sexta-feira, 6 de abril de 2012

A Música e Eu - o Triunfo da Música



Música: o elo entre o Homem e Deus.

...E os embalos continuam. Mas agora ao ritmo do Blues, que me impressionava com suas guitarras que levavam e ainda levam muitos à loucura, porém, quando o Blues se mostra como raiz de uma melodia que por obrigação reflete a necessidade de o negro de lamentar-se, tenho a impressão de que sou parte de um ritmo que me decompõe, ao mesmo tempo me eleva.

O Blues, do grande estado do Mississipi americano, conta em sua história lamentos de escravos açoitados pelos senhores do próprio estado os quais deixaram seqüelas em muitas gerações, não apenas o Mississipi, mas em todos os Estados Unidos.
E ao passar de geração em geração, contaminou o mundo, e sociedades que se identificaram com a melodia arrastada, o que me fez desgrudar um pouco desse mundo. No entanto, há melodias que citam histórias de amor, de vida, de paz, mas a maioria é de dores  que nunca serão cicatrizadas.

Essa fase de minha vida foi muito racional e ao passo emotiva, graças a uma percepção gerada pelo número de livros acerca de músicas. Hoje, contudo, não critico os grandes especialistas em dizer que o Blues é um dos melhores ritmos, mas a questão não é essa, e sim dizer a que veio, pois, o que percebo é que de ritmos temos muitos, e sempre haverá, contudo a utilidade delesi (seja qualquer que seja) fica semelhante a uma pessoa que veio apenas ao mundo a passeio e, sem querer, muda o caminho de diversas outras ao encontro do seu.
O caminho do Blues era mais a denúncia – o mesmo do rap, do jazz, do hip hop, funk – assim como outros que nascem. E graças a um sistema falho em seus pilares, haverá sempre quem cante músicas com ênfase em discriminações, preconceitos, injustiças, corrupção.. etc, enfim, o que fere realmente o núcleo da música, a qual sempre veio com ideais raros.

Clássicos reais.
Mas que ideais são esses? Falar de Deus. Saber tocar a alma humana no sentido mais sublime da palavra. E não somente músicas americanas, mas brasileiras, espanholas, mexicanas, italianas, quando não falam de amor, o vulgarizam com tonicidade sexual, ao ponto de transformá-las em vozes coletivas de um povo que nunca leu um livro, e se leu, e se se compenetrou em diversas culturas através deste, são quase que obrigados a cantar, a fazer gestos, a  levar seus filhos a escolas que fazem apologia ao ridículo, as quais impõem em seu programa o que o aluno jamais deveria saber... caso contrário não se integra.

Absurdos assim, notórios de uma sociedade em decadência, vão sempre refletir coletivamente, seja aqui ao lado, ou mesmo no Japão...

Bach, Bethoven, Vivaldi... Clássicos.
...E a filosofia bateu-me como água nos rosto após gerações no deserto. Infelizmente, sou influenciável, no entanto, sempre dentro do que eu chamo influência escolhida. Ou seja, na maioria das vezes sou uma criança que, mesmo com medo do estranho, se joga em seu colo e aceita o doce – mas não é qualquer doce, tem que ser de abóbora.
Depois de ilustrar metaforicamente o que a natureza de minha vontade é, digo-lhes que minha escolha, hoje, no tocante à música, após anos e anos dançando, se revoltando e à procura de idealismos a seguir, forcei minha alma a gostar de uma melodia que há muito tinha medo: a música clássica.

Essa, tão cheia de violinos, contrabaixos, pianos, além de não entender o papel daquele cara espanador de moscas, nem sequer passava pelas minhas veias, muito menos vida, como o gênero musical mais importante de toda a minha existência. Motivo: acreditava eu que eram músicas burguesas que lotavam teatros apenas ao educados em berço de ouro. E são.
No entanto, não é culpa dos burgueses, do elitizados desde berço, ter sinfonias belas ou mesmo cânticos gregorianos como embalos na manhã de domingo. Não é culpa não. Ainda que fosse, teríamos que dizer o mesmo dos ritmos anteriores, porque a maioria deles tem emblemas ocultos, ainda que não sejam clássicos.

O Rap sempre será dos negros, assim como o Blues, o Jazz... Mas a real música, aquela que se aproxima dos deuses, será uma ponte entre os deuses e o homem. Assim acredito. Não há nada que venha dos arquétipos, do grande Mundo Perfeito que seja dos homens. Eles apenas plasmam e nos fazem escutar, fechar os olhos e nos encontrar com as divindades...

Sabe muito bem a que me refiro quando ouvimos os apreciadores de Bach, Amadeus Mozart, Bethoven, Vivald, Mendhel... Estes que, apesar de soarem como nomes livres de problemas, conseguiram, no limiar de suas vidas, de seu tempo, superar suas personalidades e suas debilidades, e plasmar, em suas almas as notas divinas do Mundo Perfeito. Principalmente Bethoven, o qual, segundo consta, tinha um caráter duvidoso.

Hoje, em músicas furtivas, as chamadas de sucesso, percebemos letras de músicas voltadas a vidas presas ao desespero, a dor, à psique inflamada de desejos sensuais, ou seja, a música atual nadas mais é que um quadro expositivo de uma época que, em quadros, esculturas, e também (o mal da época) a programas, novelas etc, são pano de fundo tenebroso do que criamos.
E na falta clássica de alternativa, o homem começa a criar novos mundos, iniciando outro com o que tem... mais besteiras advindas de uma personalidade que quer um mundo novo com a mesma educação, com a mesma falta de valores – sejam éticos ou morais – e nos lembram Moisés, o da Arca, só que sem ferramentas, apenas com as mãos, com seus pés, e uma cabeça sem direção. E a Arca do homem atual está feita... quem quiser, abanque-se.


De Volta ao Clássico
A música clássica está na natureza, além dessa que presenciamos todos os dias. Ela se compõe de elementos simbólicos que podemos apreciar em peças nas quais pássaros simbólicos voam para a liberdade estóica, nas quais a morte é apenas um lado do homem que ainda não conhecemos.
Em muitos autores, como Vivaldi, a peça das Estações, a que presenciamos todos os anos, fica mais visível no canto de nossa alma, tão sutil, ao mesmo tempo tão eterna, forte e bela, que não acreditamos ao ouvir, apenas quando começam a cair as primeiras pétalas de rosas, na primavera, quando o frio do outono, do inferno... E o fogo do verão, se remontam como espíritos guardiões ao nosso lado.
E as gaivotas solares, no cenário da vida, tomam vôo em direção ao centro do universo, do nosso universo, e assim se vai ao violino Vivaldiano todos os crivos do homem. Lá no alto, no entanto, do espírito humano, os homens deixam de sê-lo para se tornarem deuses, na música de Bach, a que obedece às leis tradicionais, desde a era egípcia à antiga Roma, ou antes disso, antes mesmo do próprio homem ser homem, porque essa música adentra nos seios dos Logus encontrando as divindades, nos transformando, depois, em crianças em busca do sol perdido...

Após esse vôo furtivo, nas asas de um anjo mítico, caímos, em suaves penas, na música de Bethoven, que com um papel mais personalistico, e ao mesmo tempo mítico, nos sentimos em montanhas russas nas quais o susto é mais belo e calmo que os de costume, pois nos revela mais força e ao mesmo tempo uma calma, uma beleza...

Nessa montanha russa, na maior das subidas, encontramos Deus, no cimo do grande Nows platônico, no qual tentam todos os filósofos modernos e cientistas da música racionaliza-lo, no entanto, ao tentar racionalizar o que não se entende, cai-se em armadilhas, em buracos, e sai-se envergonhado pela maldição da porta fechada do mistério. Estou me referindo à Nona Sinfonia.

Dela não se tira nem mesmo se põe, apenas se inclina a chorar e se questionar acerca das ações e reações da própria Vida. Aqui Bethoven plasmou a divindade, e não sabe.
Todos, literalmente todos, temos céus e infernos. Mas provocar um é já querer fazer parte dele. E a música clássica, como ponte para um céu, assim como vários caminhos temos, pode nos revelar a face dos mistérios divinos, sem que necessitemos de pessoas, de templos – talvez os naturais a que temo direitos inatos – mestres, professores... Mas precisamos saber que existe uma necessidade: a de passar por diversas pontes nas quais encontremos outros seres semelhantes aos divinos, o que já é algo bom, pois estaremos bem perto do real caminho, da real divindade...

E quando ouvimos músicas, temos que nos aperceber disso, de que somos humanos, e que há algo a ser respeitado além desses ossos, desse emocional criança, que se apaixona por tudo... Há o terceiro andar em nós, e temos que usar de artifícios com finalidades intuitivas e ao mesmo tempo artifícios forçosos para abrir a porta daquele apartamento e descobrir o que somos...

E minhas lembranças nunca vão deixar de existir, por isso são lembranças. Quando eu quiser recorrer à minha infância, aos shows aos quais eu ia na adolescência, ou mesmo rir das discussões entre amigos sobre músicas, nada melhor que ouvir e sorrir, às vezes chorar. Contudo, encontrei na música clássica o meu ninho a que tanto buscava – e encontrei mais do que isso, encontrei todas as músicas e nenhuma, encontrei tudo e nada, encontrei Deus.

É... A música tem esse poder.





Aos Buscadores de Deus.

Um comentário:

  1. Seguinte, a musica tem suas transformações, mas nunca deixa sua essência que e emocionar, tocar, convencer, criticar , denunciar, manifestar entre outros, a musica e diversa, a batida e o que sentimos, a musica nem sempre precisa de uma letra só precisa ser tocada, a musica ela e feita para os homens , a musica tem o papel radiante e o compromisso de fazer com que nos não venhamos descrever a emoção que ela nos passa, ela e linda esplendida e incrível , http://elizfranca.tumblr.com/

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....