segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A Fortaleza de Giordano

G. Bruno: ele viu.





Giordano Bruno, um dos homens mais incríveis da História da humanidade, conseguiu algo que a maioria das pessoas se negam em sê-lo. Verdadeiro. Em uma época em que a Igreja queimava, assassinava, excomungava, traía princípios, o filósofo, que há tempos partilhava das “verdades” dos bispos, conseguiu ver a verdade.

A maioria dos homens que não entendia o porquê da incontroversa em relação à igreja o fazia diferente. Claro, ficava bem melhor àqueles esconderem-se em suas casas ou cavernas e discutirem acerca do que era Deus, enquanto o próprio Giordano nunca se escondeu.

Quem já leu um pouco sobre a Idade Média, sabe que por isso e por outras, fora condenado, açoitado, preso, mas seus ideais, enraizados em premissas tradicionais, nunca saíram de sua alma, portanto de sua boca muito menos. Como dizia um grande professor... “ele simplesmente via e não abria mão disso”...

Hoje, quando nos afincamos em nossas pobres filosofias, crenças, ou muito menos do que isso, somos corrompidos por um mundo que cresce para baixo em valores. E, já que não temos a fortaleza interior de que tanto precisamos, por isso, empobrecemos e sucumbimos ao mal.

Não podemos deixar que isso aconteça. Claro que não somos um Platão, um Sócrates, um Plotino, o qual tentara de todas as formas, em seu tempo, concretizar o ideal platônico erguendo uma cidade dentro dos parâmetros de “A República”, mas, de alguma forma, se temos, assim como o grande Giordano, elementos que nos dizem que estamos progredindo em razão de nossa filosofia, seja ela sempre para alto, então deixemos de escutar os invejosos, os críticos, os quais, na atualidade, são tais quais os bispos do passado, que acreditam em histórias sem base, e que nunca lhe deram qualquer tipo argumento para um crescimento interior, e por isso criticam...


O crescimento é silencioso, e lento, como os passos de uma lagarta, mas também deixa rastros como caracóis – de brilho. A fé, aqui, é um instrumento necessário. Giordano descobriu que fé nada mais era que entender uma realidade que existe independentemente do homem, e ele, que viu, entendeu, teve seu alento, não precisou sair por aí, a fazer a mente de todos, semelhante aos radicais de plantão, que um dia se desfizeram de livros, de pessoas, de crianças, de mulheres, com intuito de começar uma nova História.

A fé do filósofo era (e é) saber, dentro daquilo que busca, da verdade sagrada, da qual beberam homens cuja sabedoria é eterna; dos homens que um dia se iniciaram de acordo com os mistérios; homens que não sucumbiram, simplesmente pelo fato de que um prego ou dois lhe cravaram as mãos na hora da verdade.

Devemos ser fortes. Basear-nos em premissas sábias. Erguer nossos ombros, nossas cabeças, andar de maneira correta nos caminhos que traçamos, nos quais os deuses sempre estiveram. Abrir mão de nosso ideal, do nosso progresso – psicológico, material, e principalmente espiritual – e estamos a falar desse último, é ser frágil em nossos princípios, ou é um principio frágil, feito de areia, como castelos nela construídos. Cuidado.

A tradição nos define, nos mostra, nos leva a caminhos escritos de maneira tortas, porém tão retos quanto à própria luz que sai do sol. E devemos mostrar que somos por ele iluminados, em nossos atos de humildade, seguindo nossos preceitos éticos e morais, passando por todos como a um rei e ao mesmo tempo como a um plebeu que ainda busca a verdade.

A inveja e a crítica vão persistir, mas, um dia, dentro do que somos, dos valores que buscamos, vamos irradiar nossos sóis internos, tocaremos o coração do próximo, e seremos admirados. Temos, no entanto, para que tudo isso seja uma realidade, acreditar em nós, em nossos princípios, a partir de nossas buscas, pois do contrário, teremos reais motivos para sermos execrados...




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