Em muitas das ocasiões, acreditamos que temos poder em tudo que tocamos. É o conto do menino do dedo verde se fazendo em nós, como crianças que assistem a animações de heróis que ao observar um ponto pode derretê-lo ou animá-lo; é a nossa vontade de sermos poderosos, assim como um grande homem que, pudera, levitaria e se mostraria melhor que muitos ao seu redor.
Por isso e por muito mais, admiramos mitos na sua linha mais imaginativa possível; amamos histórias fantásticas nas quais somos fortes, mudamos o mundo, com voos rasantes e salvamos a mocinha, o amigo, a família, e nos tornamos aquele que parte paras as estrelas e volta quando chamado.
E quando nos deparamos com problemas imediatos, daqueles que nos tornam formigas ante sua presença, ficamos no chão, e clamamos às divindades auxílio. Porque sabemos que, por mais força que façamos, não desaparecerá o bendito... E nem pode. Até mesmo o super herói pede problemas, no seu nível claro, caso contrário, não há herói, não há problema, não há mundo, nem nada... Tudo soaria como uma brisa no deserto frio, eterno.
A única força que temos é aquela que recebemos desde que a percebemos, seja em criança, quando somos obrigados a crescer um pouco mais que o necessário; na adolescência, quando nosso mundo está desabando e temos que tomar decisões que antes nem mesmo sabíamos que éramos capazes de tomar; e quando mais velho um pouco, a herança de nossa consciência cheia de resoluções ainda é pequena perante ao problema (ou problemas) que acreditávamos ser familiar. Não era. Nenhum deles é; sempre há um diferente, ainda que tenha a cara semelhante aos do passado.
O que nos reza então é mexer em nossos arquivos emocionais e psicológicos, enfrentá-lo como gladiadores veteranos, por meio de conselhos, sorrisos, gestos que enganam e escondem o que sentimos lá dentro -- estou falando do confronto com o desconhecido. Depois de uma certa idade, não há mais pequenos ou médios problemas, temos os reais, os quais nos dizem que estamos prontos (a maioria sim). e que a vida nada mais é que uma síntese maravilhosa de relatividades, dentro da qual temos nossas espadas, pequenas ou não, bem moldadas ou não, porém sempre a nos testar a vontade que se resguarda como falcões filhotes e que crescem rapidamente quando temos o prazer de lutar.
Na realidade, todos os heróis nada mais são que a plasmação virtual de uma necessidade humana de mostrar o que temos dentro de nós. E a cada dia, percebemos que temos muito a oferecer à sociedade e ao mundo o que somos.
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