Sabe, é difícil falar dessas pessoas tão maravilhosas, tão puras e com sentimentos tão humanos. Que pessoas?! Essas que estão ao nosso lado, em nossas caminhadas, sempre dispostas a nos dar uma palavra de amor, ou pequena palavra amistosa, um gesto -- um abraço, um sorriso na horas mais duvidosas quanto à própria existência humana, ou quando tudo está perdido...
Quem são essas pessoas? Elas se divertem no frio, enquanto outras reclamam, difamam, se maltratam e ao outros, quando lhes é conveniente; indivíduos capazes de trilhar enormes montanhas, e dizer, depois de passar por todas as dificuldades, "quando é que vamos de novo??". Chega a ser anormal, quando comparados a nós, medrosos, maldosos, frios, aos nos deparar com situações gêmeas ou nem perto destas!
Por que não somos iguais a esses seres incríveis? Hoje.. ao subir o elevador do edifício, que dá acesso à minha seção, me encontro com um grande amigo que, nas horas vagas, faz suas orações, e pede a Deus que o mundo seja melhor que ontem. No momento em que o encontrei, eu estava um tanto quanto pensativo quanto ao meu dia, às pessoas, ao momento em que estamos passando de crise..
E quando eu o vejo, com sua fé disciplinar, aparência reta e amável, metralhou-me com sua bonança em forma de palavras de amor e fé, advindas de um coração sensato, coerente e, quem sabe, puro. Sem querer, meus pensamentos acerca desse mundo desapareceram, e como um mágico que chama a atenção do seu público, ele, esse grande amigo, apertou-me a mão, e falou em Deus.
Claro que ele fazia parte de uma igreja, e que sua inquebrantável fé era prova de que aprendia muito mais que muitos seres convictos, que em horas de desespero amaldiçoam o mundo e até a própria vida; mas ele, não. A audácia singular em reverter razões estudadas historicamente, apenas em pequenos gestos, em palavras sutis e claras, nos deixam com o coração mole, e a alma mais flamejante.
E ao me deparar com ele, já sabia que era uma dessas pessoas que dormem no frio, andam quilômetros em nome do próximo, sobem montanhas, caem e se levantam tão sorridentes, quanto um menino que acabara de receber uma moeda. Acho que precisamos refletir sobre isso.
Mas.. Quem são eles?
Com toda a certeza, se eu fizesse a mesma pergunta a esse amigo, diria que era "Deus em sua vida", e muito mais que poderia me instigar a acreditar. Porém, devemos entender que há Deus em tudo, não somente no belo, mas no feio, no desamor, como se fossem contrapartes naturais na vida do homem com fins de fazer-lhe aprender acerca de si mesmo e do mundo.
O que nos refreia ante a essas pessoas é que elas escolhem ser assim, como um andarilho que escolhe para qual lugar ir. Elas passam por tudo, vão a qualquer lugar, lidam com todos os seres, e nos dão grandes aulas de humanidade. Sabe por quê? Porque sabem para onde vão, não importa o que passam ou por onde passam -- elas simplesmente escolheram andar nas brasas da vida com coragem e determinação, disciplina, paz e humanidade... Algo que, antes, era tão natural quanto abrir o portão do quintal e colher a manga que caiu.
Um grande Ave! a essas pessoas.
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