quarta-feira, 16 de maio de 2012

Infernastra

"Licença, Poética!"





Oh infernos que persistem,
Por que me embriagam de dor,
Na esfera de meu corpo tão falho,
Do meu amor sem ensaio,
Do despudor...?

Sabeis o quanto morro sem sol,
E me trazes o horror do dia,
E das águas frias o desamor...!
Dessas fúrias que sofro
Dessa falta de sopro,
Em coração sem pudor...

Não sabeis o inferno que sois,
Pois lamúrias há em meu tempo,
Em frios híbridos sem ventos,
Em minha alma sem revés.

Isso que tu és...
O pai do destempero bruto,
Das somas cruéis de meus lutos,
Dos dezelos sem amantes,
Nas ruas, nos caminhos errantes...
Nas noites sem luas distantes.

Relvas lúdicas catalógicas,
Analógicas, psicológicas,
Friamente ilógicas,
Assumem formas patológicas,
Em meu ser.

Tudo apenas tudo
Pela falta que fizera,
Em instantes em minha era,
Desfazendo meu trono,
Minha coroa sem ter.

Pelos olhos teus que não tive,
Do sorriso seu que se fora,
Das tardes tão tardes,
Das fantasias, paixões...
Não mais.

Nada mais seria inferno,
O resto dar-me-ia paz.

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