Batalhas e suas eternas lições. |
“O maior guerreiro é aquele que vence a si mesmo”
Todos sabemos que a fuga do externo – das lutas que o destino nos impulsiona no dia a dia – nada mais é que a fuga de nós mesmos. Não adianta. Forças piores nos procurarão e virão com todas as suas armas em busca daquele covarde que se esconde debaixo dos cobertores ou da cama. Não adianta ser fugaz.
Olhemos para o céu, para a natureza em si, toda ela se colide em forma de batalhas naturais, nas quais raios se colidem com a terra, com os seres, nos quais cometas colidem em planetas, estrelas explodem, a dar lugar a outras...
Olhemos para a terra, onde os grandes animais – em razão de suas naturezas tão fortes quanto outras – se alimentam após a batalha diária do alimento necessário a ele ou mesmo a sua cria.
Agora, olhemos para nós, esse ser que nasceu para a guerra da vida, dentro da qual minibatalhas são vencidas, perdidas, tudo em nome de valores terrenos ou espirituais. Não há como não lutar. Até debaixo dos cobertores, ou mesmo na escuridão dos teus olhos, sentimos medo, e o medo nada mais é que a luta interna em batalhar ou não, sair ou não, viver ou não – outra guerra.
Usemos então esse medo como aliado. Que nos passos que demos, em passos de formiga, façamos o que muitos "heróis" do presente não fazem: dê os primeiros passos para a verdadeira luta, aquela que nos chama para sua imensidão, para os seus mistérios sagrados, profanos, virtuosos ou não. Saiamos dessa penumbra do dia, desfazemos nossos primeiros nós que foram feitos inconscientemente.
Esses nós, tão responsáveis pelos nossos medos, são tão simbólicos, que nos tardam a dizer que somos às vezes um amontoado cordas em forma de estruturas ósseas, mas que, dentro, o arcaísmo, em forma de preconceitos, discriminação – até conosco mesmos – nos impedem de lutar, pois levantamos, graças a eles, muros altos, mas tão altos, que morremos à vezes, sem percebê-los.
Antes desses nós, temos os muros, e antes destes, nossa inconsciência que ouve o mal tal qual crianças que servem de torres ao que falamos diariamente. Desfazer essa criança, tornar-se um adulto e realizar seus feitos não é nada gratuito. Mas nossas tentativas, ao que sabemos, vêm nas práticas diárias, no comportamento do confronto, nas falas, no individualismo ou não.
Aqui, chocamos nossos valores, ainda que conheçamos o parceiro, o amigo, a companheira, pois, naquele inconsciente, dormia o medo de lidar com a vida, com o outro, e assim sucessivamente... Aqui, tudo que construímos deve ser quebrado, destruído, virado pó, todavia não de uma hora para outra... E sim, equilibrando o raciocínio, regulando palavras, pois os sentimentos estão predispostos a sair na primeira porta de nossa consciência...
O que construímos, de modo involuntário, vem à tona. E a batalha se faz. Muitos morrem, alguns correm; mais alguns tapam os ouvidos, contudo, ficamos estáticos pelo que falamos, e morremos um pouco também, porque não sabíamos o que havia dentro de nós.
E o mais importante: não choremos, nem pedimos nada a Deus. A batalha, seja ela de qualquer forma, virá para nos testar, ainda que seja com pequenas finalidades, mas que nos levarão a mundos desconhecidos, e dentro dela o lamento da perda, a dor, a lágrima serão tão normais qual a brisa nos campos do paraíso.
Vamos nos levantar, sem choro, sem desesperos, pois os guerreiros nobres, ainda que nobres fossem, também tinham seu medo, mas levantavam, iam às suas batalhas, venciam e dormiam o sono dos justos. Estes grandes homens não guerreavam inconscientemente. Todos eles -- apesar de seus muros e nós internos -- tinham grandes ideais a serem realizados (ou pequenos), porém os guardavam como tesouros, e realizam seus feitos de frente para o sol. E na penumbra, contavam suas histórias de amor às batalhas.
Estes grandes homens do passado, cuja vida lhes fora apenas de batalhas literais, sorriam ao mundo, mesmo que este estivesse em frangalhos; vestiam-se harmonicamente com o seu tempo, tinham seus momentos de vaidosismo, contudo, lá dentro de seus corações, sabiam que tinham que realizar todos os seus feitos, ou pelo menos um pouco todos os dias.
Ao infinito e além, querido RégisBama,filosófo do nosso dia a dia!!
ResponderExcluirAbraços bloguísticos,
Lulupisces