segunda-feira, 13 de agosto de 2018

A Diferença que Salva

Já percebeu o quanto estamos enganados quando às nossas ideologias? Sejam elas partidárias, religiosas, capitalistas, terroristas, cultas ou não?... Se olharmos para trás, todas elas possuem uma influência muito grande com o passado, com aquilo que um dia norteou grandes nações, entretanto, nunca moveu nenhum fio de cabelo de barba do Santo. Será por quê? Talvez porque jamais nos questionamos a respeito do que estamos fazendo, acreditando, nem mesmo sabemos para onde estamos indo, e isso nos faz nos redirecionarmos todos os dias, como se estivéssemos seguindo uma moda qualquer.

Temos que tomar cuidado. Temos que nos afiliar a ideias que nos concatenam com o coração, ideias que nos relacionam com o simples, com a face sagrada que se esconde dentro de nós. Parece piegas, mas é isso aí. A vida não perdoa quem está errado, não vacila quem se julga melhor com ideias mentirosas; a vida não possui um "back space", no sentido de nos fazer voltar ao passado e conserta-la, remodelá-la, aperfeiçoá-la. Não. É engano puro.

Porém, somos capazes de reconhecer que erramos, entender que caminhos tortos foram tomados, que a esquina não era esquina, que as placas que eu seguia eram erradas, e referenciar-me em algo que me transforma, me organiza como ser humano, ou seja, aquilo que me faz sentir orgulho de me ver no espelho e bater no peito e dizer, "estou vivo e tenho muito que semear". Tudo isso, no entanto, consciente de meus erros que foram grandes, que os buracos deixados no passado ainda são crateras com as quais terei que viver em minha alma, as quais serão difíceis tapar -- ou jamais serão.

Não é caso daqueles que fazem questão de andar pelas trilhas erradas da vida, ainda que não tenha mestre, que não tenha nem mesmo um irmão ou um amigo para ouvir ou dialogar, pois, acredita, a verdade é dele e de mais ninguém. A verdade, um dia li "A verdade jamais será alcançada pelos humanos", mesmo porque somos humanos, e a cada passo que damos para frente, nossos vaidosismo nos faz dar mais dez para trás. Assim como um montanhista que chega ao cume de uma montanha, somos nós, mas ao saber que estamos preparados para a verdade, um pouquinho que seja, escorregamos no abismo da relatividade, da opinião, do nada.

E por essas e mais outras que saber a diferença entre convicção e fanatismo está cada vez mais difícil, pois somos violados com tremendas loucuras cotidianas todos os dias, e as levamos para nossa formação de caráter como se fossemos crianças em meio a outras, apendendo a falar. Moldamos nossos filhos a partir desses valores, defendemos com unhas e dentes o modernismo impiedoso, reformulando palavras para encaixar modelos do passado, como loucos com armas a defender o homicídio total.

A convicção é a busca do somos, de ideias que nos elevam a Deus, que nos organizam internamente, a deixar rastros somente de amor e vida, caridade e paz. A convicção nos faz ouvir o próximo e o próximo nos ouvir; toda ela é um misto de humanidade e sacralidade, unidos em um território sutil, porém, para nós, majestoso, pois ali podemos ser o que somos, sorrir, assobiar, sem que matemos ideias de terceiros, ou que estes nos mate com suas ideias.



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