O Desconhecido está aqui, bem perto de nós. |
Não somos pedras, animais ou vegetais, mas podemos ser todos
ao mesmo tempo, quando nos encontramos em estados semelhantes. E isso já é o
bastante para sairmos da ataraxia de uma pedra, das águas do regador, sem a preocupação no crescimento interno, como
uma planta, ou vivendo de instintos, como animais.
O primeiro rolar de uma pedra ao seu objetivo é mais difícil
do que o levantar de um sofá, ante uma televisão que nos traz, para o nosso
conforto (quase eterno), tudo que pensamos ou imaginamos. Assim também o é uma
planta em seu crescimento externo, o qual depende de fatores que o próprio o universo
lhe dá, em seu âmbito.
Aos animais cabe salientar que se assemelham a nós, humanos,
pelo seu desenvolvimento físico, pela sua horizontalidade (muitos humanos
nascem assim), pela sua busca desenfreada em alimentar-se, além dos jogos
sexuais que a própria natureza lhe oferece, dentro da sua lei, em seu meio...
O homem, por ser o único que nasce de forma horizontal, e ao
se desenvolver, verticaliza-se, tem a obrigação de se mostrar humano – não um
mineral, vegetal ou muito menos animal. Como diria um grande filósofo, “Somos
Homus Divinus”, o que transfere a grande responsabilidade de nos religar ao
nosso ideal. Para o alto, e avante!
Para reconhecer tudo isso, no entanto, devemos nos levantar
de nossas frivolidades diárias, tanger a um mundo novo, no qual somente o homem
pode entendê-lo com suas ferramentas, com suas ideias, com sua filosofia.
Contudo, temos que nos mover com sabedoria, compreendendo
que em sua direção só há dificuldades, conflitos, até mesmo guerras – é estafante
--, pois nada, durante o trajeto, se revela compensador, ou seja, não se pode ir
atrás de algo em troca de outro algo de maior valor. Estamos falando de algo
natural, que devemos, por obrigação humana, buscar.. . E assim, alma, que antes era teimosa e fraca, só nos
agradeceria, pois nela há o emblema, a marca, o registro da busca ao desconhecido.
A Pedra
Quando uma pedra se move, ela vai ao encontro de seus
objetivos, que é a mudança de lugar, de vida, mesmo que seja para se integrar
com outras pedras, sem sair de seu mundo, do seu âmbito. E o homem quando o faz
revela-se forte à medida de seus passos, progredindo física e psicologicamente,
moralmente, pois as decisões, meios naturais para a consecução de mudança de
uma sociedade, de um mundo, e por que não dizer do próprio ser humano, empurra-o
para cima ou para baixo...
No caso daquele que se vê sem forças, sem ânimo, sem
objetivos a alcançar, uma decisão deve e vai ser sempre para o alto, qualquer
que seja a decisão. Daí, o progresso a passos de formiga, dando margem a
realizações bem niveladas ao que se pretende. Haverá ônus e bônus, claro, mas
não se pode vencer quando se ainda não se sabe as regras de um jogo que
tememos, que é a própria vida.
E isso nos torna medrosos em relação ao que objetivamos,
pois não queremos perder, apenas levar o troféu, a medalha, o carinho, o afago,
o sorriso alheio... Coisas pelas quais lutamos, mas não faz sentido algum
colocá-los em nosso caminhos, mesmo porque não vivemos eternamente de afagos ou
de medalhas, gratificações, abraços... Vivemos pelo ideal divino.
Para isso, há de convir, temos que ser compromissados com o
que visualizamos em nossas possibilidades, e sermos pacientes, e entender que
nem todos os nossos temores serão extintos com o primeiro passo. Apenas o tempo
vai nos “curar”...
Ressuscitar
Quando nos apaixonamos, nossas fraquezas, advindas de uma
alma principiante em educar seu instinto, mostramos todas as cartas ao próximo – pessoa amada. Colocamo-nos
à disposição como crianças que nem mesmo sabe pronunciar seu nome, e caímos tal
qual, em meio a uma alcateia que sobrevive ao nosso lado somente para nos
saborear entre os dentes...
É um trabalho gigantesco, ao passo belo e livre, natural e
divino, o qual nos trará constelações, antes de mesmo de conhecermos o grande
sol. É uma decisão eterna, mesmo porque não tem volta.
Contudo, a uma personalidade deseducada temos que dar,
primeiramente a ela, o que sempre damos, como se alimentássemos um pequeno
leão, com intuito de adestra-lo com o tempo. Enfim, fazê-la (a persona) de
escrava de nossos desejos sagrados, aqueles que se religam com o alto, não a
deixando controlar nossas vidas, pois sabemos que o conforto externo fala mais
alto, e, quando nos deparamos com ele, é como se estivéssemos em transe, e
assim... Adeus ideais, a desfazer nossos caminhos que percorremos com tanta
garra...
Às vezes é preciso se transformar em rochas – não pedras – e
dizer “nada me detém, vou conseguir realizar meus sonhos”, para si mesmo, e,
nas estradas, chorar, cair, até mesmo morrer, mas sempre buscando o sorriso,
levantando, e por que não ressuscitando?
Volto na segunda com mais Pedras ...
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