G. Bruno: ele viu. |
Giordano Bruno, um dos homens mais incríveis da História da
humanidade, conseguiu algo que a maioria das pessoas se negam em sê-lo.
Verdadeiro. Em uma época em que a Igreja queimava, assassinava, excomungava,
traía princípios, o filósofo, que há tempos partilhava das “verdades” dos
bispos, conseguiu ver a verdade.
A maioria dos homens que não entendia o porquê da incontroversa
em relação à igreja o fazia diferente. Claro, ficava bem melhor àqueles
esconderem-se em suas casas ou cavernas e discutirem acerca do que era Deus,
enquanto o próprio Giordano nunca se escondeu.
Quem já leu um pouco sobre a Idade Média, sabe que por isso e por outras, fora condenado, açoitado, preso, mas
seus ideais, enraizados em premissas tradicionais, nunca saíram de sua alma,
portanto de sua boca muito menos. Como dizia um grande professor... “ele
simplesmente via e não abria mão disso”...
Hoje, quando nos afincamos em nossas pobres filosofias,
crenças, ou muito menos do que isso, somos corrompidos por um mundo que cresce
para baixo em valores. E, já que não temos a fortaleza interior de que tanto
precisamos, por isso, empobrecemos e sucumbimos ao mal.
Não podemos deixar que isso aconteça. Claro que não somos um
Platão, um Sócrates, um Plotino, o qual tentara de todas as formas, em seu
tempo, concretizar o ideal platônico erguendo uma cidade dentro dos parâmetros
de “A República”, mas, de alguma forma, se temos, assim como o grande Giordano,
elementos que nos dizem que estamos progredindo em razão de nossa filosofia,
seja ela sempre para alto, então deixemos de escutar os invejosos, os críticos,
os quais, na atualidade, são tais quais os bispos do passado, que acreditam em
histórias sem base, e que nunca lhe deram qualquer tipo argumento para um
crescimento interior, e por isso criticam...
O crescimento é silencioso, e lento, como os passos de uma
lagarta, mas também deixa rastros como caracóis – de brilho. A fé, aqui, é um
instrumento necessário. Giordano descobriu que fé nada mais era que entender
uma realidade que existe independentemente do homem, e ele, que viu, entendeu,
teve seu alento, não precisou sair por aí, a fazer a mente de todos, semelhante
aos radicais de plantão, que um dia se desfizeram de livros, de pessoas, de
crianças, de mulheres, com intuito de começar uma nova História.
A fé do filósofo era (e é) saber, dentro daquilo que busca,
da verdade sagrada, da qual beberam homens cuja sabedoria é eterna; dos homens
que um dia se iniciaram de acordo com os mistérios; homens que não sucumbiram,
simplesmente pelo fato de que um prego ou dois lhe cravaram as mãos na hora da
verdade.
Devemos ser fortes. Basear-nos em premissas sábias. Erguer
nossos ombros, nossas cabeças, andar de maneira correta nos caminhos que
traçamos, nos quais os deuses sempre estiveram. Abrir mão de nosso ideal, do
nosso progresso – psicológico, material, e principalmente espiritual – e estamos
a falar desse último, é ser frágil em nossos princípios, ou é um principio
frágil, feito de areia, como castelos nela construídos. Cuidado.
A tradição nos define, nos mostra, nos leva a caminhos
escritos de maneira tortas, porém tão retos quanto à própria luz que sai do
sol. E devemos mostrar que somos por ele iluminados, em nossos atos de
humildade, seguindo nossos preceitos éticos e morais, passando por todos como a
um rei e ao mesmo tempo como a um plebeu que ainda busca a verdade.
A inveja e a crítica vão persistir, mas, um dia, dentro do
que somos, dos valores que buscamos, vamos irradiar nossos sóis internos,
tocaremos o coração do próximo, e seremos admirados. Temos, no entanto, para
que tudo isso seja uma realidade, acreditar em nós, em nossos princípios, a
partir de nossas buscas, pois do contrário, teremos reais motivos para sermos
execrados...
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