Uma palha se vai ao vento,
E outra se vai nas águas,
Correm as duas ao mesmo tempo,
Ao encontro de um céu sem falhas.
*
E correm sem abas, sem travas,
Tão livres quanto à verdade,
Que se vai nas relvas
Sem interesse, vaidade...
*
Sobem montanhas a fio,
Descem córregos em pedras,
Saltitando quimeras,
Desaguando em oceanos, em rios...
*
Nem tuas mãos as retêm,
São meros pontos de átomos livres,
Cortando o ar como ourives,
Dormindo ao sol que não vem.
*
Somos nós dois tão livres quanto,
Com rostos ao vento partindo,
Às belas serras assistindo,
Despejando no mar nosso fino pranto.
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