"Não existe um caminho para a paz; a paz é o Caminho", disse Gandhi, a grande Alma da Índia. Normalmente se pensa na paz como um meio pacífico de ser, de aceitação ao próximo e ao que ele nos oferece. A paz, essa que tanto buscamos, é tão complexa que não cabe em explicações subjetivas, nas quais eu acho ou você acha, mas uma busca perfeita entre mim e Deus, isso dentro de meio em que somente eu e Ele sabemos o que queremos e podemos fazer e ser.
É quase um conceito platônico de Justiça, quando o filósofo grego deixa nas entrelinhas que tudo depende na natureza e da capacidade de cada um para ser justo. A paz depende de ser e não de ter, depende da natureza e da capacidade que cada um tem em relação à sua existência e sua busca em relação ao sagrado, à Natureza como um todo. É um princípio complexo, por isso é belo.
Não se pode falar em paz arbitrárias, as quais sistemas comentam e tentar impor. Não. É preciso olhar para si mesmo, de modo mais simples, sem medo do escuro, refletindo sobre seus atos, suas palavras, seu modo de ser. Não olhar para trás com receio de cair naquela cratera que fora feita no passado e que desfaz qualquer esperança quando com ela nos deparamos...
Não tenha medo da paz, ela faz parte de um daqueles valores naturais ao qual temos direito. Um daqueles presentes que esquecemos na prateleira do subconsciente, dado pelos deuses, quando iniciamos nossa trajetória humana. Sabemos, contudo, que as guerras, os conflitos, todos eles, de todas as formas, ainda nos afastam dessa palavra, nos arremetendo a abismos de pensamentos frios e negativos com relação às nossas pretensões a ela.
Tenhamos paciência. Ainda que haja batalhas, e por serem batalhas, todas elas um dia iram cessar, nos dar um fôlego, e assim, voltemos a pensar em algo que nos incline às divindades, quando não a nós mesmos, a questionar nossa alma, o que ela pretende, além de nosso espírito lírico, com o qual nos enganamos sempre que nele pensamos, enfim, pensar naquele cantinho idílico que tanto nossos filósofos gregos citam quando debaixo de chuva, na guerra, nos pequenos conflitos estão...
E nós, sem a coragem deles, choramos por tudo, corremos por tudo, e nos despimos de humanidade simplesmente porque machucamos a unha de um pé. O que me parece, por isso, é que não merecemos a paz, nem mesmo o sol, a chuva ou beleza da primavera. Mas estão sempre ao nosso redor, insistindo como crianças que sejamos nós, no melhor sentido da palavra, sempre dedicados a ideais que saibam conjugar e Beleza em sermos gêmeos à natureza, justos com o sol, repetidores como as estações e heróis que transcendem essa morte que chamam de vida.
Assim como os grandes falaram e buscaram a paz, em meio a guerras, a praticaram dentro de seus heroísmos, podemos, sim, com nossas poucas batalhas, nos inclinar, ou pelo menos tentar, a encontrá-la. Por que não?
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