segunda-feira, 7 de maio de 2012

Quero ir Embora...

Eu quero ir embora, pra bem longe,
Onde não há humanos,
Onde não há enganos,
Eu não queria ser monge nesse barco triste.

Desistir dessa viagem,
Me unir ao nada
Mergulhar na alvorada,
E não voltar...

Queria ir embora e não voltar,
Onde não houvesse céus,
Nem mesmo infernos na terra,
Ou mesmo lar...

Queria ir embora, somente.
Ser homem sem ser demente,
Ser humano, sem ser doente,
Buscar o amor em mente,

E não amar.

Queria ir embora, agora,
E nunca mais voltar,
Ir para o infinito
Compreender o mito,
E nele me resguardar.

Queria morrer em paz,
Sem prantos ao redor,
Sorrir sozinho no escuro,
Embriagar-me de suor.

Queria ir embora,
Alguém deve me compreender,
Que a vida precisa de silêncio
Até mesmo do coração,
Que cria uma fria ilusão
De ser o órgão do centro.

E alma, essa figura que se vai?
Essa fortuna que nos vem?
Para onde vamos?
E por que o Bem?
Do mal já provo desde o nascimento,
E dele vivo como identidade,
Sob o véu da esperança
Que nada me dera de verdade...


Quero ir embora, não sei para onde,
Correr matas, subir montanhas,
Descobrir em suas entranhas,
Ser donos de manhas... Para quê?
Se nasci, percorri e vou morrer...?
Nasci para quê? Percorri o quê? e morrer... para onde?


Eu quero ir embora, e não sei a hora.
Mas sei que é agora,
Sei que sou eu e ninguém mais,
E não quero ressurgir em outrora, jamais.

Antes de ir, quero dizer que amei,
Amei sem demora,
Que sofri e fiz sofrer, não agora.
Dizer que nada valeu a pena,
Que pesei tanto quanto uma...
E não morri por falta de suas
Que me visitaram nuas amenas.



Regis

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