quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Divagações sobre a Lua

O Poder do Simbolismo VII


A lua, um dos astros mais presentes na vida humana, tem uma história bela e, ao mesmo tempo, tão simbólica e significativa quanto outro. Significativa por que sempre que a olhamos parece que estamos a observar a nós mesmos, seres iluminados por um astro diferente, além do sol – o nosso mestre interior. Simbólica por que, em civilizações clássicas, ela serviu de medição dos nossos dias; por isso, mês, que vem de moon (inglês), que a, cada trinta dias, volta a sua origem em forma.

E quando falamos na lua, não podemos deixar de citar o seu lado amoroso, do qual retiram os amantes os mais belos versos, cantatas, ritmos, etc... O que, para o humano, é mais que essencial, pois, na realidade, estamos desvendando um universo místico com nossas parcas ferramentas.

Como assim? A semântica da lua é uma necessidade não só dos tempos atuais, como plasmar com sua linda visão o romantismo, que atrai o lado mais humano, mais profundo e puro, mas principalmente dos Antigos, que a viam como uma deusa que recebia os raios de outro deus, o Sol.

Por isso, que há muito, ela foi também parte simbólica da tríade de muitas culturas que singularizam nela, com as características que são próprias, o lado feminino.  Na tríade Inca, o deus supremo era o Sol, que exercia influência soberana sobre todos os outros, seu nome Inti. Tinha Viracocha, representado pelas águas, e que criou o Céu e a Terra. Porém, sua esposa Quilla era mãe de todos, semelhante à deusa egípcia Isis, e era representada pela Lua.

A intuição, a Beleza, a Ordem, o Equilíbrio da lua, advindos da ordem universal, plasmados por esse astro, refletem tais singularidades no ser humano, mais precisamente na mulher, que, maravilhosamente, carrega tais adjetivos e nos proporciona mais beleza ao convívio social e humano. Todavia, há algumas mulheres que preferem a competição, o embate, a batalha – nada contra – ao ser, segundo elas, arcaico e fora de moda, em paralelo à vida do homem, o qual por sua vez plasma o sol e seus atributos masculinos, advindo do logus.

Mais além, encontramos não somente tais atributos, mas semelhanças com seres conhecidos e ditos como sagrados pela tradição, como o lobo, o leão, o tigre, os quais podem ser vistos pelo olhar aberto da lua, em uma noite de lua cheia; outros, um jaguar a espera de sua presa – assim viam os incas, os quais percebiam na lua minguante os cornos de um touro, tão sagrado em determinadas culturas.

Particularmente

Particularmente, vejo a lua como um dos astros mais simbólicos e sagrados do sistema. Ao vê-la, sustento a opinião de que temos uma grande mãe (mother, moon, woman...) a espreita dos grandes movimentos não somente humanos, mas da natureza física. Ou seja, o que seria das ondas dos mares, que geram metáforas tão perfeitas quanto à própria existência de uma pedra, sem a luz; e mais, o que seria da lua, sem a nossa existência para engrandecê-la, ainda mais; o que faríamos sem esse grande ser no qual nos referenciamos nas plantações, nas festas lunares criadas em seu nome; o que seriam dos poetas...?

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