terça-feira, 15 de abril de 2014

Filosofia. O Apelo da Alma.

Estoicos: os mais disciplinados, os mais divinos.


"O Corpo humano é a carruagem, eu, o homem que a conduz, os pensamentos as rédeas, os sentimentos os cavalos
Platão.




Para a Filosofia clássica, da era estoica, que cuidava dos desvãos humanos, que nos ensinava a nos portar ante o sagrado, é responder o apelo da alma. Segundo os filósofos que nos influenciaram em séculos que se foram, como os epicuristas, estoicos, cínicos, podemos não só nos abrandar em meios universais, nos questionarmos acerca dos planetas, dos mundos que não conhecemos, mas principalmente de nós, de nossos medos e dores, e nos libertar de sua influência.

Quando chegamos ao fim de tudo, de nossas forças, ao fim do fosso, ou nos perdemos em labirintos psicológicos, daqueles em que nossas estruturas físicas são protagonistas, com dores de cabeça, enxaquecas, enfim, quando visitamos médicos e mais médicos e sentimos que só a há uma saída, reestruturar nossas vidas a partir de nossos conceitos, praticando-os, dentro de uma filosofia sem preconceitos, e com preceitos naturais, harmônicos, enfim...

O desejo de recuperar nossa honra, nosso equilíbrio e nosso caráter nos faz buscadores tardios, mas há sempre a estrada que nos conduz ao alto, como escadas que se inclinam com a finalidade de nos buscar e verticalizando-se novamente, a espera de nosso equilíbrio físico. A escada interna de cada dia, talvez a mais difícil de lidar, não tem degrau visíveis, tem conflitos. Destes, como em jogos cujos níveis são mais afunilados que o anterior, retiramos, na maioria das vezes, um aprendizado pequeno, sem o lampejo do sábio que vê, que sabe, que entende e por isso se revela quase um Deus aos nossos olhos.

Nós, graças a um mundo distante de filosofias que nos educavam no passado – em uma Roma, em uma Grécia, Egito etc – percebemos de maneira vaga essa grande porta. A Filosofia. Uma junção dos pilares principais de nossa sociedade; uma forma de religião, psicologia; uma emanação concreta, real de obedecer aos princípios humanos e universais, por meio da tradição que nela há; um estudo aprofundado sobre nossas potencialidades, nossa essência e por isso a necessidade desse caminho.

O medo da morte, da solidão; as perturbações em nossos corações, em nossa alma; a sensação de impotência ante a vida, o amor; nosso furor, nossas ambições, o sexo... Faz-nos levantar questionamentos internos, os primeiros e básicos, e sinceros. Porque, como nos vem à tona todo esse mar, a priori não há sentido aparente nenhum em nossas vidas. O desconforto, em todas as instâncias, é um fato comum.

O que fazer a respeito, então?

Como viver uma vida digna com um mundo em que não regras em política, em religião, em uma grande sociedade que se diz harmônica e ao mesmo tempo vende armas, compra armas, em meio a inocentes vítimas de doenças eternas, e de uma pobreza à mercê dos donos de empresas multinacionais, e de países que se julgam potências econômicas, mas se abstêm de auxílios externos e, quando o fazem, fazem quando outras empresas colocam sua economia em xeque...


Nossas emoções ficam à mercê de notícias nas quais a injustiça, o desamor, o ódio se propagam como pragas em lavouras, e voltamos a nos sentar e começamos a questionar, mais uma vez, nosso papel nesse mundo velho, os quais valores se vão abaixo como papel em cachoeiras. Não dá para disfarçar. Como iniciar alguma coisa?

A filosofia nos conduz a questionar mais. Por que os meios de comunicação são tão vastos em todo o mundo e ao mesmo tempo tão inúteis? Por que não se revelam detentores de novos valores; por que não se inclinam em organizar uma nova cultura em defender os reais valores humanos, invés de discutir uma política vesga; regimes frios e confusos, heróis de plásticos e culturas relativas?...


O apelo da Alma continua

O sofrimento é natural, mas podemos minimizá-lo, não o afastando por completo, tentando compreendê-lo, e dando a ele o que merece, a resposta em forma de remédios, os quais podem vir em uma pequena caixa, ou podem vir em uma grande caixa, a de Pandora, na qual todos os problemas há, mas a resposta real, no fundo. A filosofia.

Não podemos ser masoquistas. Encontramos o fio de Ariadne. E quando a alma grita é porque se está perdida, em algum lugar, ou mesmo tentando coçar aquela coceira que há muito nos incomoda e não temos coragem para nos livrar dela. Quando a alma grita, é porque nossos sonhos estão sendo burlados, e nosso eu se afastando de nossas possibilidades, ao passo, também, é um grito de razão, de força, de desejo consciente de mudar o que somos e, mas do que nunca, de realizar. O estágio natural de nossas indagações chegou.

Aqui nos fazemos heróis ocultos, pois vamos ao mundo desconhecido, sem medo, com nossas próprias pernas a matar o dragão e salvar a princesa, é aqui em que cavalgamos para salvar a mocinha – nossa alma – do vilão; damos passos fundamentais para entrar em labirintos lotados de homens maus, de seres de outro mundo, do desconhecido. Nossa imaginação cria minotauros. Não podemos ficar bloqueados; nossa experiência em torno de nossas pequenas práticas nos fez mais humanos. Podemos curar nossa própria vida!

A filosofia nos dá coragem (ou uma opção pela...), nos faz ver o que não nos ensinaram a ver. Ela tangencia a dor com meros questionamentos, nos retira o parcial medo com passos mínimos; nos faz guerreiros em batalhas nas quais nem mesmo o maior deles imagina o tamanho...

E hoje, após milênios, ainda nos faz um pouco melhores, não como pseudo-religiosos, psiseudo-políticos, mas, antes de tudo, religiosos, políticos (da maneira mais platônica possível), e antes de tudo amigos da verdade.

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....