quinta-feira, 24 de abril de 2014

Portões de Ferro (final)

Máscaras de Ferro. Temos que retirá-las.






Sabemos que progredir, formar-se, evoluir em nosso meio tem conotações diferentes aos que buscamos. O ser humano, desde sempre, entende de forma material – claro que circunstancialmente – que palavras acima, se as intuirmos, teremos problemas em nosso meio, mesmo porque nunca seremos dotamos de uma educação que nos incentive na busca da profundidade de cada uma delas... Nos perdemos.

Então, Evoluir, Progredir, Formar-se, nada mais é que realizar sonhos concretos, estes que geralmente se veem em filmes, em novelas, e que, de vez em quando, nos acontece. Mas que sempre haverá um significado melhor quando sentirmos na pele.
Sentiremos, porém, uma coceira, lá dentro de nossa alma, em tentar compreender o porquê dos sábios, dos mestres em filosofia, dos grandes homens, os quais, por maiores em seus atos que fossem, se mostravam simples e muito mais religiosos, no sentido mais nato da palavra.

Por quê?...

Porque era preciso que o homem, em algum tempo, se voltasse ao sagrado, de forma mais humana, e em alguns casos até divina, para que hoje pudéssemos estar mais confortáveis quando nos referíssemos a Deus, a Amor, à Verdade... Para tanto, tiveram que levar as palavras, e seus conceitos, para cima.

O que quero dizer é que todos os conceitos, na realidade, eram voltados para o entendimento de uma cultura interna, não só dele, mas principalmente de um povo. Por isso, a invenção do mito. Nele se esconde uma raiz que desvenda a realidade pela qual o homem deve realmente viver. No mito, palavras e atos ficam mudos, universos se fazem, homens se encontram consigo mesmos... Mas nada disso se faz sem a prática diária.

Voltamos aos portões...

Por falar em práticas diárias, falamos no texto anterior em curiosidade, esse meio pelo qual seguimos rastros, como ratinhos em busca de queijo e que no mais tardar são presos em possíveis ratoeiras.

Não somos ratos, mas somos presos a palavras e a valores errôneos dos quais retiramos nossas informações diárias, as quais, na maioria das vezes, não nos servem para muita coisa, a não ser que jornalistas dela vivam, na realização de sites, e ganham com isso no final de tudo.

A informação, como já fora dito, a muitos, também, serve como elevação moral, ética, e realiza sonhos, em detrimento da miséria alheia. Além de tudo, nos torna arrogantes, frios, e nos embasa uma máscara que nos traz um sorriso parado, olhos vazios, e um rosto que nos reflete o que pensamos em relação ao espírito – escuro. Ou seja, o materialismo venceu.
Máscaras

Isso me faz lembrar o filme “O homem da máscara de ferro”, com Leonardo de Cáprio a realizar um dos melhores papeis já vistos, em um personagem duplo – um rei mal e um outro, irmão gêmeo deste, preso  na masmorra do castelo, desde a tenra idade, com uma máscara de ferro.

Os três mosqueteiros, mais Dartanhan (?), o quarto mosqueteiro, no limiar do filme se mostra interessado em descobrir o porquê das maldades do primeiro rei, o qual sempre resguardou o segredo do irmão, mas descobre o pior, que há um irmão e que esse, preso há muito, é seu real filho.

Depois de tudo, do desenrolar do filme, ainda com a máscara, o filho de Dartanhan olha para o rosto de seu pai, caindo ao chão e diz... “Pai, você, no fim de tudo, é que possuía a máscara”.. – foi incrível.

Voltando.

Assim, produzimos máscaras com finalidade de concretizar nosso caráter com o pouco que temos. E as informações, de todos os níveis, devem passar por um crivo interno, e se se revelarem úteis, podemos levar ao nosso maior filtro, o espiritual, aquele que nos condiciona a rever nossos conceitos, compará-los, e desvendar o que está por trás da cortina que colocam diariamente.

E isso me faz lembrar um novo episódio de nossa história recente de informações inúteis. A de um professor de filosofia, de um colégio público, que havia colocado, com muita coragem, em sua prova aos alunos, uma questão que os deixara pálidos a principio...

A prova de filosofia, com questões inerentes à matéria,  trazia o nome de uma suposta cantora, referindo-se a ela como uma grande pensadora, mesmo sabendo que ela não era aquela cantora, nem mesmo pensadora. Foi o fim da picada. Saiu em vários jornais, a repercussão foi forte, mas, depois de tudo, o professor, que de filosofia era, deixou claro em entrevistas que fez uma brincadeira. Queria fazer uma alusão a utilidade da mídia como um todo, até mesmo sua utilidade diária dentro dos valores sociais e humanos...

E conseguiu. Não precisa nem dizer que maior prova da mídia agora é mostrar sua utilidade.


A presunção

Toda mídia, assim como a maioria dos homens que estão por trás de tudo isso, é presunçosa. E isso não permite a entrada de novos valores, conhecimentos, a expansão de possibilidades ou mesmo de ideias construtivas... Ninguém iria ler, comentar, qualquer que fosse o artigo. Talvez alguns...

O mais importante, no entanto, é entender que há interesses por trás de cada ideia forte, e a mídia é uma ideia que se revela mais forte a cada passo, a cada comentário, e isso nos torna mais perto de ideais construídos, não que temos que construir.  Tornamo-nos a própria mídia... e nos tornamos excessivos em conhecimentos, nos julgando melhores pelo que colhemos. É fatal.

A presunção, como diriam no passado, é uma porta de ferro (ou um grande portão). Temos que nos abrir e descobrir, nas mínimas coisas, o que podemos fazer por nós mesmos, nos sentido mais interno possível, e realizar, a passos curtos, nossos objetivos, sempre observando, a nossa frente, as placas que os mestres nos deixaram para seguir.


Assim, vamos identificar o Amor, a Humildade, a Complacência, a Coragem, novas experiências, conhecimento, rumo à Verdade.

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