quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Artur. O Mito que Chama (ii)

A iniciação








Quando Merlin, o grande mago, nascido das mais místicas casas de iniciação, aparece na vida de Artur, percebe-se que não é mais o pequeno Artur, o adolescente, que se indigna por maus caminhos, nos quais se deve se passar; sabe que os mistérios se faziam em concreto, na forma de um mago que mudaria a trajetória, desde a espada presa na bigorna, até sua ida para A ilha das Deusas.


O Ponto culminante, no entanto, na história de Artur, agora o homem, o destinado, é a retirada da espada mítica, vinda da deusa do Lago, com fins de fazer apenas o Bem, abrindo frestas, mares, florestas, enfim, tudo que se assemelhava a caminhos esquecidos, apagados, os quais seriam abertos pelo rei.


Artur, ainda o auxiliar de cavaleiro, um mero escudeiro, que zelava pela espada do adotivo irmão, a deixara escapar das mãos, e lá na frente, quando a vira (ou pensando que fosse ela) encravada numa pedra (a história real diria uma bigorna), a retira da forma mais simples e pura, sem refletir, sem a corrupção ou mesmo interesse próprio...


Ele havia retirado Excalibur, a espada que teria sido do seu pai, e por ele corrompida, mas trazida de volta por Merlin, o que teria dito “Aquele que retirar a espada da pedra será o Rei”. Uma dor de cabeça àquele ser que nascera para governar a terra, o mundo, ou pelo menos um reino que simbolizava o universo humano. Uma experiência que levara Artur a sujeitar-se a brigar com seus irmãos e amigos, os quais não o aceitavam ainda com um mandante, pela inexperiência visível...


Mal sabiam, todavia, que tal falta de prática, nada mais era que uma necessidade, pois o grande cavalheiro, o futuro rei da terra, teria que ser puro, inviolável, casto em experiências das quais somente os grandes sabiam. Artur, por ele mesmo, ficou em transe, pois teria que mudar de modos, de pensamentos, de todos os atos que antes o caracterizavam adolescente...


E sua primeira lição foi indagar a Merlin, seu mestre, entre florestas (ou bosques) como um fugitivo de si mesmo, de tudo; e ali, nas entranhas da natureza, escutava apenas o bater do coração da natureza, em forma de grilos, lagartas, moscas... répteis, e sentia que por traz de tudo havia um principio do qual suas perguntas ainda balbuciavam em sair: o dragão.


Merlin dizia que ele, agora, fazia parte daquele ar, do coração imenso que batia naquela floresta, do hálito forte do dragão. Que Artur era o dragão. A iniciação tinha essa finalidade, de fazer o grande Artur a criar uma personalidade voltada ao Uno, de modo a sê-lo, e por ele lutar, como se fosse o Todo.

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....