sexta-feira, 25 de abril de 2014

Rumo ao Desconhecido



O Desconhecido está aqui, bem perto de nós.






Não somos pedras, animais ou vegetais, mas podemos ser todos ao mesmo tempo, quando nos encontramos em estados semelhantes. E isso já é o bastante para sairmos da ataraxia de uma pedra, das águas do regador,  sem a preocupação no crescimento interno, como uma planta, ou vivendo de instintos, como animais.

O primeiro rolar de uma pedra ao seu objetivo é mais difícil do que o levantar de um sofá, ante uma televisão que nos traz, para o nosso conforto (quase eterno), tudo que pensamos ou imaginamos. Assim também o é uma planta em seu crescimento externo, o qual depende de fatores que o próprio o universo lhe dá, em seu âmbito. 

Aos animais cabe salientar que se assemelham a nós, humanos, pelo seu desenvolvimento físico, pela sua horizontalidade (muitos humanos nascem assim), pela sua busca desenfreada em alimentar-se, além dos jogos sexuais que a própria natureza lhe oferece, dentro da sua lei, em seu meio...

O homem, por ser o único que nasce de forma horizontal, e ao se desenvolver, verticaliza-se, tem a obrigação de se mostrar humano – não um mineral, vegetal ou muito menos animal. Como diria um grande filósofo, “Somos Homus Divinus”, o que transfere a grande responsabilidade de nos religar ao nosso ideal. Para o alto, e avante!

Para reconhecer tudo isso, no entanto, devemos nos levantar de nossas frivolidades diárias, tanger a um mundo novo, no qual somente o homem pode entendê-lo com suas ferramentas, com suas ideias, com sua filosofia.

Contudo, temos que nos mover com sabedoria, compreendendo que em sua direção só há dificuldades, conflitos, até mesmo guerras – é estafante --, pois nada, durante o trajeto, se revela compensador, ou seja, não se pode ir atrás de algo em troca de outro algo de maior valor. Estamos falando de algo natural, que devemos, por obrigação humana, buscar.. . E assim,   alma, que antes era teimosa e fraca, só nos agradeceria, pois nela há o emblema, a marca, o registro da busca ao desconhecido.

A Pedra

Quando uma pedra se move, ela vai ao encontro de seus objetivos, que é a mudança de lugar, de vida, mesmo que seja para se integrar com outras pedras, sem sair de seu mundo, do seu âmbito. E o homem quando o faz revela-se forte à medida de seus passos, progredindo física e psicologicamente, moralmente, pois as decisões, meios naturais para a consecução de mudança de uma sociedade, de um mundo, e por que não dizer do próprio ser humano, empurra-o para cima ou para baixo...

No caso daquele que se vê sem forças, sem ânimo, sem objetivos a alcançar, uma decisão deve e vai ser sempre para o alto, qualquer que seja a decisão. Daí, o progresso a passos de formiga, dando margem a realizações bem niveladas ao que se pretende. Haverá ônus e bônus, claro, mas não se pode vencer quando se ainda não se sabe as regras de um jogo que tememos, que é a própria vida.

E isso nos torna medrosos em relação ao que objetivamos, pois não queremos perder, apenas levar o troféu, a medalha, o carinho, o afago, o sorriso alheio... Coisas pelas quais lutamos, mas não faz sentido algum colocá-los em nosso caminhos, mesmo porque não vivemos eternamente de afagos ou de medalhas, gratificações, abraços... Vivemos pelo ideal divino.

Para isso, há de convir, temos que ser compromissados com o que visualizamos em nossas possibilidades, e sermos pacientes, e entender que nem todos os nossos temores serão extintos com o primeiro passo. Apenas o tempo vai nos “curar”...


Ressuscitar


Quando nos apaixonamos, nossas fraquezas, advindas de uma alma principiante em educar seu instinto, mostramos todas  as cartas ao próximo – pessoa amada. Colocamo-nos à disposição como crianças que nem mesmo sabe pronunciar seu nome, e caímos tal qual, em meio a uma alcateia que sobrevive ao nosso lado somente para nos saborear entre os dentes...

É um trabalho gigantesco, ao passo belo e livre, natural e divino, o qual nos trará constelações, antes de mesmo de conhecermos o grande sol. É uma decisão eterna, mesmo porque não tem volta.
Contudo, a uma personalidade deseducada temos que dar, primeiramente a ela, o que sempre damos, como se alimentássemos um pequeno leão, com intuito de adestra-lo com o tempo. Enfim, fazê-la (a persona) de escrava de nossos desejos sagrados, aqueles que se religam com o alto, não a deixando controlar nossas vidas, pois sabemos que o conforto externo fala mais alto, e, quando nos deparamos com ele, é como se estivéssemos em transe, e assim... Adeus ideais, a desfazer nossos caminhos que percorremos com tanta garra...

Às vezes é preciso se transformar em rochas – não pedras – e dizer “nada me detém, vou conseguir realizar meus sonhos”, para si mesmo, e, nas estradas, chorar, cair, até mesmo morrer, mas sempre buscando o sorriso, levantando, e por que não ressuscitando?







Volto na segunda com mais Pedras ...

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