terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Experimentando o Mito

"Meu Rei, o cálice por que procuravas sempre esteve ao seu lado". 

Cálice sagrado. Tão antigo quanto às escrituras cristãs.



É sempre bom citar as civilizações passadas quando falamos de algo que não conseguimos dissertar baseando-nos em premissas modernas. Principalmente quando falamos em mitos. Digo isso porque, no livro de Dan Brow, o Código de Da Vinci, há um professor de simbologia que dá aulas maravilhosas acerca dos símbolos arcaicos, retratados apenas em épocas como a dos faraós, dos grandes imperadores romanos, gregos; dos grandes reis persas, enfim, nos fazendo viajar no tempo e no espaço.

Foi impressionante o que o autor fez. Contudo, na mesma linhagem, podemos dizer que ele nos enganou ao tentar narrar um grande mito, o Mito do San Graau, o qual, antes mesmo de Cristo, já se era pronunciado e relatado por outras culturas. Então, o autor, para que ficasse com um tom mais eloquente, fictício e ao passo intrigante, levou a lenda a se misturar com Templários, incluindo Maria Madalena, a tão polêmica mulher, que teria, segundo a bíblia Cristã, sido a prostituta que se rendeu ao salvador do Cristianismo.

É coisa de intelectual que não tem o que fazer. O que seria o Santo Graal? Tudo começou com os Celtas, uma tribo indo-europeia, que fora, há muito, conquistada pelos romanos, e que já possuía a chamada lenda do Rei Artur, em sua cultura (para muitos, não teria sido uma lenda), o qual, na história, em um determinado tempo, teria pedido aos seus soldados para procurar um recipiente místico, mágico, no qual haveria porções de alimentos – na verdade, era muito mais um caldeirão! --, com a finalidade de dar fortaleza interna aos guerreiros.

Parece que o caldeirão foi-se afunilando, se tornando um copo, um... Cálice. E como tudo no passado que se cristianizou, a própria lenda de Artur não fora diferente. Segundo conta a lenda Cristã, Cristo teria ido à última ceia antes de subir aos céus, o que fez com que fosse atencionado seu comportamento ante os discípulos.

Cristo teria brindado com pão e vinho – “esse é meu corpo, e meu espírito”, teria dito, dando margens a várias interpretações, nas quais bíblias de várias facções se dividem até hoje. Uma delas é que o cálice teria sido o recipiente em que o sangue dele teria sido colocado, após uma lança de um soldado tê-lo ferido. Ual!

Mas uma coisa ficou clara aos olhos do Ocidente, que Santo Graal estava nas “mãos” do criador do Cristianismo e que teria que ser feita uma história, uma lenda ou qualquer coisa com finalidade de encontrar o recipiente, baseando-se na lenda do grande rei. E pegou. As duas histórias, no entanto, possuem a mesma essência, a mesma finalidade...



Artur e a excalibur. Um mito atrás do outro.


Artur, o Rei

Artur teria sido um rei vencedor, que, ao nascer, teria sido cuidado pelo grande mago Merlin, um homem misterioso, que teria feito daquele que, mais tarde, na tenra idade, fora escudeiro, e um grande rei. Sábio, justo, verdadeiro, seguidor das tradições, Artur, ainda, teria se casado com uma camponesa, Guinevere, a qual, mais tarde, tem um romance perigoso com o seu melhor guerreiro, Lancelot...

Artur, segundo conta a lenda, teria sido rei após a retirada de uma espada colocada pelo próprio Merlin (sem que soubessem), e que, em todos os anos, guerreiros se confrontavam em duelos não mortais, dando ao vencedor o privilégio da retirada da espada da pedra... (há mitos que se igualam nessa passagem...).

Artur, adolescente, ainda escudeiro, teria saído à procura da espada de seu irmão, a qual fora roubada por um “pivete”, o qual teria se saído muito bem; mas que, em razão desse “roubo”, Artur, ingênuo, teria passado por perto da sagrada pedra, na qual a espada teria sido implantada, e... Por um gesto de pura intuição, vapt!, retira a espada, a grande excalibur. Habemos Rei!

A partir dai, Artur se torna o rei. Histórias de cavaleiros se fazem em torno da lenda. Histórias de batalhas de um homem que se iguala ao salvador cristão.


Uma Távola é construída em seu castelo, com o ideal de reunir homens de bem – seus cavaleiros --, na qual a reverência ao todo, ao universo, a Deus, depois de todas as batalhas era obrigatório; além das grandes histórias de heroísmo. 

Artur vira Mito, no melhor sentido na palavra.


(voltamos mais tarde com o Mito)

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