quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Espelhos Quebrados



Aos pedaços que nos faltam.



Olho ao horizonte,
Não me vejo.
Ao céu que se desfaz
Em nuvem,
Ao mundo que se
Destrói em guerras,
Nas terras fugidias,
Onde mora a canção.
Na antemão das
Esquinas,
Dos carros que
Voam,
Das crianças que
Passam,
Das donas que
Lamuriam...
Do homem que
Pede.
Não me vejo.

Não me vejo
Ao som do sol,
A cair nas águas
Das belas sereias,
Das areias,
Das ruas,
Suas luas trêmulas,
Em suas vestes tão
Pequenas...
Tuas vozes amenas,
Que cintilam
Nas brisas
Que se vão.
Ao meu coração,
Cheio de bíblias,
De alcorões,
Tábuas e leis,
Sem mandamentos,
Apenas momentos,
Alentos...

E sinto o teclar
De minhas notas,
O sino de minha alma,
O pedir de minha
Calma,
A paz, nunca mais,
Se vai,
E fica a atribular,
À semelhança
De uma criança
E pedir, a sorrir,
Por esperanças,
Em crédulas
Andanças,
Danças,
Ancas,
Só.

Dó em meu peito,
Sem dor,
Na clausura
De te ver,
Amar,
Como mãos
Em violão...
A afinar as cordas
De teu mundo,
Ante o meu,
Imundo,
Submundo
de meus sonhos.

Não me vejo,
E me vejo
Em tudo que não

Sou.

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