quarta-feira, 6 de maio de 2015

Coragem para escolher




Em "Coração Valente", um filme que mostra a saga do herói escocês Willian Wallace, temos um início fantástico com o pequeno Wallace querendo ir à guerra com o Wallace pai, o que era mais que normal uma criança se mostrar ao genitor, a demonstrar sua capacidade de luta, pelo menos em vontade, mesmo sabendo que guerreiros não voltavam em sua grande maioria.

Naquele dia em que seu pai tinha sido chamado pelos guerreiros do clã  para enfrentar os ingleses, Wallace filho já estava presente, em forma, cheio de sorriso no rosto infantil, como se fosse um pequeno Davi a derrotar vários Golias. Mas, para tristeza dele, não poderia, pois a guerra, segundo seu pai, não era lugar para força, mas para comprometimento. E o pequeno aprendeu a lição, ficando em  casa, brincando de.. guerra, com seu melhor amigo.

E ainda naquela tarde tão misteriosa, estava por vir o pior dos ensinamentos, aquele do qual ele aprendera desde que conhecera seu grande herói, seu pai. Um ensinamento que dizia que de toda guerra podemos esperar somente duas coisas, a sobrevida ou a morte... E seu grande pai se foi.

Os guerreiros, vindos da montanha, o chamaram e o pediram calma, e o fizeram com que compartilhasse a dor da perda, a dor necessária que estava por vir desde que aquela guerra nascera. E o fez. No enterro do líder guerreiro, conhecera seu tio, que mais tarde o ensinaria a arte das palavras, da espada e da guerra, Um dia tão friamente mágico que, depois de enterrar seu pai, sentira sua presença em sonhos, deitado em cima de uma mesa, e morto, abrindo os olhos apenas para lhe dizer.. "tenha coragem para seguir seu coração, filho".

Ele tinha razão; na vida fazemos escolhas, mas somente os grandes conseguem. Mas, em meio a dúbias interpretações, digo que fazer o que o coração pede, significa o que temos de mais perto de nossa identidade real está por vir, e a sufocamos por falta de coragem ou entendimento com relação a esse pedido.

Fazer escolhas, fazemos sempre, a todas as horas, como se criança fôssemos, e de alguma forma resolvemos como tal; mas a vida, quando nos faz enfrentar o mal ou mesmo a nós mesmos, pede a presença do coração, da pureza  voluntária, da simplicidade, do mas puro sentimento, ao contrário do que pensam os psicólogos que sempre, sem seus consultórios, afirmam que atos como tais são gêmeos de ações impensadas, sem qualquer direção ou natureza.

Saber escolher de coração é selecionar o que podemos realizar, sem dor, sem persistências desnecessárias, no entanto, para que tenhamos que realizar esse pequeno exercício, é preciso também coragem -- que vem de coração..



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