Em teus olhos sujos de amor,
Tão friamente frigidos de dor,
Mergulho sozinho
E transbordo o meu vinho
Calado de suor.
Desço em tuas vestes sem vestes,
De teu manto natural,
Em teu pequeno agreste vegetal,
E suplico ao deus do amor
Que mo esqueça nessa hora,
Nesse caminho sem volta na dor.
Suplico-lhe que volte,
Que mo tire daquele teu corpo,
Tão belo, poderoso e fresco,
Como frutas colhidas num barco,
Ao mar de nossos desejos incertos.
E vejo tua alma,
Calada, fadada, burlada,
Por isso inquieta sob a minha,
Pulsando na terra fria,
Em que planto um pouco de mim.
E atravesso o oceano de teus beijos,
Como relâmpago oculto nas trevas,
Todavia, em tua via, em teu estreito,
Eu me julgo perfeito, e a você,
Minha doce Vadia.
À frialdade do amor moderno.
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