Mulher... Que ser é esse? |
Não vamos falar em direitos, em deveres, em nada que comprometa
a mulher... Não. Vamos tentar falar de algo que se passa nas entrelinhas de sua alma,
de seu mais profundo ser. Desse mundo desconhecido até então por nós, homens.
Vamos buscar um pouco a tradição, aquela em que sempre
devemos nos referenciar quando queremos fugir um pouco do conceito que nos são
obrigados a decorar... E quando a tradição fala em Mulher, Mãe, Mar, não se
refere apenas a aspectos isolados da natureza, mas também de universos nos
quais estamos e subestimamos pelo fato de acreditarmos saber tudo sobre estes.
Não sabemos nada, pelo menos eu, essa criança grande que
tenta reverter a polaridade humana em prol de sociedade e quem sabe um mundo
melhor. Sabemos que somos limitados, mas também sabemos que tal característica
não nos faz pouco em relação ao Todo, mesmo porque vivemos de indagações e
através delas descobrimos mistérios, e dentro deles, pelo que sei, o que mais nos incomoda é o da
Mulher...
Belas, maravilhosas, deusas, fêmeas... Mulher. O que as faz tão simples e ao mesmo tempo
complexas? Capazes de se igualarem a uma rosa de pétalas frágeis e no mesmo
passo uma leoa a proteger o filho, até mesmo do homem-parceiro. Não sei...
Tão dedicada, eloquente, ilimitada em seus afazeres, em suas
lamúrias eternas, sem perder a fúria da vida... E quando sorri, nem mesmo o
mais quântico dos físicos, o mais livre dos poetas, o mais bravo cavalheiro compreende.
Assim, deixam suas fórmulas, suas poesias, suas batalhas para, enfim,
enamorar-se para viver frente a esse mistério chamado... Mulher.
Mulher
Num passado clássico eram amadas como deusas, e até hoje em
muitas culturas o são, pois sabiam, naquele passado, que havia um logus entre
dois masculinos – Pai e Filho – que completaria a tríade, mais que isso,
descobriram que a Natureza, sem esse aspecto, ficaria sem o elo com a parte
intuitiva, sensível e bela dessa grande vitrine universal.
Descobriu-se que tal Logus – o feminino – estava em todas as
coisas, no homem principalmente, quando este se revela pacificador, belo ou mesmo
buscador da beleza nas coisas e por que não dizer da beleza interna, quando
clama poesia, quando enxerga, apesar dos pesares, uma lua mais brilhante, uma
noite estrelada... Uma cascata em meio a uma floresta de cobras.
Tais aspectos são como potencialidades, as quais, num
passado mais clássico ainda, foram chamados de deuses, e, cada um deles, trazido
à tona em forma de Gatas, Leoas, Luas, Estrelas, Rosas, Montanhas as quais não
se conseguia ou se poderia subir. Deusas, na verdade, que, ao homem, eram tão
concretas quanto àquela mulher que o edificava quando levantava na manhã...
Deusa
E quando enxergamos a mulher, esse ser que se levanta na
manhã cheia de dores, cheia da garra, a respirar fundo em nome de seu gado,
temos que vê-la como parte dessas potencialidades naturais, pois todas elas
guardam em si esse sentimento que nos religa a Deus, esse Amor quase que transcendente,
incompreensível, ao nossos olhos e coração. Quando tomamos isso como uma
realidade, a tríade se faz, o triângulo se
faz, a harmonia se faz, a integração família, social e mundial se faz...
Meu Deus, como é difícil falar da Mulher!!
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