Filosofia: a porta para a mudança |
Nesses dias tão difíceis nos
quais precisamos de toda a ajuda possível de cada um, seja de um amigo, seja de
um irmão, de uma irmã... Ainda há pessoas que se julgam passiveis de serem autossuficientes,
e mais, que não precisam nos auxiliar em nada, nem mesmo quando dele se precisa
aqui e agora.
Analisando do ponto de vista
frio, torna-se mórbido transpor com palavras ainda mais frias o que há nesse
confuso cenário. Primeiro, temos aqueles que querem ajudar; por outro lado,
aqueles que não querem, e pronto...
Do ponto de vista analítico, psicológico,
temos aquele que fica no canto, a espera de um auxilio da parte daquele que não
ajuda em razão de se achar melhor do que o primeiro. Essa talvez seja a pior de todas, mas há uma outra, a
daquele que só auxilia se houver um empurrão, ou necessariamente alguém que o
empurre para a vida ou mesmo para um trabalho qualquer, ainda que a situação
seja de extrema necessidade.
Mas há milhares de outras
situações as quais nos transpomos justamente porque precisamos de desculpas
para não ajudar ou mesmo para dar opiniões acerca do que presenciamos. Eu, como
sempre, do ponto de vista que há muito não se observa, vejo tudo do lado
filosófico, ou seja, aquele que diz “se não participamos de um trabalho que
está ao nosso alcance, perdemos a chance de evoluir um pouco”.
Sim, mesmo porque a evolução não se dá apenas em terreno físico e
material -- como tenho pretendido expor nesses
textos – muito pelo contrário. Nossa real evolução é aquela que nos direciona
para cima, não para o lado ou para baixo. E não estou falando de edifícios, os
quais nos passado singularizaram o crescimento interior do homem, assim como as
pirâmides, as quais, em sua cúspide, demonstram onde se deve chegar – não no
alto, mas dentro de si.
Já que somos tão ignorantes, há
quem reflete assim, como se a parte mais alta da Grécia, ou mesmo Machupitchu,
no Peru, fossem altos porque não haveria outro lugar no qual construir tamanhas
edificações e por isso são altas... Tudo teve um sentido sagrado.
Os Grandes
Os grandes homens do passado
sabiam que a mudança de cada um não seria algo gratuito, assim havia, em cada
civilização, a chamada iniciação àquele que demonstrava voluntariamente a
vocação para a mudança interna – em algumas delas, até mesmo o nome do discípulo
poderia ser mudado.
Há noticias de que, no inicio o
cristianismo, quando não havia pressão da Igreja, muito padres se iniciavam nos
mistérios divinos, isso em escolas gregas! – mas, muito mais tarde, até os
mesmos padres colocariam seu aprendizado em xeque, pois não conseguiam ficar
calados. E tudo que aprendiam caia no vulgarismo.
E hoje, um aprendizado em relação
à mudança, a si mesmo, ou em relação às coisas que realmente são válidas para o
crescimento interno com certeza não tem a mesma natureza de um voluntário à iniciação do passado – nem passa perto --,
e, graças a pais e mais, com educações arcaicas, machistas, e deturpadas, o
pensamento relativo em ajudar alguém ou mesmo a uma entidade vai prevalecer.
E quando vejo alguns grandes e
fortes rapazes sentados à espera de um convite para trabalhar como se fosse um
presente de natal, sem mesmo sentir remorso, ou fazer cara de choro... Sinto-me
mal, mesmo porque, apesar de todos os meus problemas físicos, psicológicos, até
hoje, não conseguiria entender mãos e braços apenas como artefatos naturais
para andar e comer, beber e dormir.
A Filosofia
E mais tarde, houve uma estrela
ainda mais tradicional que me tocara a alma: a tradição dos grandes homens,
que, ainda sem qualquer tecnologia, sem qualquer meio de transporte viário, nos
deixam rastros históricos os quais até hoje, nós, com toda pompa civilizatória,
pelos menos a nosso ver, não conseguimos chegar nem nas suas sombras.
Quando penso em seus feitos, dos
quais saíram liberdades de países, de heróis, de raças, lanço-me a qualquer
feito simples para mudar o mundo, ainda que seja um pouco. Não importando onde
estou ou com quem estou, apenas remeto-me ao grande ideal, observando para o
alto, e com meu simples gesto, o qual tenta retirar das grandes nuvens dos
grandes homens a semelhança de seus grandes feitos, organizar, libertar,
alegrar, redimir, trabalhando aos poucos o que chamo de caráter.
Um dia um grande homem nos disse “Não
olhe para mim, mas para a estrela para qual aponto”. Isto é, todos temos
defeitos e dificuldades, até mesmo um Julio Cesar, um Marco Aurelio, um Cristo
talvez, mas apesar de tudo foram atrás de seus objetivos, dentro de sociedades
nas quais nasceram e cujos lugares foram tão rudes para com eles, e conseguiram
mais do que pretendiam, entrar para história para sempre...
Vamos à luta!
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