"A Sabedoria consiste em ordenar bem a nossa própria alma"
Platão.
Sol. Simbolo do Bem. |
Já percebemos o quanto somos voltados ao bem, ao bom ao
justo e ao verdadeiro. Sabemos que há uma jornada, na realidade um caminho
longo para adaptá-los às nossas vidas, na maioria das vezes simples, porém as
tornamos complexas no limiar desse universo. Isto é o mal, de alguma forma,
fará parte dela, como um pequeno incêndio a ser apagado com nossas ferramentas.
Não podemos ter dúvidas, ainda que este último, o mal,
tome-nos de assalto nas esquinas, nos bares, no trabalho, em família, temos que
ser do bem. Sempre. Levá-lo como um chaveiro, preso em nossa alma, a fazer
barulho quando nos encontramos com alguém que não o tenha. Mostrar os trunfos naturais
de um ser que filtra a conversa vulgar, dispensa comentários jocosos,
preocupa-se em ser cordial, e que dá certo conforto ao próximo...
Enfim, não somente dessas características vive o ser do bem,
mas da própria essência que o conduz aos seus objetivos, dos quais não se abre
mão. Este ser sabe que, no fundo, o próprio universo, indivisível,
indecifrável, místico e misterioso terá sempre uma relação maior com o Bem,
pois este nascera muito antes do primeiro, portanto, muito antes do homem. E
cabe a nós carrega-lo em nome da Justiça e da Verdade, para sempre.
O Bem Platônico
Todos estão cansados de ler a respeito do mito da caverna,
de Platão. Mas há sempre aquele que não; então vamos lembrar um pouquinho daquela
caverna que abrigava seres humanos, desde a tenra idade, de modo que não sabiam
nada acerca do que se passava do lado de fora daquela que era tida como a única de fato . Claro, não poderia ser diferente, pois estavam nela desde crianças,
portanto...
Enfim; havia labaredas de um fogo que era alimentado por
pessoas que comandavam o abrigo, e estas eram os amos, os donos, os mestres da
caverna. Deles só se percebiam sombras que refletiam do lado oposto aos olhos
dos “escravos”, que, algemados, sorriam, se alimentavam, brincavam, e dormiam sem
se questionarem o porquê das algemas e tudo mais... (Parece um povo que conheço...).
Um dia, porém, um deles, “sem querer”, de tanto se mexer,
conseguira o que os outros há tanto tempo acreditavam ser impossível: sair,
levantar, e ver o que havia do outro lado do fogo.
Prometendo voltar, o agora homem se levantara e se fora nos
caminhos estreitos que limitavam o caminhar dos mais ousados. E foi. Depois de
caminhar por horas, sentira que estava perto de um clarão, de uma... Saída. E
percebendo que não havia mais o chão pelo qual passara, pisou, pela primeira
vez, em uma grama, mas teve que voltar um pouco o passo, em razão de seus
olhos terem se deparado com um ser tão claro e limpo, e puro, e belo, e
justo... O sol.
A continuar, percebeu o quanto perdera sua juventude preso
às algemas, acreditando que a vida, a realidade, o mundo, ou próprio o universo
se resumia em uma parede cheia de sombras!
O mestre, como sempre, divino, deu-nos pistas eternas para
entender o nosso universo, até mesmo nossos valores pelos quais lutamos tanto.
O mito, ao contrário do que dizem, não é uma mentira, mas, como sempre será,
uma realidade que esconde outra maior... E Platão não deixou por menos. Neste
mito, em homenagem a seu mestre, Sócrates, que havia morrido injustamente em
uma Atenas pútrida, decadente e fria, na qual o império de uma democracia
subserviente estava surgindo, Platão também nos mostra a simbologia
de elementos que, em outrora, em civilizações passadas, eram sagrados, e que intuíam
o Bem, o Justo, a Verdade...
O Sol, por exemplo, como elemento que nos interessa,
significa o Bem. Mas não esse bem relativo do qual somos portadores, nem mesmo
próprio sol. Este, por não ter outro ser que transcenda a realidade que quis
nos passar, é o alvo do que os mestres – acho que até a própria natureza –
querem.
No mundo sensível, como deixava claro, não há outro que
possa retratar o Bem senão próprio sol, pois este ilumina a todos
independentemente da cor, raça e sexo, naturalidade, espécie... enfim, não
teríamos palavras para entender a metafísica do Bem.
Por isso, dizia o mestre, a ideia do Bem estaria acima de
todas as ideias, não só do próprio universo, mas a do homem em comandar o
Estado. Este teria, acima de tudo, de se engajar e realizar, dentro de suas
possibilidades, como Estado, a ideia suprema do Bem.
A Nós
O que nos fica dessa grande ideia é a beleza de ser do bem. O
Bem, agora o maior, no entanto, fica aos grandes que poderão governar um dia esse
mundo, pois somente eles podem ter a praticidade de um herói, a força de um
guerreiro e a segurança de um guardião. Estou me referindo aos filósofos.
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