segunda-feira, 14 de abril de 2014

O Apelo da Alma (i)



Não podem nos retirar o legado humano. Qualquer que seja,




Qual a principal tarefa da Filosofia? Alguns dizem que é responder a todas as questões da vida, em qualquer âmbito, de modo que não sejam aquelas respostas baseadas em premissas fúteis e básicas do dia a dia, além de tangenciar o óbvio... Outros pensam que a principal tarefa dela é questionar a respeito de Deus, o que, normalmente, não se faz em um grupo cuja verdade já é a placa de sua porta da frente. Por isso, torna-se ateu ou Filósofo... Sendo os dois sinônimos, ao ver de alguns.

Como já sabemos, dissertar acerca da grande Filosofia, palavra que “surgira” em uma época meio decadente, cheia de conturbações, é pisar em ovos da granja de coronel, pois o que nos dita as regras, mais do que na Idade da Trevas, é a Igreja, tão sutil quanto uma pata de uma formiga, e tão forte quanto uma manada de elefantes, quando seus paradigmas são postos em xeque.

Palavra esta que veio à tona após um grande filósofo ser chamado de sábio, e este, depois de ter negado tal predicativo, disse, “não sou um sábio, sou um filósofo; aquele que tem amor à verdade, à sabedoria; eu não tenho a verdade, eu a busco”.

A partir daí, nossos olhos, remetidos ao passado, se inclinam ao sol, às estrelas, ao universo, como homens que buscavam e que sustentavam esse princípio, de ir atrás da verdade, onde quer que ela esteja, mesmo sabendo que nunca a terá em sua plenitude...

Contudo, nesse universo, o homem, em seu âmbito humano, se questiona a respeito de seu próprio mundo, de sua existência, de seus poderes, mistérios, de sua história... E de sua Alma. Por que sofremos tanto? Por que temos que passar pelas lhanuras do tempo e aprender de modo tão injusto a nosso ver a respeito da vida? Por que contemplamos um futuro às vezes sem querer olhar um passado que nos ensina o que somos, para onde vamos, e de onde viemos?...


...para onde vamos, de onde viemos?



A Filosofia exerce essa atração. Por isso em Idades nas quais não se podia questionar, muitos filósofos se foram, mas muitos, com sua especialidade em velar o saber, sobreviveram e nos deixaram legados, os quais até hoje são alvo de críticas e ao mesmo tempo de nortes ao nossos caminhos tão íngremes.

Atualmente, depois das flâmulas das fogueiras preconceituosas, passamos por outras, nas quais homens que se julgam de bem tentam desmontar o que séculos montaram em torno da palavra; querem fechar as portas, ridicularizar, deixar em ultimo plano o que é realmente necessário ao homem atual... Questionar a respeito de si mesmo, adentrar em planos diferentes dos quais estamos hoje em forma de religião, política, família, sociedade etc.

Não podem. Não se pode reter o que subjaz ao individuo, ao que mais latente se esconde nele. Não se pode reter um tsunami, uma marola sequer, nem mesmo o porquê de uma criança, muito menos a vontade de mudar do ser humano. “Ontem eu vi, hoje eu sei”, dizia Tutan Kamon, o menino faraó, sua vida ainda é um mistério por ter sido, ao ver de muitos, base para muitas filosofias pós-cristãs.

Mas o que mais atém o homem à filosofia é a indignação ao presente em que se encontra. Não só socialmente, mas muito mais o que perturba a sua alma. E, aqui, nesse instante, a busca pelo equilíbrio de força se inicia...



Voltamos Mais Tarde.

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