Há fases pelas quais a história passa que nos faz retroceder o pensamento, no sentido de refletir acerca de nós mesmos. E quando nos referimos aos grandes homens e mulheres do passado, haverá (e há) sempre aquilo que nos burla a alma como uma grande estrela que acabara de cair do céu e nos atingir em cheio. A essência de tudo que é bom nos torna um pouquinho melhores. Assim é a vida...
A Grandeza humana, no tocante à mulher, principalmente, revela que temos, sim, potencialidades resguardadas e esotéricas, perfazendo nossos caminhos, com blocos feitos de ouro, trazidos de diversos continentes, dos quais somos apenas conhecedores, e não práticos dessa maravilhosa dádiva, graças às transformações evolutivas de cada raça – ainda que sejam evoluções mínimas, porque cada uma tem seu histórico, por isso não merece críticas.
Não por isso também, mas, principalmente, pelo fato de que há uma questão relativa sobrevoando o homem: a de que somos ignorantes, opinosos, quando se trata de questões acerca dessa evolução, pois caímos na falta de consenso, no preconceito, na não aceitação do passado, o qual teve tantas ferramentas quanto nós, com a finalidade precípua de nortear o homem ao sagrado – a Deus. É o racional.
O racional, por assim dizer, quando voltado para a terra, ainda que nos mostre uma ilusão passageira a respeito do Céu, destrói gerações, facilita a entrada de opiniões exacerbadas, sem nexo, e não é disso que precisamos para subir qualquer seja a montanha – seja ela simbólica ou não. Precisamos da Vontade, desse elo perfeito (não a vontade humana) entre nós e deuses, os quais são a síntese de uma natureza desconhecida pelo homem, mas conhecida pelos pássaros, pelas pedras, pelas estrelas, pela própria montanha...
Quando me refiro ao racional, não sou apenas crítico a ele, mas à forma com ele é levado às estruturas culturais do mundo, o qual se assemelha a um espelho invertido, onde a parte que reflete para o sagrado está para baixo, e a do profano... Para cima.
Uma prova do racional coletivo voltado para baixo é quando “apreciamos” países do primeiro mundo se reunindo em favor da humanidade: tememos. Pois nada há além de pensamentos racionais no sentido mais estrito da palavra, traçando metas para o bem estar financeiro dos próprios países que ali estão. Além de reuniões da Igreja, nas quais objetivos tortos em relação ao seu verdadeiro ideal são traçados.
Ao contrário do passado. Um faraó, ao se reunir com seus sacerdotes, traçava metas humanas, com finalidades precípuas em relação ao povo que, ora ou outra, não tinha o que comer, beber e morria ao relento. Contudo, como figura sagrada, o homem-deus se redimia ante aos deuses, fazendo pactos sagrados nos quais ele mesmo teria que cumprir. Assim, o povo, tratado como filhos, tinha a certeza de que as potencialidades o escutariam e fariam a grandeza de abençoar a terra seca, dando-lhes chuva, propiciando mais alimentos, além do Nilo, o rio referência, norteador das necessidades do Egito, que transbordava aos olhos do povo. Essa é uma prova do racional voltado aos Céus, de forma que religião, política, economia, tudo ali estavam intrincados.
Trilhos, Vontade...
E assim nos vamos; e assim caminhamos, cheios de trilhos que nos levam a ideais de papel por uma necessidade básica, a de preencher espaços vazios entre o que sabemos e à personalidade. Esta, tão enraigada de princípios materiais, não sabe elevar-se ao Céu pelos mesmos motivos, antes mencionados, mas que, graças a resquícios passados, tenta elevar-se, manter-se, fixar-se, contudo, na esfera em que estamos, torna-se difícil manter-se em cima de qualquer metáfora que se reúne céus, montanhas, deuses, etc.
A Vontade, aquela que predomina além-razão, supera-se a si mesma. Ela existe independente dos fatos, das meras conjecturas, ou mesmo de conceitos abstratos. O abstracionismo aqui se mostra mais como peça experimental na tentativa de explicar o inexplicável – assim como tento fazer agora. Ela, esse ser predominante acima das nuvens, não pensa, é pensada pela maior das vontades, a qual não podemos sequer aludir em termos genéricos, pois nem mesmo os grandes filósofos, como Parmênides, que tentara expor acerca das manifestações do nows platônico, o fez...
E como sabemos que Ele, esse ser além-nuvens, existe? Há culturas no presente, como a Índia, por exemplo, que acreditam que o universo não é um gerador incansável de almas, por isso (e não só por isso) haveria de ter uma Inteligênicia que nos faria religar com tudo, sofrendo as transformações, às vezes por meio dos ônus ou bonus universais (Carma).
“Há um número limitado de alma”, segundo um professor especialista em filosofia indiana. Todas as formas de vida, então, segundo esse critério, teriam suas próprias leis de evolução, e ao mesmo tempo se coadunariam com elos naturais, os quais se encontram em cada um de nós – de maneira micro. Ou seja, há em nós características de todos os seres, e vice-versa nestes. São linhas perceptíveis que, dentro do que podemos chamar de racional, importantes para a reflexão humana, e ao mesmo tempo parâmetro para um desenvolvimento interno...
Ou seja, se percebo que sou humano, tenho leis a obedecer, então tenho metas a traçar, todavia, personalidades, as quais regadas de vício, se adentram em leis modificadas por estruturas coletivas e racionais, as chamadas camadas intelectuais, as quais são a minoria, mas que fazem a questão de manter tais estruturas como estão, ainda que sejam provisórias, mas que são renovadas em forma de prêmios, de medalhas, ascensões, desviando-nos do caminho ao qual devíamos seguir.
Contudo, em tentavas vãs, seguem tentando bloquear pensamentos, consciências, vidas, em nome de interesses tão vãos quanto folhas ao vento. Tentam trazer à tona mistérios falsos a idealistas tão falsos quanto. Abrem portas de papel, com intuito de atrasar as virtudes humanas, levam, desde já, uma cultura sexual, inclinando o homem a escravizar-se em si mesmo, e conseguem...
Não conseguem, no entanto, frear a vida, que corre como um rio raivoso, e que traspassa as pedras mais duras, passa por caminhos mais íngremes, dobram caminhos sorrateiramente, e por fim quebram o maior dos rochedos... Isso não se consegue parar, pois a alma humana é a espuma desse rio, é o elemento maior que se segue em busca dos maiores ideais, os quais a esperam solitariamente, sem pressa, lá no Céu, no infinito, no núcleo maior dos mistérios, a Deus.
às gerações
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