O Poder do Simbolismo VII
A lua, um dos astros mais presentes na vida humana, tem uma
história bela e, ao mesmo tempo, tão simbólica e significativa quanto outro. Significativa
por que sempre que a olhamos parece que estamos a observar a nós mesmos, seres
iluminados por um astro diferente, além do sol – o nosso mestre interior.
Simbólica por que, em civilizações clássicas, ela serviu de medição dos nossos
dias; por isso, mês, que vem de moon
(inglês), que a, cada trinta dias, volta a sua origem em forma.
E quando falamos na lua, não podemos deixar de citar o seu
lado amoroso, do qual retiram os amantes os mais belos versos, cantatas, ritmos,
etc... O que, para o humano, é mais que essencial, pois, na realidade, estamos
desvendando um universo místico com nossas parcas ferramentas.
Como assim? A semântica da lua é uma necessidade não só dos
tempos atuais, como plasmar com sua linda visão o romantismo, que atrai o lado
mais humano, mais profundo e puro, mas principalmente dos Antigos, que a viam
como uma deusa que recebia os raios de outro deus, o Sol.
Por isso, que há muito, ela foi também parte simbólica da
tríade de muitas culturas que singularizam nela, com as características que são
próprias, o lado feminino. Na tríade
Inca, o deus supremo era o Sol, que exercia influência soberana sobre todos os
outros, seu nome Inti. Tinha Viracocha, representado pelas águas, e que criou o
Céu e a Terra. Porém, sua esposa Quilla era mãe de todos, semelhante à deusa egípcia
Isis, e era representada pela Lua.
A intuição, a Beleza, a Ordem, o Equilíbrio da lua, advindos
da ordem universal, plasmados por esse astro, refletem tais singularidades no ser
humano, mais precisamente na mulher, que, maravilhosamente, carrega tais
adjetivos e nos proporciona mais beleza ao convívio social e humano. Todavia,
há algumas mulheres que preferem a competição, o embate, a batalha – nada contra – ao
ser, segundo elas, arcaico e fora de moda, em paralelo à vida do homem, o qual
por sua vez plasma o sol e seus atributos masculinos, advindo do logus.
Mais além, encontramos não somente tais atributos, mas
semelhanças com seres conhecidos e ditos como sagrados pela tradição, como o
lobo, o leão, o tigre, os quais podem ser vistos pelo olhar aberto da lua, em
uma noite de lua cheia; outros, um jaguar a espera de sua presa – assim viam os
incas, os quais percebiam na lua minguante os cornos de um touro, tão sagrado
em determinadas culturas.
Particularmente
Particularmente, vejo a lua como um dos astros mais simbólicos
e sagrados do sistema. Ao vê-la, sustento a opinião de que temos uma grande mãe
(mother, moon, woman...) a espreita dos grandes movimentos não somente humanos,
mas da natureza física. Ou seja, o que seria das ondas dos mares, que geram
metáforas tão perfeitas quanto à própria existência de uma pedra, sem a luz; e
mais, o que seria da lua, sem a nossa existência para engrandecê-la, ainda
mais; o que faríamos sem esse grande ser no qual nos referenciamos nas
plantações, nas festas lunares criadas em seu nome; o que seriam dos poetas...?
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