terça-feira, 17 de abril de 2012

Doces Vadias

 




Em teus olhos sujos de amor,
Tão friamente frigidos de dor,
Mergulho sozinho
E transbordo o meu vinho
Calado de suor.



Desço em tuas vestes sem vestes,
De teu manto natural,
Em teu pequeno agreste vegetal,
E suplico ao deus do amor
Que mo esqueça nessa hora,
Nesse caminho sem volta na dor.



Suplico-lhe que volte,
Que mo tire daquele teu corpo,
Tão belo, poderoso e fresco,
Como frutas colhidas num barco,
Ao mar de nossos desejos incertos.



E vejo tua alma,
Calada, fadada, burlada,
Por isso inquieta sob a minha,
Pulsando na terra fria,
Em que planto um pouco de mim.



E atravesso o oceano de teus beijos,
Como relâmpago oculto nas trevas,
Todavia, em tua via, em teu estreito,
Eu me julgo perfeito, e a você,
Minha doce Vadia.












À frialdade do amor moderno.

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