sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Os Quatro Lados da Pirâmide

Quando se está fora dos trilhos, há de pensar não apenas de maneira individual, mas principalmente coletiva, ou mesmo  histórica. Não é de hoje que nos sentimos assim, como indivíduos obrigados sempre a algo, forçados por uma falsa liberdade que nos imprime condições naturais de um "cidadão", caso contrário nossos direitos, tecnicamente, nos são retirados, apenas pelo fato de adotarmos princípios que não sejam aqueles que divulgam na mídia ou mesmo em constituições que nasceram para "todos".

Tudo isso pelo fato de as engrenagens de uma sociedade não estarem em consonância com seus reais modelos, os quais foram, no passado, mais que modelos, foram colunas históricas que sustentaram nações clássicas, que olhavam para cima, no intuito de evoluir através de seus princípios.

No antigo Egito quando tinham em mente a pirâmide, plasmada de diversas formas em terra, sabiam que seus cantos equivaliam uma coluna da sociedade, e eram em quatro; e ao cimo dessa pirâmide, a cúspide, lá do alto, a revelar o objetivo de cada um, assim como algo maior, melhor, sagrado ou celeste.

O primeiro lado da base seria a Religião, meio pelo qual o homem comungaria seus aspectos internos com o mundo, com o sagrado e com Deus. Estaria voltado ao mais profundo mistério, dentro da mística em cada fase de sua vida, quiçá em tudo que faz; o segundo seria a Ciência que, ao ver do Uno, não seria esse vaidosismo todo, que estaria de encontro à religião, mas a seu encontro, mesmo porque, como ciência, também votar-se-ia à Verdade, ao descobrimento de universos, de meios pelos quais o homem unir-se-ia a ele mesmo; na Política, homens usariam de mística para unir-se ao outro, a Deus, não ao relativo, ao materialismo, não ao espúrio comportamento vigente; seria o homem político aquele que vivenciaria a sabedoria, torna-la-ia prática, vivenciaria os mitos e traspassaria ao próximo... 

A última coluna a Arte, modelo que nos inspiram o Belo, não a debilidade humana, como dores de cabeça, conflitos armados ou não, retratados como se fossem a construção de uma sociedade mostro. O papel da arte é tão importante quanto  o do resto, mesmo porque ela incita a busca pela beleza interna, a qual nos dá a chance de iniciar a externa, por meio de belos poemas, belas falas, pensamentos, e ao nosso comportamento ante ao mundo e a Deus.

Enfim, a cúspide nada mais seria o ideal natural de todos os princípios de todas as quatro bases que a ele buscariam e nela se encontrariam. E nós, homens, com nossos princípios, devemos tentar visualizar uma pirâmide dentro de nós, construir e nomear os seus lados, fazê-los, intuitivamente, buscar a cúspide, ou como diria nosso filósofo Platão, o nows em cada um, com vista a alcançar o maior deles, o qual, mais tarde, fora visto como face sagrada de Deus.

Hoje

Hoje, as quatro base estão distribuídas, sem conexão, não estão presas, ou presas pela opinião, ou separadas por ela, não se sabe. Sabe-se apenas que a grande responsabilidade de uma evolução histórica em cada nação foi esquecida, largada pelos homens modernos, seus vícios, os quais geraram mais vícios e a cada um foi dado o nome... Religião, Política, Ciência e Arte...

Enquanto o homem não olhar para cima, enquanto seus olhos estiverem moldados apenas à base e suas confusões horizontais; enquanto a verticalidade não vem, podemos nos atrever em meio a essa confusão e nos precipitar a iniciar uma pequena busca pela verdade, pela beleza, pela harmonia, pela paz, pela compreensão, pela caridade, pelo amor...





Até segunda!


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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....