande mistério.
“Levantai aquela pedra e Me verá”...
Dizia um manuscrito apócrifo da Bíblia cristã, que, no
passado, foi mais remexida que panela de pensão. Nesse dizer, sabemos que há
algo que podemos dizer, já de pronto,
que Deus está lá, debaixo daquela pedra. Mas não é apenas isso que nos remete
essa frase. Ela nos faz pensar que estamos perto de Deus, dos mistérios, de
modo que podemos tocá-lo, vê-Lo e apreciá-Lo...
Contudo, antes, temos que levantar a pedra, sermos
fortes, objetivos, cheios de ideais que nos elevem ao ponto de sermos mais
valentes, esquecendo-nos, de forma breve, que somos fracos em espírito.
Mas quando usamos um pouco de nossa real credibilidade em
algo maior que nós mesmos, ou temos a certeza de que somos mais que uma pedra,
mais que uma montanha, mais que um céu cheios de luas, levantamos qualquer
coisa...
Assim, ao ver aquele mistério se dissipar de nossas
entranhas, criamos outro e mais outro, mesmo porque, assim como o grande
espírito, os mistérios são eternos.
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