quinta-feira, 3 de maio de 2012

Inimigo Silencioso (i)




"Criamos a época da velocidade e nos sentimos perdidos dentro dela". C. Chaplin.



Traduzir o que gerações aprenderam em épocas que se passaram daria uma eternidade de textos e, ainda sim, não terminaríamos nunca; então, vamos apenas expor em breves linhas o que nos interessa acerca desse assunto que nos envolve e ao passo nos declina a polemizar todas as vezes que o citamos.

Estou me referindo ao comportamento jovem em relação aos games, twiters, facebooks, os quais transformaram, de um tempo para cá, a vida daqueles que se prostram em frente a essas máquinas que viraram pais e mães de alguns, e para outros, apenas tios.

No entanto, ainda que eu que tente traçar de maneira simples, ficaria difícil. Principalmente, no tocante ao comportamento dos jovens que, hoje, sem referenciais, não adotam nortes para os quais ir e deixam a natureza instintiva e personalistica se traduzir em vícios.

Todavia, como já falei no inicio, não são todos, mas há uma percepção de uma realidade concreta tomando conta desse mar de frialdade pela educação, a qual tanto se distancia (ou nos faz distanciar) dos reais interessados nela: nós.

A internet


E nesse mar bravio de frialdades, sempre nos deparamos com ferramentas naturais que sempre fizeram parte de nosas vidas, e outras que nascem e crecem para o desenvolvimento humano, através de tecnologias... – bem, pelo menos era para ser! Como a própria internet, que, visivelmente, não seria um mal, não apenas para os conceitos modernos, mas tradicionais também. Platão diria “Se é para o Bem é bom”. O “Bem”, a que se refere o mestre, seria tudo que se religaria aos homens, aos seres em geral, no sentido de harmonizar o homem com suas necessidades e essência; e a internet tem esse poder, contudo, no entanto, entretanto... Entramos com nossos vícios de personalidade os quais burlam qualquer bem, não apenas o maior, mas o menor possível.

Traduzindo, há, então, a grande necessidade de se vigiar quaisquer que seja a criatura de duas pernas quando se trata de dar algo a alguém para alguma finalidade, mesmo porque a finalidade, de alguma forma, ficaria em segundo plano – sempre.

Games


Os jogos em geral são a prova disso. Não são mais os joguinhos de dados, as figurinhas marcadas, as bolinhas de gude, os bilboquês, os piques-pega, dentre outros de décadas passadas que fizeram parte de uma geração como meio para uma educação. E, se fizerem um “balanço” geral, saberão o quanto as brincadeiras influenciaram no comportamento dos jovens de ontem. Mas agora, como toda caverna tem suas sombras apaixonantes, temos os jogos mais reais, mais fortes, cujas brincadeiras não passam nem perto de uma simplicidade educacional... Se é que sabem o que digo.




É notório que os comportamentos mudem, mas nem toda mudança deveria ser, pelo que vimos em termos de comportamentos, para pior, pois o que presenciamos é uma série de meninos-robôs sorrindo e se inteirando, com ou sem a autorização dos pais com uma máquina que, embora não tenha nervos ou emoção, pede e reluta para que o jovem saia e dela se distancie e crie novos objetivos dentro dos quais a própria sobrevivência de sua espécie esteja em questão...

Não é radicalismo. Atualmente, crianças com menos de três anos de idade – com reminiscências passadas – já sabem lidar com a máquina (computador) como se já nascessem com ela, deixando pais impressionados, ao ponto de ficarem presos a essa impressão e ficarem estáticos diante do horror. Os pais, aqui, dormem acordados.

O horror, com toda certeza, ainda não mora no comportamento desses sonhadores da morte, mas nos “Amos da Caverna”, como diria o mais belo e nobre discípulo de Sócrates, os quais jogam palhas secas na fogueira da vaidade juvenil dando-lhes um mundo virtual do qual, para saírem, torna-se complicado...

Os “amos” – filosoficamente falando – seriam empresas que ganham bilhões por ano, as quais educam a todos com seus jogos virtuais, sempre fazendo com que emplaque com a tecnologia de ponta a imagem mais real, mais nítida, às vezes, tão nítida quanto à própria realidade com a finalidade de levar a eles um mundo tão cruel quanto o próprio. E conseguem.

Não precisamos de crueldades, ainda que sejam de ‘brincadeira’, precisamos de batalhas naturais da vida, com intuito de crescer e desenvolver nossa personalidade, nosso caráter, e, dentro dessa experiência, nos transformar em homens, ou antes disso, de crianças e jovens saudáveis, assim como num passado não muito distante, aprendendo a lidar com a vida, com o mundo, e principalmente, sair da frente das telas e ganhar um grande abraço dos pais, dos amigos, pela primeira batalha vencida.

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