Estou mudando de setor. Depois de
mais de dez anos conhecendo colegas, fazendo alguns amigos, aprendendo com as
chefias, ensinando meu serviço, me aperfeiçoando em práticas setoriais, hoje,
percebo o quanto é difícil qualquer tipo de mudança, seja ela em qualquer
nível...
Claro que estou me referindo a um
tipo de mudança que, teoricamente, é mais fácil, pois nos faz refletir somente
sobre para onde vamos, e se vamos encontrar algo melhor, ou pessoas melhores,
ou melhor, pensamos em tudo que não tínhamos no anterior.
Mais que isso, fazemos
comparações intuitivas, subjugamos a nós mesmos, declinamos de uma forma de
pensar não natural no dia a dia. Enfim, o coração acelera, pernas ficam
pesadas, cabeça confusa, paisagens ocultas! Nada fica de fora de nossos
pensamentos, os quais, agora, são uma constante elucubração do presente, que
não passa.
Imaginem mudanças reais, nas
quais temos que mudar de comportamento, de falas, de visão acerca do mundo. É
certo que a palavra mudar, aqui, não é mais a mesma, mesmo porque está nos
imprimindo redefinir o que somos, por meio de ferramentas que não usamos, e se
usamos um dia, não foi com seu único objetivo... Mudar.
Mudar com relação às pessoas, com
relação à natureza, às instituições, ao mundo e a Deus... Com certeza não é um
exercício fácil, gratuito, como se atravessássemos uma esquina sem carros, ou
uma ponte vazia de meio metro de cumprimento. Mudar, nesse sentido, exige,
antes de mais nada, um histórico pessoal, do qual se baseia-se para saber se
estamos certos ou errados daqui para frente...
Se certos, continuamos e traçamos
nossas metas, como peregrinos do amanhã que querem chegar aos céus; mas se não
estivemos, temos que olhar o passado, a tradição, e nela trazer à tona alguns
conceitos nos quais nos basearemos, de modo a segui-los, vivenciá-los, antes,
amando-os como a nós mesmos...
Sim, não há como mudar se não há
ânimo, amor, alma, vontade, dedicação, dação. Sem tais quesitos internos, a
palavra mudar, mais uma vez, será vã, e ficará em seu sentido natural,
material, palpável... Ou como queiram definir.
Para mudar, há de ter, além de
esforços internos, referenciais, dos
quais vamos, como pequenos pardais, retirar o farelo precioso dos grandes
homens e mulheres, os quais, de uma tradição, nos deram conhecimento acerca de
nós mesmos, do próximo, de tudo. Eles sabiam o que diziam, sabiam o que
deixavam, e sabiam qual o motivo.
Por enquanto, nesse meu limiar
material de mudanças, tento lidar com o conceito antigo dessa palavra tão curta
e bela (mudança), e propagar em mim alguns conceitos que podem ser válidos para
o meu caminhar literal e metafórico. O mais importante é aprender com a
mudança.
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