segunda-feira, 12 de março de 2018

O Três em Tudo

Na antiguidade todas as figuras geométricas possuíam uma simbologia perfeita: o círculo representava o infinito; o quadrado, as quatro bases do mundo -- Família, Religião, Filosofia e Ciência --,  e o Triângulo, bem mais conhecido, a mais forte e nobre das figuras geométricas, a qual se encontra em todos os aspectos na Natureza, seja em forma de tríade, tridente, trilogia, é relativizada pelas religiões, pelas seitas, plasmando o que seria a manifestação divina ao homem, como  Kon, Quila e Wiracocha, nos amerindios; Manas, Budhi e Átman, na antiga Índia; Isis, Osiris e Horus, do Antigo Egito, e assim por diante.

Com raríssima exceção, uma brusca mudança cultural se fez pós-tradição, quando os cristãos resolveram mexer na sua própria tríade, na qual, em milênios, estaria a representação simbólica da mulher (Wiracocha, Manas, Ísis, etc), e ficando assim,  "Pai, o Filho e o Espírito Santo", dando margens a pensamentos profundos em relação as santidades, até mesmo ao próprio Deus, o qual virou uma elaboração híbrida de elementos passados e com futuro confuso...

Não era isso, entretanto, o enrendo do que quero expor, mas a finalidade natural da tríade em várias ocasiões, circunstâncias, das quais somos protagonistas e nem mesmo sabemos: na natureza, por exemplo, o sol, a lua, a terra; mais embaixo, a mulher, o homem e o filho; e em nós, o corpo, a mente e nossos ideais. Sei que nesse último, poderia ter sido invenção de minha parte, mas não é; percebo que não somente no universo há as religações naturais, a demonstrar a face divina de maneira invisível, mas principalmente no homem, quando percebe-se que nos falta algo. 

O que seria esse Algo?

A meu ver, seria a direção para qual todos os seres humanos deveriam ir, ou pelo menos olhar. Sem ela, constato, não há projetos, ideias, decisões, vida... Há várias formas de andar, olhar para o céu, inventar, subir, descer -- mas, se não há a terceira parte, a Espiritual, não há para onde ir. Ou seja, o triângulo existe em tudo, de modo a nos fazer semear o que nos vem à mente ou ao coração. E percebo que fazemos isso tão involuntariamente, que, mesmo não entendendo ou ignorando, vivemos dele.

O filho, por exemplo, quando o temos pela primeira vez, parece-nos que veio para completar uma organização familiar. Seu papel como terceiro elemento é fundamental, que é crescer, evoluir, assim como os pais que o educam e fazem milhares de planos. Em projetos, o mesmo. Se o terceiro elemento não tiver base espiritual, qualquer que seja, não irá para frente, simplesmente pelo fato de que a própria natureza o exige. E nós, seres humanos, desconectados dessa realidade, não entendemos o porquê que nossos negócios não andarem e às vezes quebrarem e a se desmontarem misteriosamente...

Pirâmides

Muitos se questionam o porquê das pirâmides, de sua permanência em diversas partes do mundo em civilizações que foram dadas como potências em sabedoria e estrutura. Todas as nações do passado sabiam que o uno era composto, inicialmente, por três elementos fortes, dos quais o próprio homem, em terra, deveria, retirar sua educação, suas realizações, fossem elas internas ou externas. Por isso, era necessário representar, de alguma modo, algo que pudesse dizer (aos deuses) que estávamos indo ao encontro deles, não de encontro (contra). 

Mas as épocas mudam, e seus conceitos, representações também; e na maioria das vezes amordernizam-se com vistas a trazer formas estanques, sem ligação com a tradição, o que faz do homem um entre muitos que pensam, elaboram, racionalizam, porém, que se perdem em suas conclusões mais importantes, como a religião, política, sociedade e política...


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