Hórus, Isis e Osiris: Tríade egípcia. |
Assim como em muitas culturas antigas, no Antigo Egito respeitavam e muito a tríade sagrada – da qual saíam todos os elementos vivos e inertes do universo – Isis, Osiris e Horus; sendo que, antes de se estruturar, um mito explicava (e explica) a complexidade da formação da tríade...
As tríades, normalmente, tratam de reunir três logos. Sendo que um deles é feminino. Na Egípcia, temos Isis; na Bramade, Manas (de Atman, Manas e Budhi); na cultura Ameríndia, tínhamos Whiracoxa -- de Kon, Quila, Whiracoxa...
Na Tríade Cristã, consegue-se perceber que há algo de “estranho”, pelo fato de não haver, entre os Logus, a parte feminina do universo, a qual sintetiza toda essência de uma natureza intuitiva, organizativa, prática, sem os qual o uno não funciona...
Mas o que teria tudo isso a ver com nosso céu e inferno de cada dia?...
Quando se tem elementos históricos dentro dos quais não se possui uma real estrutura mítica, fica mais fácil manipular. Sabemos que o Filho de Deus** nos deu uma tríade a orar, mas não fora de maneira aleatória, mesmo porque nenhuma dela o é, pois carregam em si uma compreensão (seja ela cultural ou não) do universo, de Deus, organizada na maioria das vezes por iniciados. E acredito que, antes que houvesse a tríade capenga, algum dia houve nela o aspecto feminino.
E o inferno se fez para as mulheres na Idade Média...
O Lado Escuro
A parte escura da tríade, para não dizer ‘o lado negro da força’, é parte dela, mas apenas em sua formação – ao contrário de algumas que se formam do nada. Ou seja, na tríade egípcia, por exemplo, temos Seth, o deus que matou Osíris, que, mais tarde, fora vingado pelo filho Horus.
Seth, por assim dizer, era o deus do “mal”, mas um mal que significava tanto mistério quanto qualquer outro deus, assim como o Pã e Hades. Para os Egipcios, não havia o deus do mal, assim como nos acostumamos a dizer no Ocidente, mas sim uma formação em paralelo ao deus Osíris, que, após ser despedaçado pelo irmão e se tornado parte do universo (tanto que a cor de Osíris é negra), sua esposa-imã, Isis, o ressuscita e Osíris vive eternamente entre o submundo, terra e céu – um ser unificado.
Assim como na Tríade Egípcia, descrita de maneira superficial acima, todas elas (tríades) se estruturam graças há uma forma mítica que as fazem sintéticas em três – sempre, e mais uma vez, com uma parte que sempre irá refletir o aspecto feminino – por isso, representações de deusas, em todas as culturas, caracterizando - o .
O lado escuro, como já foi dito, também se reflete na hora de entender a natureza, pois ela terá sempre o lado Espiritual, o qual se torna indefinível até mesmo quando se estuda a filosofia grega, principalmente, Parmênides, Platão, Plotino..., mas ao mesmo tempo sabe-se que fora a “porta” que gerou os outros dois Logus, o feminino e o masculino, dentro dos quais cabem apenas as raças masculinas e femininas na terra, e as dimensões masculinas e femininas no universo.
O mal em receber uma tríade sem o masculino ou sem ou feminino nos faz refletir acerca de um universo que já discrimina (naturalmente) um dos lados. E a consequência disso é a não possibilidade de trazer à tona elementos míticos que ficaram por trás de sua formação, pois, a depender de quem as cria – no nosso caso a Igreja – pode haver gerações que se submetem a valores capengas, ou seja, sempre faltando algo em seu âmago, isso tudo por meros interesses históricos.
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