terça-feira, 20 de março de 2012

Ecos da Eternidade

Guerreiros do Passado: vozes que ressoam no presente



Em épocas passadas, como já foi dito em textos anteriores, tínhamos nós, como indivíduos que somos, nos estruturado em grandes feitos de grandes homens que sempre seguiram seus ideais de paz e liberdade. Uma prova disso são os grandes generais nos quais se baseiam os de hoje, sim e por que não? Outra prova disso são as universidades de renome nas quais cavalheiros, heróis, generais são como âncoras das aulas de história.

Mas o que nos faz seguir esses grandes homens?  Seus olhares, sua forma de viver, sua vocação inata para encontrar e decidir e realizar, ainda que não pudessem realizar seus ideais de liberdade junto ao povo, os quais representava, dentro da visão do homem do passado, peça fundamental para a realização de seus sonhos? Seus feitos, regados de estratégias das quais exércitos ainda relembram milhares de vezes ainda hoje?

Pode ser tudo isso, e muito mais. Não menos importante, no entanto, foi a sua parte religiosa com relação aos mitos de sua cultura – fosse ela maia, hindu e asteca; fosse grega, romana ou egípcia... Todos os heróis tinham em suas veias a sua educação – o que de melhor poderia ser transferido de si – sua força e seu amor aos mitos.

Eles, esses grandes homens, alimentados por essa força desde criança – às vezes com muita dificuldade – com uma edutiere (educação) na (e da) qual o respeito às tradições de seu país – como hoje o folclore o é –  eram principal argumento para levar milhões à liberdade ou mesmo a outros ideias cuja proposta era nada mais que nada menos que a consecução dos fins da humanidade...

Eles sabiam que o ideal era mais que um projeto de vida, do qual se poderia tirar as perfeições diárias; sabiam que era mais que um planejamento, uma pequena ideia, uma forma de viver – e muito mais – sabiam os grandes lideres e heróis que o ideal tinha o poder de fazer com que todos fossem filhos de um caminho no qual a verdade, a beleza e a bondade eram arquétipos, e que cabiam a eles trazer à tona, plasmar e não fazer sucumbir ao relento dos interesses humanos tais conceitos...

O mito era uma prova disso. Quando um faraó orava à deusa Maät, não pedia ajuda à divindade, mas sim, clamava para ele mesmo como se fosse parte dela, dessa manifestação, que significava a Ordem universal...

Quando os romanos olhavam para o alto e pediam ao deus Marte proteção, sabiam que era um pedido a ele mesmo – ao general interior, ao herói interior, à sua sabedoria – com fins naturais de uma batalha, isto é, que cada um que estivesse ali, dando seu sangue; estaria certo de que o deus estaria em forma de coragem, força e até mesmo sangue.. Ao contrário dos soldados cristãos, os quais se declinavam em teorias de humildade, de sacrifício, mas exterminavam povos em nome do maior deles – Cristo...

 Os únicos, talvez, antes de serem humilhados pelo regente Felipe, o Belo, foram os Templários, os quais respeitavam as alegorias cristãs e ao mesmo tempo suas simbologias a respeito do universo. Sabiam que a batalha era uma grande necessidade em uma nação, pois elas faziam parte do embate interior de cada um – diferente daqueles que as entendiam como formas de extermínio de inimigos que não queriam fazer parte de uma grande seita...

E o eco soa em forma de questionamentos. O que fazia os grandes homens ir à batalha, viver toda saga e história de uma nação, ou melhor, de uma cultura que, às vezes, não lhe trazia benefícios ou vantagens materiais? Será que estavam acima de tudo isso? Ou será que eram loucos?

Julio César, o grande general romano, fez o que fez na Gália por que era metido, interesseiro, um mesquinho general que queria somente vencer e vencer? E o nosso Alexandre da Macedônia, aquele que conquistou a Europa com dezoito anos, seus  atos eram tão aleatórios quanto os de Julio César? Sem falar no espartano Lêonidas, aquele cuja força e destreza foram colocadas a preço numa batalha que valeu mais de mil batalhas, foi apenas um general?

Na atualidade há muitos heróis, todos eles com suas ressalvas e méritos, contudo há algo neles que sempre será questionado em relação aos primeiros. Por que não nos baseamos inteiramente nestes? O que os grandes do passado fizeram de melhor ou tentaram fazer que, a nosso ver, sempre serão levados como homens que beiraram a deuses naquilo que fizeram?

São questionamentos difíceis, mas a metade deles burla em uma só resposta: a dos mitos. Sim, claro. Havia nos mitos uma realidade escondida e profunda na qual cada cultura tinha que se estruturar. Mitos cantados desde que foram criados pelos homens mais incríveis em todas as civilizações, os quais souberam realizar, com prudência, com suas ligações, mesclando a verdadeira história do povo com o insondável. Dando margem ao aparecimento das potencialidades, que se transformaram em deuses, os quais, em cada subtilidade (para não dizer, mistério...), foram mais que necessário – pois não só fizeram parte daquele espaço no qual foram colocados, mas também já estavam, todavia, agora, representando, por meio de ações bárbaras, o mundo, o universo, ou mesmo o próprio homem...

Esse foi o quesito que completou as lacunas entre o guerreiro do passado e o guerreiro do presente. O primeiro, ainda que não houvesse um entendimento claro do sagrado, amava e respeitava o mito de criação de sua cultura, e por ela (ou por ele, o mito) clamava a liberdade, o amor, transformando-se assim em lenda, pelo mais simples ato que pudesse realizar, mas que fosse em nome de algo que religasse ele com o sagrado,,,

E por que nós os respeitamos tanto quanto os do presente? Porque neles resguardam os reais valores pelos quais lutar. Que queremos lutar.





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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....