sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O Ecletismo da Mente e da Razão

Razão. Sempre de acordo com os princípios universais.






Desde que iniciamos textos com vistas à compreensão do significado filosófico de felicidade, nossas pretensões têm sido a de realmente sermos felizes, no sentido mais filosófico possível. E ser feliz, como já foi citado, é ter uma vida plena de satisfação interior, com princípios  voltados ao Bem, ao Verdadeiro, à Beleza, enfim, aspectos que só encontramos na natureza, em nós.

Fácil dizer, no entanto. Difícil é manter-se no caminho com nossos propósitos, como se fôssemos andarilhos solitários em busca de algo ilusório, sem inicio ou fim. Mas sabemos, graças à tradição, que há valores a serem regados em uma terra, em um mundo que necessita ressuscitar a partir da sabedoria dos homens que um dia nasceram, cresceram e morreram na tentativa de dizer algo a respeito do ser humano – e muitas vezes deixando, em forma de ideal, esse que permeia na natureza, a resposta para que buscamos, como eu disse, a felicidade.

É mais que preciso. Urge que sejamos fortes – não fisicamente, mas – lá dentro de nossas possibilidades, de nosso âmago. Como um grande filtro, devemos usar o que temos, e nos aferrarmos em proteger nossa razão, e mais, prezar, com o que temos, nossa mente.

Um dia (lá vem ele de novo!) um professor nos disse, “Por que aceitamos tudo em nossas mentes, se não aceitamos qualquer coisa em nossa casa? Será que baratas e ratos podem andar à vontade em nossa sala, como se a casa fosse deles? Acredito que não. Assim devemos ser homens e mulheres que protegem nossos princípios a partir do que vemos, escutamos, até mesmo de amigos que temos. Vamos pensar em ecletismo. Vale à pena ser eclético?”...

Realmente, foi uma aula e tanto, na qual pude refletir a partir daquilo que escutava, via, sentia, tudo em nome de um ecletismo que me dava qualquer amigo, com qualquer conversa; de músicas que escutava, apenas para o prazer de escutar, e nunca com proposito algum.

Depois disso me questionei. “O que devo ouvir para seguir o meu propósito? O que devo assistir? Que amigos devo ter?... Por onde devo ir?...” – E passei anos a ser radical, sem mesmo saber  porque limpava minhas veias internas, e dispensei amizades, de um dia para o outro, e comecei a ouvir clássicos... Eu queria enlouquecer em nome de algo que ainda não se formava em minha mente...

Assim, passado o radicalismo, percebi que a felicidade é uma planta que ainda vai nascer em nós. Vai ser robusta, verde, bela, e se tornará uma árvore com o tempo, não com radicalismos. E deixei se formar, em mim, as primeiras sementes, e até hoje rego, não todos os dias, mas, ao me lembrar, continuo, bem devagar, a sobrevoar meu futuro jardim, que um dia será tão belo e perfeito, quanto qualquer outro.

Mais tarde ainda, por meio de atos que me levassem a pensamentos que fortificavam meu ideal – de ser feliz – iniciei o verdadeiro processo de escolhas do que realmente eu queria para me fortalecer. Agora, não era aleatório. Eu sabia o que era ideal, sabia de suas nuances, de sua perfeição; começava entender que poderia fazer parte dele como a um ser dentro de uma grande engrenagem, como uma peça fundamental em meio a outras peças – todos nós.

E comecei a entender a sua essência, por meio dos mitos, dos deuses, desses que só eram prezados no passado, mas que são tão engrenagem quanto nós, em um universo tão maior quanto o nosso; porém, de algum modo, mostrou-me que somos um pouco deles.

A razão, essa faculdade de filtrar o que é justo ou não, estava em mim como uma ferramenta maior e melhor, trazendo do céu, a verdadeira música, a das musas, as quais se harmonizam, por meio da brisa fina e sagrada, com tudo que se move – árvores, humanos, flores, voos, estrelas, nuvens... Em uma dança jamais vista por algum homem, ou por ele apreciada.

E quando se está em Ideal, palavras são pronunciadas no sentido de trazer  o amor, a paz, a beleza, a fé no invisível, em Deus. Quando se está em ideal, amigos desaparecem, e amigos reais, coesos, tão fortes quanto irmãos, nos aparecem. É um período difícil, mas nos torna um pouco melhores, pois sabemos que o passado não estava errado no tocante ao que devemos ser.

Quanto ao que devo assistir, penso em filmes que nos elevam por meio de exemplos heroicos de homens que viveram por algo maior que eles, como a liberdade de uma nação; como um general que, apesar de tudo que tem, abre mão para salvar seu país. De épicos que nos fazem recordar o que devemos ser em humildade, em sabedoria, como se tentássemos buscar o que éramos antes do que somos hoje, homens de bem, porém sem finalidades.

E tento, por meio dessas águas, ser o que sou, sem abrir mão de minhas origens, nas quais penso sempre que acordo: um garoto pobre em tudo, e ainda me considero assim, com uma diferença apenas, rico por saber o caminho da felicidade.


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