É tempo de guerra, tempo de
buscar a paz nos campos minados, junto aos companheiros veteranos, acostados
nas trincheiras, no barro da chuva, que desloca a bota, a qual se enlameia, que
nos faz pensar em casa, no café da manhã, nas lutas pequenas com a parceira,
nas lutas de mentirinha com seu filho... Enfim, já estamos com saudades das
palavras deslocadas que soam como perfume que inundam nossos dias.
Mas temos que andar, procurar e
encontrar um abrigo, pois a guerra nos faz de formigas medrosas, as quais
carregam rifles em vez de folhas. Tão pesados, tão donos de nossos martírios,
que precisamos descansar antes da própria batalha.
Precisamos pensar, e não
conseguimos. As bombas do inimigo são como uivos de lobos antes de virarem pó
ao lado de nossas tendas; cantam com seus sons maravilhosamente horripilantes,
e se não fôssemos soldados, partiríamos como crianças nos braços de nossos
pais.
Sei que não estamos em guerra,
mas deveríamos. Há muitas contradições em terra, das quais só se podem tirar as
reais dúvidas, respostas, pela guerra. Hoje, com a nossa passividade, assinamos
nossa morte, nosso desalento. Estou me referindo ao campo mais pútrido do mundo, a política, principalmente neste país cuja passividade me assombra.
Morremos aos poucos ao nos levantar e saber que
há uma presidente que usou de artifícios poucos viáveis para pagar suas contas,
as quais foram geradas de forma ilícita em meios políticos dos quais nada se
aprende, apenas a votar e chorar mais tarde.
Nele, nesse último ninho de uma horda viral, temos um partido que fora escudo
do povo, ou pelo menos pensei que fosse, a ser lança que se encrava em nossos
intestinos, propositalmente, e, na grande mídia, somos apenas observadores frágeis
a ofender o que colocamos e não conseguimos retirar, pois a chamada Democracia
possui suas artimanhas naturais com vistas àquele que entra e só sai quando
quer.
Nessa caverna conjectural, temos partidos que se assemelham
a prostitutas, pois quanto mais se dá a ele, mas quer para satisfazer pouco
seu desejo e muito o do outro... Temos
mercenários ex-presidentes que não saem do palácio do rei, pois acredita que o
é, desde que contara sobre sua mãe na corte. Ele quer opinar, mudar, ou mesmo
se enraizar com políticas hipócritas, nas quais somente o povo sem estudo
acredita. Mal sabe ele que sua profissão natural era a de bobo da corte.
Temos senadores que deviam (devem) ser
chefes de crimes organizados; presidentes que dariam inveja aos quarenta
ladrões, pois roubam, levam, são descobertos, e ainda batem no peito dizendo
“só saio quando eu quiser”.
São as nuances de um sistema
falido, que nasceu para matar a criança quando nasce e desvalorizar o idoso que
lutou desde o inicio para o seu país, na última guerra, dando-lhe mais guerras,
a pior de todas... A dele contra o desrespeito nacional. Ah, esquecemos dos jovens que amam heróis pré-fabricados, sem honra, sem valor.
Senadores, deputados, ou qualquer palavrão que lhes podem ser natos, não correspondem aos seus sagrados conceitos, dos quais no passado aprendemos que tais vocações -- digo vocações não eleições -- eram demonstrar o real motivo de suas presenças, como ideais vivos, espíritos falantes, grandes heróis ambulantes. Hoje, crápulas, donos de bordeis, chefes de quadrilha, ignorantes que não sabem nem mesmo pronunciar seus nomes, fazem reverência a si mesmos, se intitulam faraós dos tempos modernos, os quais, ao contrário do grande homem clássico, não favorecem a ninguém, nem mesmo a si mesmo, pois, quando voltado ao interesse próprio, assassina qualquer possibilidade de crescimento de um cidadão, de uma sociedade, de um país...
Eu queria, por isso, ter
levantado hoje, com a finalidade de ir a uma guerra, destronar falsos reis,
verdadeiros tiranos, e colocar um grande homem que em mim nasce todos os dias.
Aquele que anda em favor dos valores reais, sem partidarismos, ou mesmo a rotular minhas convicções com vistas a ter uma bancada evangélica, católica,.. Mas acreditando que Deus está em tudo, até mesmo em
atos políticos, como no passado o foi. E talvez por isso sentimos tanta
saudade.
Entretanto, se não temos uma
guerra, ou mesmo uma batalha pequena que nos faça matar essa dor diária,
participemos pelo menos de uma passeata, de uma carreata, buzinando, gritando,
fazendo soar o máximo a voz que engasgada se encontra no fundo de nossa alma.
Ah... Nossa alma, tão presa ao
seu cabresto, que morre às sobras daqueles admirados homens de bem que não têm
medo, nem sentem dor quando policiais biltres partem como cães em cima de seus
corpos, despreparados para a guerra cotidiana. Estou falando dos grandes educadores,
os quais em um sistema mais ou menos razoável estariam ganhando o suficiente
para o seu sustento, mas neste, no grande democrático mundo que criamos, os
reais educadores são levados por policiais, violados em alma e profissão, a
sofrer a dor que deveríamos sentir por eles: estão sendo maculados mais do que
em países que o odeiam.
Fica em paz, minha alma, vai chegar
a sua vez, e vamos partir para uma real guerra não somente em nome da paz, mas
em nome de uma humanidade que precisa urgente acordar.
A guerra, por si só, já começou.
Vamos à luta!
Nenhum comentário:
Postar um comentário