segunda-feira, 21 de maio de 2012

O nascimento do grão de areia.



De areia vive às margens dos oceanos, e de pedras que um dia foram areias. De microcélulas que um dia foram apenas hidrogênios e oxigênios pairando na atmosfera, foi um dia a água da vida – às águas que circundam essas terras habitadas ou não. E os minerais que relutam para se unirem em rochas, em pedras preciosas, até mesmo na maior delas, o ouro, são tão fortes, que é preciso repensar o que as fazem tão unidas e por quê.

E vem o homem, com suas estruturas físicas, químicas e biológicas, psicológicas e espirituais desejar, pensar, repensar e refletir acerca de seu presente, passado e futuro, e nesse ínterim observar outras estruturas maiores e mais belas que a tua; no entanto, encontra outra resposta senão questionar-se mais ainda.

O Criador nada fez por acaso. Esse é primeiro pensamento. E, portanto, questionar-se acerca da própria vida e não entender que todas as coisas que o cercam têm seu papel, nos torna ainda sem sentido em um universo que pulsa e se comunica todos os dias de nossas vidas, com seus sons silenciosos e a nós, às vezes, estrondosos, de modo que ficamos sem saber que voz era aquela que nos disse algo, naquele momento mais silencioso, mais preciso... Graças a pensamentos perturbadores que nos enclausuram em suas jaulas de aço, fechadas, assim, como uma grande caixa sem som dentro ou fora dela...

Resta-nos o ouvido do coração. Tão preciso quanto o biológico, esse órgão traduz a sapiência pura humana, ou melhor, reflete o que somos em breves instantes.  E nos faz ser pontes aos grandes mistérios universais a ponto de nos tornar mágicos. E não percebemos racionalmente. Por isso, talvez, não damos tanta importância.

Mesmo assim, aquele é o momento em que a grande ideia nos passa pelas narinas tal qual o grande vento do horizonte norte, advindo do grande mar vital, e revela-nos de que somos feitos, como o oceano é feito, as pedras, as miniaturas visíveis e invisíveis, e o átomo, e por que são partes naturais e fundamentais ao nosso mundo.

Todos os elementos do mundo têm um ciclo a ser definido. E estamos nele. Cada elemento possui o seu ciclo em particular dentro desse grande ciclo da Vida, e nos unimos pelas réstias (ligações) naturais estruturadas por outras inteligências, dentro da grande Inteligência.

A ideia é real. Tão real que tememos em assumi-la. Um medo natural dos homens que ainda lutam para sair de cavernas psicológicas ou mesmo naturais e entender as vias do mundo como ele é. Um medo que resvala por suas veias e o faz tão pedra, tão animal, tão monstro que, embora tenha pernas e mãos, e fala, e consciência, não passa de um ser inimaginável aos olhos das leis humanas, mas, aos olhos da maior das leis, é obrigado a entender que não passa de um átomo semelhante a outros. Consciência.

A realidade nos vem. Faz-nos pisar nas areias da praia, olhar o oceano, impressionar-nos com o sol, e esquecer-nos de tudo. Foi racional. Nada mais faz sentido. Agora, o que importa é o nascimento de uma pequena ideia para prosseguir em nosso caminho, por mais frio e errante que seja, mas que seja menos doloroso e ao passo mais leve que a brisa da manhã.

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